CAP 23 -INDO A OREGON VISÃO:SILAS
Acordamos bem cedo para chegar a Oregon que, pelo mapa que eu peguei do orfanato, parecia bem perto, mas na verdade eram cento e sessenta horas a pé.
- Eu acho melhor tentarmos achar algum tipo de ajuda para chegarmos mais rápido em Oregon. Já usamos um dinheirinho no ônibus, temos que economizar daqui pra frente. - eu disse, checando algumas informações no meu celular, o único com bateria.
- Acho bom também. Estamos na estrada desde que acordamos... Estou ficando cansada - reclamou Amanda, que estava atrás de mim. Gi não falava muito, pra poupar fôlego, já que era a vez dela de carregar os suprimentos. - E eu to com fome. A barrinha de cereal que nós comemos de manhã não me satisfez. Quero mais comida!
Eu também estava morrendo de fome, então procurei no mapa se tinha alguma vila ou cidade próxima dali. Por sorte, eu encontrei uma a poucos quilômetros de onde estávamos.
- Ei, o que vocês têm de dinheiro aí? Vamos contabilizar e ver se dá pra pagar um almoço para nós três - eu disse, parando e olhando para as duas atrás de mim - Tem uma cidade aqui perto, se andarmos um pouco mais, chegamos lá antes do sol da tarde chegar.
Gi descarregou sua mala e a mala dos suprimentos e tiramos tudo que podia ser de valor e tudo o que nós tínhamos de economia: 60 reais, um relógio, livros antigos, um bicho de pelúcia e uma luva. Resumindo, no máximo 100 reais.
- É... Acho que vamos ter que roubar... - eu disse - Sabe, temos algumas bugigangas, que não tem valor nenhum e temos dinheiro e um relógio, mas acho melhor gastar esses itens em caso de extrema necessidade. Temos um loongo caminho pela frente.
Elas concordam e seguimos andando até a cidade, decididos a comer alguma coisa até o final do dia. Na entrada de Blubew tinha uma lanchonete e fomos nos dirigindo para lá, mas paramos ao ver folhetos em um poste.
"Procurados
Três adolescentes fugiram na noite de ontem e são suspeitos por queimarem um orfanato e assassinarem sua dona. Trazê-los à delegacia VIVOS.
Recompensa: 3.000"
- Assassinato?? - eu exclamo, irritado - Sério que eles pensam que fomos nós que matamos Amélia?
- Merda! - Amanda se aproxima e lê por cima do meu ombro - Quem eles pensam que nós somos?
- Acho melhor mudarmos um pouco. Eles anexaram fotos recentes nossas - Gi disse, apontando para três folhetos atrás do poste. Lá estamos, Gi com seu cabelo longo e loiro, Amanda com seu cabelo cacheado gigante e eu com meu cabelo loiro batendo nos ombros. - Sabe... Se vocês concordarem, tem um salão de beleza ali na esquina.
Nós olhamos para onde ela estava apontando e eu comecei a sentir o nervosismo de Amanda. Ela amava seu cabelo. Mas vi ela concordar devagar.
- Podemos comprar ou roubar roupas daquela loja também... - ela disse, com a voz meio rouca, apontando para uma loja brechó na nossa frente.
Montamos um plano e nos separamos. Eu fui para a lanchonete e gastei vinte reais em um lanche para nós, dei meu relógio para Amanda e ela foi até a loja de roupas. Gi foi para o salão com o resto do dinheiro marcar três cortes e nos encontramos meia hora depois para comermos no meio fio. Nos vestimos no banheiro do salão enquanto não chegava nossa vez e eu achei a escolha de roupas bem esperta. Gi saiu com um vestido preto, uma legging azul escura, os mesmos tênis de antes e um moletom no braço. Amanda estava com uma camiseta e uma legging preta, tênis escuros e um casaco também preto. Fui ver minha roupa e era muito parecida com a das duas, casaco e camiseta pretas e calça jeans. Nós nos camuflaríamos bem onde quer que fossemos. Fomos atendidos e cortaram nossos cabelos. Ficamos quase irreconhecíveis. Amanda e Gi cortaram seus cabelos na altura do ombro e eu fiz um corte bem curto, grudado na cabeça. Saímos de lá ao pôr do sol e estávamos muito cansados para continuar a pé, mas antes de fazermos qualquer coisa, eu escutei sirenes vindo para a cidade.
- Rápido! Para aquele carro! - eu disse, já correndo para um carro cinza, estacionado em frente a loja do brechó. Assim que eu tentei abrir a porta, senti algo frio sendo posicionado na minha cabeça: o cano de um revólver.
- Saia já do meu carro - disse o homem, em um tom perigoso
- Você largará esta arma, me dará a chave do carro e irá dizer para a polícia que nenhum de nós esteve aqui... - eu disse, com uma voz que não era minha
O homem me encarou e seus olhos haviam se tornado brancos. Eu arregalei os olhos assustado, enquanto ele fazia exatamente o que eu disse. Não sabia como tinha feito aquilo e nem o porquê, mas apressei as meninas para dentro do carro e dei partida em direção a estrada o mais rápido possível.
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Os três mundos {(Livro 1)}
Khoa học viễn tưởngTrês adolescentes vivem em realidades diferentes e, sem saber o porquê, acabam sendo levados para dimensões que não são as deles. Eles vão ter que encarar esta nova realidade e descobrir o motivo de estarem lá.