Esperança

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Capítulo XVIII

Rubi narrando

   Quando abro os olhos estou deitada em minha cabana, meu braço esquerdo ainda arde como o inferno e minha cabeça dói do mesmo jeito. Resmungo me sentando no colchão fino e usando meu braço bom para massagear minha testa enquanto observo a negritude do outro braço, antes estava até meu ombro, agora bate no meu cotovelo. Parece que pegaram meu braço e queimaram em pura brasa, rio baixo com o pensamento antes de me levantar, o meu redor roda por um momento antes de parar, balanço a cabeça com brusquidão e continuo meu caminho.

   Fora da cabana o céu escuro me cumprimenta, ou eu dormi até a noite do dia seguinte, ou dormi apenas algumas horas. Aposto na segunda opção, calada passeio pelo acampamento, soldados juntos conversam ao redor de fogueiras e ao me verem fazem uma profunda reverência em minha direção, respondo com acenos e sorrisos fracos seguindo meu caminho, ando sem rumo por um tempo até ouvir gemidos de dor, olho para a tenda a minha frente, a tenda médica onde os feridos estão, ouço uma voz conhecida e avanço a seguindo. Ao entrar na tenda escondo meu braço ferido atrás das costas, no chão enfileirados há vários feridos, lobos, feéricos, trolls, todos sendo atendidos por curandeiros que andam entre eles levando e trazendo ervas, lenços úmidos, e bandagens, passo por eles seguindo a voz masculina que está acompanhada, uma feminina fraca responde e toma1 baixo, um quê de dor presente em sua voz. Eu paro do lado de fora de uma sala privativa, penso se devo entrar ou não, em um momento de coragem eu entro.

   Dereck para de rir baixo e me encara, surpresa brilha em seu rosto, ele segura a mão de uma mulher de faces delicadas que está levemente pálida, os olhos castanhos dela se arregalam quando me vêem.

—Oi... - Falo calma, eu esperei alguma coisa surgir em meu peito ao ver a cena, mas nada acontece, apenas uma curiosidade, nada mais.

—De-Deusa Lua! – Exclama a mulher baixo, faz força para se levantar e automaticamente geme de dor e estremece, Dereck é rápido em agir e a coloca de volta na cama simples de atendimento.

—Não se levante, isso não é necessário!– Exclamou rapidamente também me aproximando e estendendo os braços para que ela não saia do lugar, um erro pois deixo em exposto meu braço machucado e sibilo baixo quando a pele negra encosta no manto fino da fêmea. Os olhos atentos de Dereck logo está em cima de mim.

—O que aconteceu com você?– Pergunta enrugado o nariz, me afasto escondendo o braço novamente com um sorriso amarelo no rosto.

—Tudo tem um preço, isso não é nada, já está melhorando. –Dispenso o assunto com um aceno de mão deixando claro que não falarei disso, pelo menos não agora. — Como se chama? – Pergunto á loira deitada na maca, seus olhos surpresos parecem querer escapar do rosto.

—Sulina, minha senhora. Sulina das terras do supremo. –Responde baixo, analiso seu perfil e não encontro ferimentos visíveis, mas ao liberar levemente meu poder sobre seu corpo eu sinto a magia que lhe atingiu e franzo o cenho.

—Sem senhora, por favor, temos praticamente a mesma idade mortal. Me chame de Rubi, ou Lua se assim preferir, meus amigos me chamam assim. Agora, se não for muito inconveniente, Sulina, poderia me falar o que aconteceu com você? – Me abaixo ficando acocada no chão, me equilibro ainda deixando meu braço esquerdo fora das vistas atentas do alpha e encaro apenas Sulina.

—A-amigos?- não respondo e a mesma engole em seco antes de continuar a falar— Eu sou uma mensageira, estava levando uma mensagem do supremo para a rainha das fadas quando um bruxo me pegou de surpresa, só lembro de ser atingida na barriga, acordei aqui, só pioro a cada minuto...–Como se para comprovar o que me falou, a fêmea mal termina de falar e tem um ataque de tosse, Dereck novamente é rapido e acode ela, lhe entrego um pano que ele leva a boca dela, quando vejo, o pano branco fica vermelho de sangue, preenso minha boca em riste e me aproximo da maca quando a tosse passa, Sulina parece mais abatida que segundos atrás.

Entardecer ⊶Rejeitada Pelo Alpha⊶ 𝑳𝒊𝒗𝒓𝒐2Onde histórias criam vida. Descubra agora