➷ ᴍᴇᴜ ᴄᴏʟᴇɢᴀ ᴅᴇ qᴜᴀʀᴛᴏ ➹

Capítulo 72 - O Inevitável

Rin On
Depois de mais uma longa e cansativa semana de provas, eu estava louco pra passar um final de semana inteiro deitado no sofá embaixo das cobertas tentando entender Dark, mas agora, em plena sexta a tarde, estou arrumando minhas malas para passar um final de semana na casa dos meus pais, incluindo o fato de que vou ter que contar pra eles sobre o meu relacionamento.

R: Isso vai ser um desastre...

S: O que disse? — Dei um pulo, tinha esquecido que Sekki estava atrás de mim e acabei pensando alto demais.

R: N-não é nada...você já está pronto? — Tentei desviar do assunto, se tudo correr bem eu nunca vou ter que conversar com ele sobre aquele dia.

S: Sim, ainda falta uma hora pro nosso trem sair, quer fazer o que?

Pensei um pouco e nos encaramos, ele riu de canto e naquela hora entendi no que ele estava pensando, não podia negar, pensei no mesmo.

×××

R: S-sekki, para com isso~

S: Como eu poderia parar? Já viu a cara que está fazendo?~

R:M-mesmo assim...Você está roubando!! Esses combos não estão no manual do jogo. — Estava perdendo feio para ele no Mortal Kombat, isso era uma vergonha.

S: Nunca poderá me vencer Rin, eu sou implacável! — Ele fez uma péssima risada maligna enquanto parecia fazer uma espécie de feitiço porque não era possível que aqueles ataques existissem.

O jogo exibe minha clara derrota mostrando um gigantesco "Finish Him" na minha tela, era humilhante.

S: E assim fica 20 à 04 — Fiz um biquinho emburrado, meus anos de prática foram pelo ralo em menos de minutos. — Ah não faz essa carinha fofucha, você sempre vai ser um campeão pra mim.

Ele começou a fazer cócegas em mim, ele sabe que eu não resisto a cócegas, me debati tentando faze-lo parar mas eu não sou um grande exemplo de força física.

Depois de alguns torturantes segundos ele para, mostrando a língua pra mim como uma criança.

R: E aí? Quanto tempo falta pro nosso trem sair? — Perguntei já me levantando, nós perdemos um bom tempo jogando então provavelmente já estava na hora de sairmos.

S: Caramba! Ele sai daqui a cinco minutos! Temos que correr! — Sekki segurou minha mão correndo para a porta, por sorte me lembrei de pegar as malas, corremos pelas ruas como dois malucos e chegamos 1min antes da saída.

Nos sentamos em nossos assentos totalmente ofegantes e cansados, não dava pra acreditar que tínhamos perdido a hora jogando videogame.

S: Nossa...quase que não chegamos a tempo, hein — Disse Sekki respirando forte, eu não estava diferente, não somos muito... atléticos, e não tenho vergonha disso, prefiro acreditar que usamos mais o nosso intelecto.

Agora seria uma longa viagem de trem até Osaka, um lado meu estava aliviado por acabar com isso logo porém o outro estava completamente nervoso, não conseguia me acalmar, não sei porque isso me abala até hoje mas...não consigo controlar.

S: Ei, Rin. — Sekki me cutucou me acordando dos meus pensamentos. — Quer continuar Dark enquanto não chegamos? — Ele sorriu pra mim exibindo seus fones de ouvido, acho que posso aguentar qualquer coisa enquanto estiver com ele, inclusive esse reencontro. Afirmei com a cabeça e nos ajeitamos para assistir, enquanto ficava com minha cabeça apoiada em Sekki eu percebia o quão sortudo eu era por tê-lo em minha vida, e pensar que tudo aconteceu tão rápido.

Conseguimos terminar a segunda temporada toda visto que a viagem era bem demorada, não tinha certeza se foi uma boa ideia assistir no trem, estava com uma imensa dor de cabeça.

S: Acha que sua mãe vai ter remédio pra você quando chegarmos? — Perguntou Sekki me encarando meio preocupado, acenei que sim com a cabeça, minha mãe sempre foi cuidadosa comigo, afinal meu sistema imunológico nunca foi dos melhores, quase sempre ficava resfriado na infância.

O trem parou em nosso ponto e engoli seco, não dava mais pra evitar, finalmente estávamos em Osaka.

Descemos de nosso vagão e começamos a caminhar pelas ruas, era reconfortante estar novamente em um lugar tão familiar, mas isso não me tranquilizava no momento. Caminhamos por alguns minutos até encontrarmos minha casa.

R: É aqui... — Falei desanimado, tinha muitas memórias daquele lugar.

S: Está pronto? — Afirmei com a cabeça e Sekki segurou forte minha mão, senti um arrepio na espinha ao ouvir a campainha sendo tocada.

O inevitável havia chegado.