Capítulo 25 - A Grande Lata de Sardinha

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 Para se encontrar pense por conta própria.

- Sócrates 

- Sócrates 

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Max

Depois de um longo momento de puro constrangimento e talvez muito mais úmido e catarrento do que eu imaginava, eu e Antônio saímos do laboratório indo em direção aquele maldito elevador. Eu tinha em mãos o meu pequeno frasco de vidro, não sabia ao certo como usá-lo (sim sabia que era de beber e que nos deixaria mais forte, igual a Whey Protein). Já que a única explicação que tinha foi resumida e mal feita pelo Professor, não consegui insistir muito em termos científicos com ele. Nesse momento passou pela minha cabeça que talvez Antônio tenha me trago aqui, pois não tinha mais ninguém que pudesse trazer.

Tento me manter calmo dentro daquela lata de sardinhas transparente, (mesmo que fosse um elevador enorme, aquilo não passava de uma lata de sardinha). Sinto minhas mãos ficarem suadas e nojentas pelo meu nervosismo iminente. Sabia que elevadores, montanhas-russas e escaladas em montanhas eram coisas incríveis, mas eu não precisava gostar não é mesmo? Droga! Eu realmente estava apreensivo. De repente, enquanto olho estaticamente algum ponto desconhecido no meio do ar, sinto uma mão agarrando firmemente o meu braço, me puxando para fora do elevador:

— Ei! O que está fazendo? Pensei que iriamos embora daqui! — Questiono ainda mais apreensivo com os movimentos repentinos e controladores de Antônio, não é por nada professor, mas tenho a leve impressão que foi isso que resultou no seu total e completo abandono. Ainda de costas para mim ele pega um molho de chaves, que chacoalha fazendo aquele barulho irritante de metal se chocando. Para alguém que poderia virar literalmente qualquer metal, meu amor por tais materiais era bem reduzido.

Me dou conta que estamos frente a uma porta bem diferente do resto da sala. Ela continha dobraduras enferrujadas, e sua superfície suja e amassada. Parecia que alguém a pegou de um topa-tudo e achou que combinaria com o resto da sala. Assim que terminou de destrancá-la, Antônio a abriu exibindo uma série de lances de escadas iluminadas por uma luz fraca e desoladora, mas ainda sim escadas.

Ele me olha um pouco aflito, como se não soubesse ao certo o que estava fazendo. Porém, isso pouco me importa, ele acabou de mostrar que se importa comigo de uma maneira simples e banal. Abro um sorriso imediatamente e sem um pingo de medo, piso naquelas escadas que para uns poderiam ser detestáveis, mas para mim era um digno paraíso.

...

Estamos no mais completo silêncio a cerca de 20 minutos e isso estava me deixando inquieto. Esse sujeito não tinha nem ao menos uma mísera música para tocar durante o trajeto? Eu aceitaria qualquer coisa, até mesmo Marília Mendonça para relembrar dos meus momentos de corno. Mas ele parecia profundamente inebriado em si mesmo, que nem ao menos tive a ousadia de atrapalhar seu momento. Apenas apoio minhas costas sobre o couro macio.

Garotos Infames - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora