Capítulo 20 - O Caminho Para a Detenção

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É preciso cometer os próprios erros.

- Agatha Christie

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Victor

Eu não compreendi muito bem quando Matheus disse que se tratavam de gêmeos idênticos, mas resolvi não perguntar muito sobre isso. Minha mãe sempre dizia que se não sabiamos se uma pergunta era ou não adequada era melhor ficarmos calados. E assim o fiz. Embora eu estivesse de fato curioso sobre o gênero de Roberta.

Vejo Miguel revirar os olhos ainda irritado pela situação em que havia se colocado e não demorou muito para responder a garota agressivamente:

— Eu não sei quantas vezes eu terei que repetir isso, mas espero deixar bem claro dessa vez. Minha vida sexual não é da conta de nenhum de vocês. E você pode ser popular online, mas da próxima vez, junte um pouco mais de coragem e venha me encarar pessoalmente. Eu não mordo — Miguel imita uma mordida no ar, fazendo com que seus dentes se chocassem brutalmente. No mesmo instante ele virou as costas caminhando pelo corredor depressa, e eu o sigo, mas Max se mantém parado perguntando euforicamente:

— Roberta eu sou seu fã, peço desculpas por Miguel, mas será que poderia me dar um autógrafo? — Max você é estúpido por acaso? Sem pensar suas vezes agarro seu braço puxando-o pelo corredor, que ideia idiota é essa de pedir "autógrafo" para a pessoa que ameaçou nosso namorado?

— Victor! Calma! É só uma assinatura mano! — Ele afirma enquanto tropeça em suas próprias pernas:

— Nada de "assinatura", Max. Você enlouqueceu, velho? Pensa no Miguel! — Imediatamente ele abaixa os olhos envergonhado. Não queria deixar Max chateado, mas seria melhor assim. Solto seu braço pegando sua mão delicadamente. Logo nos aproximamos de Miguel e com um simples aceno,todos concordamos que era hora de ir para a sala de aula.

...

Por que eu não poderia ter apenas aulas de artes? Eu simplesmente não suportava ficar nem um minuto sequer nas famigeradas aulas do Professor Rogério Mendes. Ele era insuportável, suas aulas eram insuportáveis, a matéria era insuportável. Tudo era insuportável. E aquele homem com certeza me odiava profundamente, disso não restava dúvidas.

Me sento nas bancadas, estas dispostas em fileiras pela sala de ciências, que por acaso se assemelhava muito a uma fornalha. Miguel e Max se colocam ao meu lado, me deixando próximo do corredor entre as carteiras. Alguns minutos se passaram até que em um baque a porta se abriu, revelando ninguém menos que aquele horrível professor. Ele andava como um pombo, com sua barriga protuberante e uma pele enrugada, além da saliva que teimava em alojar nos cantos de sua boca. Tenho a detestável sensação que qualquer pisar falso que eu desse seria um excelente motivo para ele me mandar passar a tarde de sábado esfregando pisos mofados e tenebrosos.

Garotos Infames - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora