Capítulo 30 - Contra a Parede

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Temperamentos antagônicos apimentam uma relação

- Martha Medeiros 

- Martha Medeiros 

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Miguel

Como ele sabia sobre o professor? Será que Victor… Victor havia escutado tudo. O ar a minha volta ficou intragável, eu não queria que eles soubessem, não desejava colocar mais esse problema nas costas deles, eu podia encarar isso sozinho. Sempre encarei. Sempre vou encarar.

Max aperta ainda mais meus braços, uma fraca luz vinda de um lugar qualquer iluminava seu rosto mostrando as sobrancelhas juntas e um olhar preocupado. Por que você está aqui no momento que eu iria embora? Eu não preciso de mais motivos para ficar, eu devo seguir meu caminho só. Minha mente está confusa, não compreendo mais o que quero. As palavras custam a sair dos meus lábios enquanto sinto minhas bochechas esquentarem:

— Eu não sei do que está falando, eu apenas vou para a biblioteca estudar, como sempre. Agora me larga — Sim, eu menti, eu iria para a diretoria principal, mas que diferença faz agora? Ele não tem provas quanto ao professor, ou as câmeras, as apostas e os supostos golpes que eu havia aplicado. Max estava blefando e eu sabia disso. Eu abri um leve sorriso para que minha mentira soasse mais realista, mas meu sorriso logo desapareceu quando vejo lágrimas nos olhos de Max. Ele montou uma carranca desoladora que se tornava ainda mais deprimente com aquela cicatriz avermelhada. Dessa vez eu não tinha a menor ideia de como agir, eu quase nunca via esse narcisista chorar, muito menos só de cueca e regata no meio do corredor. Assim, entre soluços Max tenta falar algumas coisa, eu não queria ouvi-lo, já estou sofrendo o suficiente:

— Eu sou seu namorado! Seu amigo. Eu e Victor sempre ficamos preocupados com você com essa sua mania ridícula de fazer tudo sozinho e esconder as coisas de nós. Eu sei do professor, sei da gaveta de fundo falso. E eu sei que você quer o domínio da cidade junto com as garotas. O que aconteceu no último ano Miguel? — Como assim ele não estava blefando? Agora eu estou assustando, meu coração bate com força, não estou gostando nada disso. Me afasto um pouco do garoto, me soltando de suas mãos e olhando para ele com raiva, não apenas raiva. Eu estou com medo. Medo de ser rejeitado de novo, medo de ficar sozinho, medo de passar por tudo aquilo mais uma vez. Eu não podia despejar isso sobre eles, eu sabia disso, logo, digo com rispidez:

— Não precisa se preocupar, eu estou bem. Sim, aconteceu muita coisa de uns tempos para cá, mas não achei necessário que vocês soubessem. E sobre o plano das meninas… Eu apenas queria verificar algumas coisas, nada demais.

Max abaixa sua cabeça ainda choroso, suas lágrimas desciam duramente sobre a pele bronzeada, eu odiava vê-lo assim, mas o que eu podia fazer? Detalhar tudo que eu tive a infelicidade de passar e relembrar momentos horríveis? Não, não poderia fazê-lo. Sinto muito, eu amo muito vocês dois, mas não podia deixar que me atrapalhasse, muito menos que soubessem o que verdadeiramente sinto por eles. Quando me viro para dar continuidade ao meu plano, sinto novamente a mão de Max me impedindo de caminhar, ele agarrava minha mão como se fosse a esperança na caixa de pandora. Agora com um olhar duro ele fala entre os dentes:

Garotos Infames - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora