CAPÍTULO 6- ME AJUDA?
Visão: OlíviaAcabei de me separar deles e sinto que há algo a mais em todas as provocações. Por um lado é bom ter amigos que se gostam, se é que posso chamá-los assim, por outro é um pouco... Solitário. Acho que não foi uma boa ideia ter escolhido o sul, ele parecia tranquilo antes, mas observando de perto, é bem sombrio, mas é melhor não voltar. Se algo acontecer comigo, eles sabem em que direção vir me procurar. Estou andando, tomando cuidado com plantas e animais peçonhentos, me lembrando de quando brincava na floresta de casa. Parece que aconteceu faz tanto tempo... mas nem dois dias se passaram. De repente escuto um barulho perto de mim, atrás de uma árvore de tronco grosso e largo.
- Alô? Quem está aí? - digo um pouco assustada
Ninguém responde, então tento de novo.
- Alguém está aí? Tenho um pedaço de madeira e não tenho medo de usar - posso parecer corajosa com um pedaço aleatório de madeira que peguei no chão da floresta, mas estou realmente com medo agora. Já passei por maus bocados e odeio que me assustem.
Uma pessoa surge, saindo de trás da árvore e vem pra cima de mim, rápida como um raio. Ela estava vestida inteiramente de preto, com um capuz cobrindo o rosto. Ela me dá um soco bem dado no queixo, e eu desmaio.
Acordo em um lugar sem luz, em uma cadeira com os punhos e os tornozelos amarrados por cordas grossas com nós bem feitos. Me desespero e grito por ajuda, mas isso só denuncia ao meu sequestrador que eu acordei. Logo uma brecha de luz aparece e a pessoa de preto entra no cômodo, vejo onde está a saída, mas ela fecha a porta rápido demais para eu perceber mais coisas ao meu redor. Sinto a tal pessoa misteriosa se aproximar de mim de forma fria e calculista, como se me testando a gritar. Ela então ajoelha de frente pra mim e se apoia nos meu joelhos, se agachando.
- Nunca perdeu a beleza, não é? Como você está? As amarras estão confortáveis? - A voz era assustadoramente familiar e se fosse mesmo a pessoa que eu pensava que era, estaria morta em poucos minutos.
- Q-quem é você? Por favor me tira daqui, eu só estava caminhando pela floresta e... Aaii! - recebi um aperto forte nas minhas coxas acima do joelho - Você é muito tarado! E um idiota! O que eu fiz pra você?
- Ora... Não vá dizer que não me reconheceu... Amor - disse o homem, levantando e chegando próximo do meu rosto, perto o bastante para eu conseguir sentir seu suspiro no meu pescoço e ver o brilho fraco do seu olhar.
- L-luke... - E é ai que tudo desaba para mim. Cuspo na cara dele e tento chutar e bater apesar das amarras, grito desesperada por socorro, o máximo que consigo, enquanto ele sorri cruelmente, limpando a cara.
- Que belo reencontro de almas gêmeas não é mesmo? - Luke diz se aproximando.
Eu não conseguia enxergar ele mas conseguia senti-lo, me rodeando como um caçador caça sua presa. Eu então fiz algo que, apesar de tudo, não me arrependo de ter feito: peguei impulso pra trás e bati minha cabeça com força no chão, desmaiando.
Estava no apartamento de Luke, na capital. Fazia um mês que tinha ido morar com ele. E estava muito, muito assustada com seu temperamento obscuro. Queria voltar pra casa, mas ele não me deixava. Tinha tirado de mim todos os aparelhos eletrônicos que eu possuía e se eu fosse sair, tinha que pedir permissão. Toda noite ele inventava um tipo diferente de me machucar. Então quando ele saiu com os amigos e me deixou trancada em casa, arquitetei um plano. Eu iria sair daquele pesadelo esta noite. Corri pelo apê pegando minhas coisas e colocando tudo na mala que tinha trazido, estava quase finalizando quando escutei um barulho na porta da frente. Ele havia chegado. A cópia da chave que eu havia feito no meio da semana estava obstruindo a fechadura, então ele estava trancado do lado de fora e eu do lado de dentro. Fui para o hall com cuidado. Era um apartamento grande, podia me esconder no banheiro se tudo desse errado.
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Os três mundos {(Livro 1)}
Science FictionTrês adolescentes vivem em realidades diferentes e, sem saber o porquê, acabam sendo levados para dimensões que não são as deles. Eles vão ter que encarar esta nova realidade e descobrir o motivo de estarem lá.