Capítulo 7 - Os Saltos Azuis

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Os defeitos mais perigosos são aqueles que, com moderação são qualidades.

-Rick Riordan

-Rick Riordan

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Miguel

A luz do sol passa pela janela atingindo irritantemente meus olhos. Queria que fosse só isso que me incomodava, mas sinto dois brutamontes se amontoando sobre mim. Com certeza foi uma péssima ideia fazê-los dormir comigo. Mas eles estavam adoráveis demais para dizer não.

Empurro a perna de Victor para conseguir sair da cama e me espreguiçar pelo menos um pouco. Ajeito meus cabelos com as mãos de qualquer maneira, indo em direção ao relógio. Droga! Já são 7:00! Nossas aulas começam às 7:15. Vou diretamente para a cômoda abarrotada de roupas e pego alguma blusa branca e uma calça jeans rasgada no joelho. Nada me deixa mais frustrado do que perder o horário. Simplesmente acaba com meu dia. Assim que levanto da cama esbravejo agitadamente:

— Acordem! Estamos atrasados! — Enquanto isso, vejo os dois garotos se enroscaram ainda mais, vou até a escrivaninha pegando alguns livros enfiando-os de qualquer jeito na mochila. Victor para colaborar com minha manhã pega o travesseiro em que estava apoiado, jogando-o diretamente no meu rosto:

— Cala boca, Miguel! Está cedo. Me deixa dormir... — Ótimo! Eu já estava furioso, mas agora estou prestes a explodir. Ele nem ao menos se dá ao trabalho de terminar sua frase para voltar a roncar sonoramente. Max por sua vez, levanta meio grogue e pega o relógio de cabeceira com toda a calma possível:

— Velho, ainda temos 15 minutos. Daqui a pouco nós vamos — Assim ele abaixa novamente sua cabeça. Certo, eles vão pegar mais uma detenção por chegarem atrasados, e eu vou deixar:

— Que se foda então! Eu estou vazando! — Assim, termino de arrumar meus papéis que estavam espalhados por todo o quarto, colocando-os sobre a escrivaninha. Em seguida, vou em direção a porta, mas antes de sair completamente alerto:

— Mais uma ocorrência vocês estão de detenção! Espero que peguem uma com o professor Rogério! — Ao ouvir esse nome, Victor se ergue de súbito. Nada para causar mais medo do que o deplorável Mestre em Química, Rogério Mendes. Que já fez Victor limpar o banheiro do subsolo durante um dia inteiro. E acredite. Eu não desejaria isso nem ao meu pior inimigo.

Dobro a esquina do corredor andando depressa, enquanto a pesada mochila tenta se equilibrar sem sucesso em meu ombro direito. Enquanto vou andando reparo em uma garota que passou do meu lado. Seus cabelos eram um loiro escuro, olhos azuis muito maquiados, usava um vestido curto rodado em um tom de azul berrante. Sem contar nos sapatos de lantejoulas azuis ainda mais escandalosos. Ela me olhou sorrindo ao tempo que lambia um pirulito azulado. Mas o mais estranho naquela garota era seu cheiro. Ela cheirava literalmente à morte.

Garotos Infames - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora