Capítulo 41 - Selando Um Acordo

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Assim como uma gota de veneno compromete o balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, estraga toda nossa vida.

- Mahatma Gandhi 

- Mahatma Gandhi 

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Miguel

Certo, provavelmente explodir um prédio ainda estando dentro dele não tenha sido a melhor das ideias, mas eu precisava deixar Max e Victor seguros. Sempre pensei que na hora H eu seria capaz de abandoná-los e seguir meu caminho sozinho. Mas quem eu estou querendo enganar? Eu me importo com esses dois, muito além do que eu pudesse sequer imaginar. Talvez eu esteja louco ao me envolver tanto com esse sentimento, já que agora todos meus ossos e articulações estão doendo como nunca antes, oficialmente eu estou parecendo um velho.

Depois que o helicóptero foi embora tão rápido quanto apareceu, tento me levantar pesadamente sobre as pedras soltas e aquela fumaça lasciva. Victor e Max seguraram meus braços para que eu pudesse descer, eu ainda não estou inválido seus idiotas, embora essa ajuda tenha sido excelente. Me apoio naquelas pedras empilhadas, percebendo de longe as garotas nos observando apavoradas. Antes eram apenas duas garotas, nesse momento uma menina albina está escorada em Helena como um pequeno ratinho escondido. Quem é essa menina?

Eu gostaria de pensar um pouco mais no que acontecia à minha volta, porém, uma dor gritante na minha nuca tornou o caminho muito mais turvo do que eu imaginava. Coloco a mão rente ao pescoço sentindo uma ardência assustadora. Cambaleio um pouco me apoiando em um dos garotos, possivelmente Victor me serviu de apoio, ou Max, não sei ao certo. Em poucos segundos ouço a voz de Victor, enquanto apertava os olhos:

— Miguel, o que está sentindo? — Ele falava de maneira muito doce, talvez eu nunca me acostume com isso, ou até mesmo acredite que ele possa verdadeiramente gostar de mim. Infelizmente aquela dor não me deixava pensar em absolutamente nada. Eu tinha que ser forte e aguentar. Eu não iria me mostrar fraco, muito menos desistir agora. Abro meus olhos com força me afastando tanto de Victor, como de Max. E assim avanço meio a pedras soltas.

No momento que pisei sobre o asfalto duro e que o vento fez com que um formigamento agradável no meu rosto surgisse, parece que tudo se tornou mais leve. Por incrível que pareça, se apoiar em quem se ama, mesmo que seja por alguns segundos, pode trazer uma calma sem igual, e eu nunca havia experimentado isso durante a vida. Olho para os olhos castanhos de Bianca que se mantinham estáticos, logo ela se aproxima de mim, junto a chegada dos outros dois garotos:

— Eu nem acredito que está vivo. Como pode ter uma ideia tão ridícula? — Eu a fito com um vinco formado entre as sobrancelhas:

— Bom, eu estou vivo, não estou? — Respiro profundamente, nunca gostei de cobrar coisas específicas dos outros, não de modo direto — Devemos selar um acordo. Não sabemos se podemos confiar em você. E você também não tem nenhuma prova que iremos estar ao seu lado. O que sugere?

Garotos Infames - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora