Capítulo 38 - O Deplorável Cheiro de Picles

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O tempo é a velha justiça que examina a todos os ofensores; deixemos o tempo julgar.

- William Shakespeare

- William Shakespeare

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Miguel

Talvez eu deveria ter avisado que conseguia fazer isso um pouco antes de Victor arrombar a porta principal e Max ter que se metalizar. Porém, isso pouco me importa agora, quero muito saber o que há dentro da gaveta e principalmente o quão longe poderíamos caminhar ao lado de Bianca. Puxo a pequena maçaneta de metal e quando abro por a completo percebo uma infinidade de tubos de papel, amarrados com pequenos fios de barbante. Todos organizados em ordem, mas um de fato me chamou a atenção.

O pergaminho tinha como selo uma aranha vermelha marcada em um fundo escuro, igual as marcas de cartas antigas, já tinha visto esse tipo de marcação apenas em museus, nunca pessoalmente. Bianca olha atentamente para o pergaminho e com a voz calma e controlada diz:

— Encontramos! Vamos para o Internato, não conseguiremos ler nada nessa escuridão — Olhando mais uma vez para a gaveta, a garota pega um papel diferente dos outros, mas por pequenos detalhes desenhados na folha, parecia algo como uma logomarca industrial, engolindo seco ela parece responder a si mesma em voz alta:

— Vamos levar esse também, meu pai... Quer dizer, Antônio fez esse projeto. Enfim, vamos embora — Mesmo estando com pressa, não resisto em pegar seu punho fazendo com que seus olhos castanhos encarassem os meus:

— Por que vocês começaram a dominação, ou seja lá como vocês chamaram isso, pelo internato? Isso ainda não faz sentido para mim — Com um olhar triste e desolador, um suspiro veio acompanhado de sua resposta:

— Essa é a escola que o Professor estudou quando mais jovem. Por isso vocês foram mandados para cá. Acho que queríamos nossa pequena vingança contra ele, mas... Talvez não tenha mais sentido fazer isso — Solto seu punho e percebo um semblante cheio de tristeza, talvez elas não fossem tão ruins afinal. Depois que passamos cerca de duas horas juntos ela me pareceu um tanto quanto mais... Humana. Ouvindo seus saltos pelo assoalho, Max se aproxima do meu ouvido falando em um sussurro:

— Não sei por que, mas eu meio que gosto dela, embora ela cheira a perfume caro e a grife — Abro um meio sorriso me virando para Victor:

— O que você acha grandão? — Ele olha para a garota ruiva um pouco mais afastada e caminha em sua direção, quando fica ao seu lado estende a mão colocando-a no ombro de Bianca:

— Sabe, Antônio realmente não foi o pai do ano, para ninguém aqui. Entendo vocês, vamos tentar ajudá-las ao máximo para que o Setor Aranha não seja destruído, e... Sinto muito por tudo que aconteceu — Vejo os olhos de Bianca brilharem na escuridão, e apertando os lábios ela responde:

— Obrigada, e você não é tão estúpido quanto parece. Vamos embora — Sorrio internamente ao perceber que toda semana passada não passou de um grande, grotesco e desnecessário mal entendido. E a causa de tudo que aconteceu, com ou sem o prefeito, foi Antônio. Ele fez a vida das meninas um inferno para provar a si mesmo que tinha tomado a decisão certa, enquanto Thiago era contra, além disso o abandonou, esqueceu da nossa existência e se um documento seu estava junto aos arquivos do Prefeito, não dúvido nada que ele esteja envolvido até o pescoço com a destruição do Setor Aranha. Bem como Samuel disse. Antônio é a raiz de todos os problemas, mas também é a fonte de nossas respostas.

Garotos Infames - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora