Capítulo 37 (Parte I)

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Pov Renesmee

Era difícil ver a enfermeira levar meu príncipe para o berçário, ele estava calmo e sereno em meus braços, confortável seria a palavra certa. Jacob ainda não havia voltado e ficar sozinha no quarto do hospital não era nenhum pouco reconfortante, fora que eu ainda não tinha visto minha princesa e nenhuma alma viva apareceu para me ajudar a levantar e me levar até Agatha.

Mas eu temia vê-la, minha mente tentava imaginar seu corpinho ligado a aparelhos, senti meus olhos marejarem, eu precisava ser forte por nós quatro. Eu nunca havia sonhado em ser mãe, esposa, amar alguém e agora eu tinha tudo isso, mas bem escondido dentro de mim, eu temia falhar.

A porta se abriu e Dr. Landon e Tânia entraram ambos sorrindo.

— Como está nossa paciente preferida? — Ele perguntou.

— Como está Agatha? — Retruquei a pergunta, minha mente focada em apenas ter notícias dela. Não me importava o fato das minhas pernas estarem pesadas ou a dor chata nos pontos na barriga ou os meus seios inchados, eu estava aceitando tudo, redirecionando minha preocupação somente aos meus filhos.

Eles se fitaram antes de voltar à atenção novamente para mim. Meu coração descontrolado parecia estar sendo esmagado. Os momentos do parto teimavam em voltar. Respirei fundo tentando inutilmente evitar as lágrimas.

— Estamos fazendo o nosso melhor, querida — minha tia disse — Acreditamos que ela ficará bem logo.

— A verdade — pedi.

— Agatha está sendo monitorada, Renesmee, essa é a verdade. Não a nada com que se preocupar.

Não me preocupar? Como eu poderia desconhecer o quadro clínico da minha filha sendo que ela estava em uma UTI ligada a aparelhos?

— Quando irei vê-la?

— Amanhã, agora pode responder nossa pergunta? — Dr. Landon disse sorrindo.

Respirei fundo, percebendo que suas respostas não passariam da famosa frase "Estamos fazendo nosso melhor", um pedido para que eu acreditasse na frase "Confie em nós".

Eu sempre questionei minha mãe em relação ao cuidado excessivo comigo, as ligações a cada dez minutos, as mesmas perguntas. Sua preocupação, às vezes, me irritava e hoje eu agia igualmente a ela e conseguia compreender aquele cuidado, seu carinho.

Quando descobrimos que um ser inocente e delicado cresce dentro de você, a primeira reação é o susto, o medo. Com o passar dos meses sentimos raiva, não dele, mas das mudanças em nosso corpo, os conflitos hormonais e quando finalmente chegamos à reta final temos medo de não ser a mãe que ele merece. E no momento em que os colocamos em nosso colo é como se tudo estivesse no lugar certo, o medo não vai embora, porém surge à vontade de fazê-lo feliz, protegê-lo e eu queria ter essa oportunidade com minha Agatha.

— Bom... Está doendo, é mais parecido com câimbra lá dentro.

— Alguma enfermeira deu-lhe medicações? — Tânia perguntou olhando para o monitor.

— Não, a menos que tenham me medicado ontem e como eu estava inconsciente. — Respondi — Quando posso tirar os pontos?

— Daqui a dez dias.

Eles continuaram fazendo perguntas e mais perguntas, enquanto eu olhava uma vez ou outra para a porta torcendo para receber alguma visita ou que Jacob aparecesse. Qualquer coisa que me fizesse sorrir, principalmente se fosse um pacotinho azul ou rosa ou quem sabe os dois. Tânia ainda disse alguma coisa sobre alimentação, amamentação, os exercícios físicos que eu poderia fazer, além de sugerir uma pediatra que havia participado do parto e morava aqui em Forks.

— Voltamos depois, ok — ela disse apertando minha mão — Parabéns querida, eles são lindos.

— Obrigada — disse abrindo um grande sorriso pelo mais importante acontecimento da minha vida.

Assim que eles saíram, meu pai apareceu na porta com um grande urso de pelúcia branco segurando um coração escrito "Parabéns mamãe", o urso era idêntico ao que Edward me deu de presente quando completei quinze anos, na outra mão havia balões azuis e rosas, e seu rosto o delatava. Jamais tinha visto seu olhar tão fascinado e orgulhoso. A única coisa que consegui foi retribuir o sorriso.

Não havia uma única palavra que conseguisse abranger toda a minha felicidade ou pensamentos mostrando como seria essa nova fase da minha vida quando voltássemos para casa.

— Soube que é o avô mais babão do mundo, pelo menos sua neta já cai de amores pelo senhor — disse olhando-o acomodar o urso na poltrona e amarrar os balões aos pés da pequena mesa e se sentar ao meu lado. — Como conseguiu escapar de todos seus compromissos?

— Uma grande nota na imprensa informando a novidade — deu de ombros — Sente-se bem?

— Muito, acho que no final qualquer dor vale à pena. Matt é tão pequenininho, quando peguei no colo — suspirei — Ele é lindo e..... Não vejo a hora de conhecer a Aga, ver seu rostinho, segurar sua mãozinha, contar cada dedinho. Como ela é?

— Linda igual à mãe — respondeu beijando minha mão — Ela ficará bem, Nessie. Todos estão lá fora em frente... Bom você sabe.

— Por que disse todos? A família inteira está aqui?

— É um momento inesquecível, filha. Pela primeira vez na história dos Cullen temos gêmeos, você e a Leah são as netas favoritas, mimadas e terríveis.

—Papai! Não somos terríveis. — Disse sorrindo — Agatha se parece mais comigo ou com o Jake?

— Infelizmente ela não herdou nada de você. Em compensação é a cara do pai. Sua mãe disse que é o mal dos Swan, todos os filhos são a cara do pai, o sofrimento sempre sobra para mãe.

— Ela tem os cabelos pretos ou castanhos como o Matt?

— Cabelos pretos e nem parece que é um bebê prematuro.

— Então ficamos quites, já que o Matt se parece mais comigo.

Ouvimos uma batida desesperada na porta e uma Leah desenfreada entrando no quarto.

— Como está a mamãe mais linda do mundo? — Ela perguntou me abraçando apertado — Por que o Richard não resolveu fazer o mesmo que os primos? Assim teríamos três aniversariantes no mesmo dia — ela brincou se sentando do outro lado da cama.

— Leah, seu filho só está fazendo charme, esperando o momento certo para ser o centro das atenções — pisquei para ela — Você viu os meus filhos?

— Ah sim, vontade que me deu de apertar aquelas bochechas, mas o Jacob me lançou um olhar de pai ciumento.

— Ele é um pai coruja.

— Espero que Sam não desmaie no parto, acredita que apostaram se o Jacob iria ou não aguentar até o final?

— Acredito é bem típico da nossa família.

— Filha, eu vou procurar a sua mãe — meu pai disse beijando minha testa — Volto logo.

—Tudo bem — respondi voltando minha atenção para Leah que continuava a tagarelar — Você viu a Agatha, ela está realmente bem ou estão mentindo para mim? — Perguntei Leah nunca mentiria ou omitiria algo de mim.

— Ela só está em observação. Logo ela estará aqui em seus braços, chorando por tudo, indo para casa acordado vocês de madrugada, aprendendo tudo que tem direito. Acalme esse coração materno. — Assenti, abraçando-a.

Casados Pelo Acaso (Fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora