Capítulo 15 - O Enigma do Subsolo

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No final, não nos lembraremos das palavras dos nossos inimigos, mas do silêncio dos nossos amigos.

- Martin Luther King Jr.

- Martin Luther King Jr

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Miguel

Acordo de madrugada, se não estou enganado hoje é quinta-feira, dia da maldita aula de Geometria, logo no primeiro horário. Percebo que ainda não tinha amanhecido. Ao olhar para o relógio da cômoda vejo que são 04:43. Olho para todos os outros dormindo em suas devidas camas, Max e Victor juntos e Thiago à minha esquerda. Afasto os lençóis e saio da cama o mais silenciosamente possível. Sinto o chão gelado sobre meus pés e o silêncio ensurdecedor do quarto

Eu tinha que aproveitar essa oportunidade. Vou até minha escrivaninha abrindo a primeira gaveta. Alguns desenhos que eu ganhei de Victor e anotações aleatórias. De maneira rápida levanto o fundo falso por um pequeno chaveiro colado na base de madeira. Ali estava o mapa que havia feito da escola junto às chaves da diretoria principal. Victor falou que elas estavam controlando a diretoria da escola, ali seria um ótimo lugar para se organizar. Vou descobrir se minhas teorias estão certas. E ninguém vai me atrapalhar.

Imediatamente peguei minha mochila que estava posta de qualquer jeito entre meus quadrinhos, colocando dentro dela o mapa e as chaves, além dos materiais das aulas de hoje. Precisava de um álibi caso fosse pego e nada melhor do que passar mais algumas horas durante a madrugada enfiado na biblioteca. Me visto de um moletom azul e uma calça de tactel preta. Coloco também o par de all star pretos na mochila. Não podia arriscar fazer barulho.

Saio do quarto, prestando atenção no meio da mais completa escuridão do corredor do dormitório masculino. O vão das portas mostrava que alguns quartos ainda mantinham suas luzes acesas. Tenho que tomar cuidado para que não me vejam, felizmente todos ali estavam fazendo coisas ilegais demais para se preocupar comigo. Vamos ver. Pego o mapa junto a meu celular, que inevitavelmente permanecia sempre em meu bolso. Ilumino o pequeno papel lotado de rabiscos e anotações que qualquer pessoa tentasse ler seria como decifrar um enigma. Rapidamente decorei o caminho mostrado pelas linhas de um papel amassado. Segunda direita, suba dois lances de escada e voilá, estamos na sala da diretoria principal. Havia duas possibilidades. Ou as meninas montaram seu covil naquela sala ou o sistema de vigilância do colégio estava intacto. Estou torcendo para que a segunda opção seja a verdadeira.

Caminho em silêncio, ouvindo apenas os ruídos sistemáticos das árvores sobre as janelas mais altas e o som dos móveis e bancos no pátio se dilatarem. Eu particularmente não gostava muito de escuridão, mas não me importava em encará-la para conseguir o que eu queria. Quando me dou conta estou frente a enormes escadas circulares que sinceramente destoam da arquitetura clássica do Internato. Acredito piamente que reformaram o colégio e era tarde demais quando se deram conta da inexistência do material que usaram no século passado para construí-las pela primeira vez.

Garotos Infames - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora