Os três mundos {(Livro 1)}

Capítulo 32 - A Verdade (parte 2)

Continuação...

- Como é que é? Há mais de 10 anos? Eu estava esse tempo todo em um orfanato!! E ninguém veio me procurar, ninguém! - digo, me inclinando para a frente e cuspindo as palavras com ódio.

- Você estava em outra dimensão! - ele berra, mais triste do que bravo - Sua mãe roubou você e seu irmão de mim...

- Irmão...? Pera, eu tenho um irmão? E minha mãe me roubou? Quem é ela afinal? É a mulher da foto? Porque eu tenho o mesmo colar que ela e...

- Calma Silas... Uma pergunta de cada vez. Seu nome é Silas, né? Era o nome do seu avô, tomare que aquela aberração não tenha mudado..

- Sou Silas sim - digo, um pouco impaciente - e a aberração em questão é?

- Sua mãe, claro - ele diz, mas depois do meu olhar de pânico ele corrige - Você já vai entender o motivo. - ele se ajeita e começa a falar:

- Há mais ou menos 20 ou 30 anos, eu e um bando de amigos de faculdade estávamos pesquisando realidades alternativas como tema de um trabalho, até que o mais esperto de nós, Connor, achou uma prova de que outras dimensões existiam: um colar. Este que você está usando nesse momento, sim. - ele complementa, após eu apontar para meu pescoço.

- Como? Como ele conseguiu fazer isso? - digo

- Não sei, de verdade. Ele só apareceu no meu quarto um dia, como um lunático, gritando que havia achado um colar. Na floresta.

"- Como assim um colar na floresta? Você endoideceu Connor? - eu havia acabado de acordar, com os berros do meu amigo, entrando como um furacão em nosso dormitório.

- Eu já disse! Um colar na floresta! E não, não endoideci. Eu estava andando pelo limiar da floresta do campus quando de repente tudo ao meu redor pareceu se curvar e esse bendito... - ele tira o colar do bolso da calça - ...colar apareceu! Eu juro! E ai... e ai apareceu umas luzes brilhantes e...

- Tem certeza que você não cheirou nada diferente? - pergunto, um pouco mais acordado - Porque, cara, esses papos tão muito doidos pra essa hora da manhã.

- NÃO CARA! Me escuta por favor! Eu sei o que eu vi! Acorda o resto e vai pra floresta por favor, acho que encontrei uma coisa. - e, rápido como tinha vindo, ele sai, deixando a porta aberta e minha cabeça zunindo.

Me visto apressado e xingando todas as maluquices de Connor, saio e vou no quarto 366, indo procurar Jayce e Matt. Bato na porta e, sem esperar resposta, entro e ligo a luz.

- Ow cara!! A gente tava dormindo porra - diz Matt, colocando a mão nos olhos e me mostrando o dedo do meio por cima da coberta

- Hmm... - resmunga Jayce, esfregando os olhos

- Só levantem logo, o Connor acha que viu uma prova na floresta - digo e, com isso, eles despertam e começam a se arrumar logo.

Estávamos andando pelo gramado, somente a luz das estrelas iluminando nós três quando chegamos até Connor.

- Finalmente! Fiquem em silêncio e observem - ele diz, apontando para as árvores.

Assim que nós ficamos em silêncio, um zumbido estranho foi ficando mais alto de dentro da floresta e pontos brilhantes começaram a piscar, como vagalumes, mas...

- Eles estão muito no chão para serem vagalumes né? - Matt disse, com o mesmo pensamento que eu.

- Sim, e eu acho que eles formam um caminho, que nós vamos seguir. - disse Connor"