Capítulo 3 - O Circo Chegou Mais Cedo

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Os pequenos detalhes são sempre os mais importantes.

- Arthur Doyle


Miguel

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Miguel

Terminamos o almoço em silêncio. Fingi que estava distraído com meu jogo, mas percebi um clima de tensão se aumentar entre Max e Victor. Estranhava aquele comportamento. Max poderia ser um narcisista sem noção e Victor um idiota completo, mas eles sabiam o significado de amizade, e abririam mão de tudo um pelo outro. Tem algum motivo para estarem agindo assim e eu irei descobrir.

Agora Max estava emburrado com os braços cruzados, seu boné vermelho pendia sobre a testa deixando que uma sombra cobrisse seus olhos. Seu casaco vermelho do time de futebol fazia com que seu cabelo se fundisse com o tecido. Ele nem ao menos jogava futebol, apenas comprou o casaco por causa da cor. Max e sua obsessão com vermelho. Ele simplesmente resolveu andar a frente evitando qualquer contato visual com Victor.

Olhando para o lado observo Victor estranhamente receoso, de tempos em tempos ele olhava para Max de soslaio. Será que eles estavam escondendo segredos de mim? Meu olhar pousa novamente em Max, eu decido que não vou sair dessa perdendo. Se eles podem ter segredinhos entre si eu também posso.

De maneira sutil eu aproximo meu corpo do de Victor que se assusta com meu movimento. Quando entrelaço uma de suas mãos ele questiona silenciosamente "O que é isso? ". Sua cara de espanto era a melhor, talvez eu pudesse me divertir um pouco. Coloco o dedo indicador sobre os lábios pedindo silêncio. Me aproximo de seu rosto dando-lhe um delicado selinho. Ao me afastar, sinto a vitória percorrer minhas veias. Infelizmente o pior tinha que acontecer. Max nos olha estupefato, mas quem estou querendo enganar, isso seria perfeito:

— Mas o que está acontecendo aqui? — Seu rosto está tão vermelho quanto seu cabelo, trincando os dentes ele avança de súbito contra Victor:

— IDIOTA! Victor, que história é essa? Como você pôde fazer isso comigo? Eu sou seu amigo, cara!

Victor ainda assimila a explosão repentina do garoto, Max agarrou o colarinho de sua blusa com raiva. Mas no momento que volta a si ele esbraveja, o que me deixa um tanto quanto assustado:

— ELE QUE ME BEIJOU, MAX! EU NÃO FIZ NADA! — Eu estava tão chocado que nem ao menos vi o forte golpe que fez Max se afastar cambaleando enquanto segurava sua mandíbula. Já estava tudo muito estranho, e ficou muito pior quando Max, o garoto que eu conhecia a minha vida toda, soltou junto a uma risada irônica:

— Estou vendo o que você é! Tanto que estava me pegando ontem a noite, não é mesmo? Ou o Miguel é diferente de mim? — Cambaleio ao ouvi-lo. Um nó nojento na garganta se forma enquanto escuto essas palavras. Enquanto eu estava me escondendo de um maluco, esses dois estavam juntos? A raiva consome cada centímetro do meu peito. E quando menos esperava me encontro atracado no pescoço de Max:

Garotos Infames - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora