Capítulo 33 - O Diabo Crossdresser

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Nada é permanente nesse mundo cruel. Nem mesmo os nossos problemas.

- Charlie Chaplin 

- Charlie Chaplin 

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Max

Finalmente chegou o grande dia em que eu iria me ferrar de forma deprimente por não ter me preocupado com essa porcaria de prova. Como que ainda mantém-se uma avaliação no meio de uma possível guerra? Olho para o relógio que reluzia uma luz vermelha, eram cerca de 4:00 da manhã, talvez, eu não tenho certeza, já que minhas pálpebras estão caindo aos poucos deixando tudo à minha volta turvo. Enquanto sinto meus olhos relaxando e minha cabeça pairando sobre qualquer coisa que estivesse na minha frente, sinto um tapa forte e certeiro no meio da coluna. Minha nossa! Isso doeu:

— Eu já estudei para essa matéria Max, podia muito bem estar dormindo! Então faça o favor de arrumar essa bunda e ler a maldita questão! — Miguel berra em repreensão. Ele não era exatamente o estilo de tutor delicado e paciente. Ou você entendia a matéria uma única vez, ou com certeza iria receber um xingo típico de velhos ranzinzas:

— Calma Miguel, só foi um cochilinho da beleza. Não precisa me matar — Tento me desculpar, mas pela cara que Miguel está fazendo tenho a súbita impressão de que provavelmente ele realmente seja um velho ranzinza:

— Você pediu minha ajuda! Então cala a boca e aguenta, mais uma nota baixa e você reprova, seu idiota — Ele diz já mexendo nos papéis enquanto pega um novo exercício. Por mais que Miguel fosse nervosinho ele só não queria que eu reprovasse. Ele podia ser mais carinhoso para demonstrar isso? Sim, mas aí eu perderia toda a diversão. Não consigo deixar de reparar que apesar do cabelo bagunçado preso por uma presilha, os óculos de grau apoiados sobre o nariz e suas olheiras de dias sem dormir, aquele garoto continuava extremamente bonito. Era até mesmo uma afronta. Ele me passa uma folha de caderno rabiscada, mas eu não prestei muita atenção a isso, e no mesmo instante ele indaga, agora um pouco mais lentamente:

— O que está olhando? — Eu fitava aqueles olhos, mas o que exatamente eu estava olhando? Não sabia ao certo para falar a verdade, e estou meio grogue, realmente preciso do meu soninho de beleza, então respondo qualquer coisa que passou pela minha cabeça:

— Você é bonito. Fica bonito de óculos — Eu nem sei por que estou falando isso, mas confesso que gostei de ver um meio sorriso escapando de seus lábios. Gostava da sensação de conforto que se alojava em mim quando estava com ele e com Victor:

— Max, você é um idiota. Você está bacana também, mas precisa lavar o cabelo, com urgência!

Quando Miguel falou isso, entrei em pânico. O que havia de errado com meu cabelo? Ele estava sujo? Mas eu lavei ele... Em algum dia... Droga, esqueci de lavar essa merda. Começo a apalpar desesperadamente meu couro cabeludo, encontrando apenas oleosidade e um completo desastre. Como eu iria ficar bonito agora? Miguel começa a rir copiosamente, colocando uma das minhas mechas grudentas atrás da orelha, e com um sorriso gentil ele propõe:

Garotos Infames - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora