O fim

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Capítulo XXVI

Rubi narrando:

A guerra é uma apresentação. Assim como uma luta é um conjunto de passos e movimentos, avançar, recuar, defender e atacar. Danço por entre os corpos, cortando, desviando, trocando as posições dos pés e girando; ao meu redor a morte é presente, aliados e inimigos caem, vejo, sem não poder fazer nada, meus soldados serem atacados aos montes. É uma roda sem fim e eu estou girando nela, girando, girando, girando.
    Lâmina encontra lâmina, seu sorriso feral é uma lembrança de batalhas antigas onde batalhavamos lado a lado, como eu fui inocente... Seu chute na boca de minha barriga me joga para trás, mas recupero o equilíbrio a tempo de desviar de um ataque seu, e mais outro.

—Eu cansei!–Ela brada entre dentes avançando de novo, nossas lâminas se encontram e faíscas voam —Cansei de ser sempre a segunda, sempre a menos reverenciada! SEMPRE FOI LUA, LUA LUA!

—Todos te amavam! Nosso povo te amava, você era minha general. EU CONFIAVA EM VOCÊ, NOSSA IRMÃ CONFIAVA!–Rosno quando sua lâmina atinge meu rosto, desvio a tempo de não rasgar mais fundo, mas o ferimento começa a sangrar.

—Vocês nunca se importaram comigo, não de verdade! Sempre foi você pra la, você pra cá, sempre foi você e a pequena Sol, inseparáveis! Eu era deixada de lado, de escanteio! Sol nunca confiou em mim!– Ela grita quando atinjo seu braço e pula para trás, avanço com ódio.

—E com razão, sua TRAÍRA!–Sua risada em resposts é morta, estremeço quando nossas lâminas se encontram, grhunimos uma para a outra, forçando as lâminas ao máximo.

—Eu vou te matar...–Sibila contra meu rosto, suas presas expostas, exponho as minhas em respostas.

—Você pode tentar, mas daqui você não sai vitoriosa. Nunca! – Levanto meu joelho acertando seu estômago, ela arfa e se curva, sem ar, apenas para encontrar meu cotovelo contra seu rosto, crack foi o barulho que seu nariz emitiu, mais rápido que ela pudesse me impedir, rodo e a acerto novamente, dessa vez um chute que a faz voar metros antes de cair e delizar mais metros ainda. Movimento a espada em minhas mãos, aquecendo o pulso  e volto a avançar enquanto ela se levanta, a expressão de puro ódio ao se endireitar, levar as mãos ao nariz quebrado, o colocando no lugar com um movimento brusco dos dedos, seu rosto ja manchado com sangue, não sangue vermelho e comum, mas sim de um dourado forte, assim como o meu que mancha minha armadura branca, sangue divino, sangue de deusas.

—Matarei todos que ama e que dá valor, eu os estriparei e farei com que assista tudo com as vísceras para fora, e quando por fim eu subjugar esse mundo devasso e podre, farei com que veja meu império antes de manda-la para o esquecimento.

—Você realmente sempre gostou de se ouvir falar.–É minha resposta e tem o resultado que queria, suas narinas se dilatam, ela expõe seus dentes se lançando contra mim; desvio com agilidade. Trevas sempre fica mais instável quando está com raiva, mas também mais selvagem, não pensa antes de agir, apenas se lança para a luta, aproveito isso para acertar seus pontos fracos que ela, -apesar de milênios de anos de treinamentos - , ainda expõe.

—Vadia!–Grhune cospindo sangue dourado no chão, me mantenho em posição, me mantendo levemente agachada para saltar se necessário, a espada flamejante ainda ardendo em minhas mãos. —Acha que pode me vencer? Fui general de seus exércitos por milênios desde o nosso surgimento, sou forte, sei técnicas, sei comandar!

—E eu sou a rainha, e você parece ter se esquecido do porque de eu o ser. Comandei guerras antes de você, lutei tantas quanto você, seu monte de ignorância estúpida, sou mais poderosa, sei mais técnicas e acima de tudo, tenho um coração e sei o que é o amor, ao contrário de você que só pensa em poder e mais poder. Então sim, irmã, eu não acho que eu posso te vencer, eu sei que posso!

Entardecer ⊶Rejeitada Pelo Alpha⊶ 𝑳𝒊𝒗𝒓𝒐2Onde histórias criam vida. Descubra agora