Novos poderes.
A verdade vem à tona.
Uma amizade é testada.
Miguel, Max e Victor são amigos de infância que dividem um quarto no internato Dom Quixote. Em um fatídico dia eles encontram Thiago, um homem de pele esverdeada que traz consigo uma notíci...
O mestre que não sabe se deixar ultrapassar por um aluno é um mestre ruim.
- Józef Elsner
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Victor
Eu não estava aguentando ver Miguel recebendo socos consecutivos, seu nariz expelia um sangue escuro, enquanto que seu rosto estava vermelho coberto pelos mais diferentes tipos de hematomas. Por que a Bianca estava cobrindo meu namorado de socos? Que inferno! Eu estava nas mãos de uma gorila azul, literalmente, sem poderes, sem força contra um maldito gorila, não tinha como ajudá-lo. Bianca interrompe seus socos olhando para mim com a mais completa arrogância que poderia existir, nem mesmo Miguel era tão arrogante
— Você sabe o que vai acontecer com ele se você não falar. Você já despertou seu poder, querido? — Desgraçada, abaixo a cabeça por um momento. Eu preferia morrer a ver algo de ruim acontecer com Miguel, então que se dane. O que ela quiser saber eu falo:
— Não, meu poder não despertou! Não voltaremos aqui, mas por favor, não machuque meu Miguel — Vejo Miguel se remexer com um olho inchado e fios de sangue decorando seu queixo. Antes eu já estava frustrado pelo não despertar do meu poder, mas agora eu estava furioso.
Me mantenho perplexo com aquelas sombras e uma visão turva de tudo que estava ao meu redor, era estranho o fato da única coisa que eu conseguia visualizar claramente era Miguel. E antes que eu me desse conta recebi um tapa na minha cara tão forte quanto imaginava que seria possível, e tudo a minha frente se dissolveu. Miguel respirava ofegante, mas agora seu rosto estava perfeito, sem nem ao menos um simples arranhão. O que estava acontecendo? Logo Miguel e Bianca começaram a discutir e meu sangue gelou ao ouvir Miguel falar:
— Infelizmente meu não é lindinho. Mas acredite, você vai desejar que fosse — Não apenas o teto começou a tremer mas como também cada pedra que estava ao nosso entorno. Fragmentos de rochas caíram sobre nossas cabeças e junto a poeira que se alojava sobre as bancadas. Miguel! Se você explodir esse lugar a gente morre também seu idiota!
Tudo à nossa volta tremulava como se o mundo fosse desabar a qualquer momento. Bom, pelo menos não era o mundo, mas sim o Internato inteiro. Minha voz fica presa na garganta, não sei o que dizer, nem ao menos sei o que pensar, mas se todo esse lugar cair em ruínas eu deveria pensar seriamente em um novo lugar para morar. E eu não quero morrer. Fecho meus olhos torcendo para que Miguel não faça uma merda das grandes e de repente ouço a voz de Max entre os tremores:
— PUTA MERDA! Miguel, pare com iss... — Ele não conseguiu terminar sua frase, apenas senti os dedos da enorme gorila azul me soltarem, enquanto uma pilastra cai sobre sua cabeça. A poeira, o som , tudo estava completamente turvo, e em um momento o som arrogante da voz de Bianca foi substituído por um grito desesperado:
— Isabella! — Quando me dou conta, vejo a menina de cabelos loiros soterrada por uma lacuna de pedra, Miguel respirava devagar se afastando lentamente de algumas pedras que caíram sobre ele. Ele parecia ter alguns machucados superficiais, mas nada grave. Aquilo me deixou assustado, o que Miguel estava pensando?
