Capítulo 22 - O Oldsmobile Azul

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Você tem que se perder antes de se achar.

-John Green

-John Green

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Max

Agora estou correndo em direção aos grandes portões de metal do Internato, seguindo um homem que olhava desesperado para o lados, como se fosse um fugitivo altamente procurado pela polícia local. Essa cara bem que podia andar mais devagar. Antônio mal me deixou tempo suficiente para jogar o cesto de roupas dentro do quarto e sair correndo pelo corredor.

Sentia as pedras que trilhavam o caminho para fora dos muros do Internato Dom Quixote. Um letreiro refletia o sol acima da minha cabeça, dando ênfase ao nome do colégio e de seu lema em latim "Non deficere belli". Era irônico uma escola que fora facilmente invadida tenha um lema como esse, nunca desista de lutar, parece fraco agora, eu sugiro que mude para "Escola patética que deveria ter um porteiro", soa bem melhor.

Rapidamente me deparo com a enorme rua asfaltada que pairava a minha frente, o Professor segue em direção a um Oldsmobile azul estacionado frente a algumas árvores. Mesmo com o tempo ensolarado, sinto meu corpo gelar por essa saída repentina, enquanto meus chinelos se aquecem sobre o asfalto. Poxa, eu não podia simplesmente ficar no meu quarto revendo minhas figurinhas? Ou pelo menos renovando meu estoque de drogas? Não, eu tenho que seguir o Ex-marido de Thiago.

Antônio se senta no banco do motorista me deixando do lado de fora sem saber o que fazer. Eu deveria entrar no carro? Se não fosse para eu ir com ele a algum lugar ele não teria me chamado em primeiro lugar, mas vai saber, esse pessoal não bate bem. Minhas questões são respondidas quando impacientemente o professor se levanta e se apoiando na porta ele me repreende:

— O que você está esperando? Quer que eu abra a porta para você entrar? — Aquela criatura me arranca do meu dormitório, faz eu correr para algum lugar aleatório e ainda é rude comigo? Vamos ver até onde sua paciência vai, meu amigo. Por que a minha é infinita:

— Quero sim. Faça o favor e abra a porta do carro — Ele me olha com raiva e eu o encaro em desafio. Eu passei anos com Miguel, seu otário, eu consegui aprender algumas coisas com o passar do tempo. Ele bateu no capô caminhando para abrir a porta para mim. E não é que ele abriu mesmo? Tenho que aproveitar mais alguns truques de Miguel.

Me sento desajeitadamente no banco de couro, não esquecendo é claro de parecer o mais esnobe possível. Eu precisava me divertir um pouco. O banco até que era bem macio, faço um ar prepotência quando ele se senta ao meu lado bruscamente. Eu deveria ter feito isso antes, não era atoa que Miguel conseguia tudo que lhe convinha. Olho para ele de soslaio e não querendo estender esse mistério questiono:

— Cara, para onde estamos indo? Eu tenho que esperar Miguel e Victor voltarem para o quarto — Antônio coloca as mãos no volante acelerando pela rua sem me dizer ao menos uma palavra. Ainda bem que era uma rua de mão única, pois pela velocidade que estamos indo não iria me surpreender se esse idiota errasse o caminho.

Garotos Infames - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora