Capítulo 37 - Entre Portas e Fechaduras

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Olho por olho e o mundo, acabará cego

- Mahatma Gandhi 

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Victor

Eu particularmente ainda preferia estar desenhando alguma coisa ou dormindo. Infelizmente caminho pelo asfalto duro e cinza. Bianca se mantinha na frente com os braços estendidos, aparentemente ela estava criando uma ilusão ao nosso redor. De início não era possível percebê-la, mas logo todo o nosso entorno ficou tremido e turvo. Quase como uma fumaça que nos fazia desaparecer. Isso era interessante, entretanto não entendi até agora como entraremos, pelo menos isso era pepino do Max, ou seja, eu não tinha nada a ver com isso.

Caminhamos em linha reta, já que a garota deixou bem claro que qualquer movimento brusco poderia desfazer essa ilusão nos revelando para dois seguranças noturnos. Se bem que eu poderia encará-los no braço, já que meu poder se revelou. Penso isso com orgulho, me senti por um curto momento parte de algo muito maior do que eu. Isso provavelmente deixaria minha mãe orgulhosa, bom pelo menos dentro de algum caixão pela estrada que saía da cidade.

Tentamos ao máximo andar em silêncio, assim que passamos pelos guardas respiro aliviado, olhando fixamente o cabelo amarrado de Max. Pelo menos eu estou com os garotos então as coisas dariam certo a sua maneira e eu oficialmente deveria parar com pensamentos que trazem má sorte. Porém, uma voz grossa e irritadiça ecoou frente ao prédio, isso fez com que meu pessimismo crescesse imediatamente:

— Você está sentindo o cheiro de cigarros? Não estava aqui antes — No momento que o homem forte e alto falou interrompemos o passo em uma expectativa desoladora, eu já posso ir para casa terminar a desenho que estava fazendo de Max? O guarda mais baixo cheirou o ar investigativamente, pouco tempo depois ele responde:

— Que estranho, também estou sentindo. E parece estar em movimento — Nesse instante ambos olham diretamente para onde estávamos, e como eu era o último da fila senti olhos negros me fuzilarem através da ilusão. Obrigado amiga de Max.

Enquanto eles se aproximavam a tensão do ambiente se tornou esmagadora, o que faríamos agora? Somos cinco adolescentes invadindo um prédio. Meu sangue gelou e minhas veias se incharam pelo temor, eu odiava suspense, nada era pior na minha opinião. O grande sujeito estendeu a mão e quando esta ficou a milímetros do meu rosto, toda a ilusão se desfez de repente. E eu sabia a causa disso. Helena pulou na minha frente com duas espadas em cada mão. Onde estavam essas espadas? Minha pergunta é respondida quando percebo que parte do macacão estava amarrado em sua cintura e duas bainhas presas em suas costas. Imediatamente ela ordena:

— O que estão esperando? Se apressem! Eu posso lidar com esses dois — Ela visivelmente sabia o que estava fazendo e não era eu quem iria contestar. Aparentemente todos pensaram o mesmo, já que corríamos apressadamente pelas escadarias de mármore escorregadio e chique demais para o meu gosto. Paramos em frente a grandes portões de madeira maciça. A fechadura era um metal antigo e muito fortificado, era necessário no mínimo uma chave enorme e grotesca para abrir essa porcaria. Bianca encara Max em pânico falando meio ao som de espadas e bastões se chocando:

Garotos Infames - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora