Novos poderes.
A verdade vem à tona.
Uma amizade é testada.
Miguel, Max e Victor são amigos de infância que dividem um quarto no internato Dom Quixote. Em um fatídico dia eles encontram Thiago, um homem de pele esverdeada que traz consigo uma notíci...
Para vermos o azul, olhamos para o céu. A Terra é azul para quem a olha do céu. Azul será uma cor em si, ou uma questão de distância? Ou uma questão de grande nostalgia? O inalcançável é sempre azul.
- Clarice Lispector
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Miguel
Eu ainda não acredito no que está à minha frente. Antônio poderia ser um pai deplorável e um marido decadente, mas tenho que admitir que o cara era um gênio. Aquela máquina é fantástica. Disso não havia dúvidas. Talvez me juntar ao lado do mal seria incrível apenas para usar esse tanque gigante. Ou talvez poderia usá-lo para impedir a invasão. Encaro os muros que separam o Setor Aranha do resto da cidade. O símbolo de uma aranha preta em fundo vermelho recobria cada uma das paredes que se estendiam pela avenida. Devemos ir diretamente ao encontro da arma, não podemos perder tempo com o exército.
Mantenho a frente encarando as explosões isoladas que aquela arma lançava de tempos em tempos. Como chegaríamos sequer perto dali? Entre o ar fedido e a fumaça lasciva, consigo sentir também o cheiro irritante de grife. Olho para o lado vendo Bianca com o olhar duro e sóbrio, nada de laços dessa vez. Ela me encara e dita as ordens:
— Qualquer um que não tenha poderes vai encarar o exército, cuidado, eles estão armados! Os outros, venham comigo, vamos destruir aquele tanque idiota por dentro — Essa garota é uma líder, e eu adorava isso nela. Encaro os garotos, eles estão completamente receosos, especialmente Max, o que há com ele? Está estranho desde que voltamos da luta com as meninas. Não posso cair nas dores do garoto agora, temos que parar aquela máquina. Aceno a cabeça torcendo para que eles me entendam, e como sempre, eles pegam a mensagem no ar. Vamos encarar esse Prefeito e acabar com isso agora.
Começamos a correr em direção à grande máquina enquanto o pequeno exército de Nari acompanhava Helena e os outros contra o ataque terrestre do Prefeito. Mais uma vez uma explosão faz a terra sob meus pés vibrarem de modo deprimente. A única coisa que conseguia ver eram as chamas vermelhas meio a fumaça destruindo tudo que havia dentro dos muros decorado pela aranha. A questão é: O que exatamente havia dentro desses muros para que o prefeito temesse tanto? Imediatamente vi de longe pessoas correndo desesperadas fugindo dos bombardeios que soterraram suas casas e suas famílias. Isso não poderia ficar assim, alguém deveria salvá-las, mas sinceramente meu poder é completamente inútil nessas horas. Porém, eu sabia muito bem que poderia fazer o serviço:
— Victor e Aline evacuem o Setor Aranha o mais rápido possível. Nos encontramos na base do robô assim que acabarem, vamos tentar atrasá-lo o máximo que pudermos. Voltem o mais depressa possível — Victor concorda velozmente, no mesmo segundo pega a mão de Aline de modo desengonçado e bruto:
— Você consegue ir até a divisa do muro para adiantar a retirada do pessoal? — Victor exclama meio a mais uma explosão desproporcional, Aline recobra os sentidos momentaneamente respondendo agitada:
