CAP 21 - O PLANO

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CAP - 21 O PLANO
VISÃO: Amanda

Ontem encontramos a Sra Smith morta no chão do seu próprio quarto, e eu e Silas ficamos em choque. Assim como Silas é como um irmão para mim, Amélia era como uma mãe. Eu estava aqui no orfanato a um tempo e ela sempre fora carinhosa comigo... Foi a pior coisa da minha vida ver ela deitada naquele chão, imóvel com o sangue escorrendo de sua ferida aberta no peito. Gi foi a racional, assim que viu o corpo no chão, puxou eu e Silas para fora do cômodo e nos mandou para a biblioteca, chamou a polícia e contou toda a situação, esta chegou logo e resolveu tudo. Passaram a noite toda de vigília até encontrarem um substituto na presidência do orfanato, como se alguém pudesse substituí-la. Eles não acordaram as crianças, mas mandaram todas de manhã cedo para um parque aquático. Eu, Silas e Amanda não quisemos ir e ficamos no orfanato. Passado o choque, tudo que fiz foi ir para meu esconderijo no jardim e chorar. Logo Gi apareceu:

- Oi... Eu tava passeando por aqui e te vi chorar... - ela olhou para mim debaixo da árvore. Onde eu estava em cima da árvore era um pouco alto, então ela tinha que inclinar a cabeça, mas isso não pareceu incomodá-la - Posso subir aí? - ela pediu, hesitante.

Balancei a cabeça e fui um pouco para o lado, com o cuidado de não cair. Ela subiu, um pouco desajeitada e se sentou do meu lado. Gi parecia não saber o que falar, então olhou para baixo e ficamos um tempo assim, eu chorando baixinho e ela me deixando aproveitar minha perda. Então ela olhou para mim e disse:

- Como... Como ela era? - ela disse, com um interesse real em seus olhos

- Ela... Ela era incrível, me tratava como se eu fosse sua filha e cuidava de todo mundo aqui com carinho. Adorava cada criança, mas sem se apegar demais, e fazia uma festa quando uma era adotada - suspirei, cansada de toda a emoção do dia - Eu não acho que seja possível ela ter se matado, apesar do que os policiais dizem e acho meio impossível alguém ter matado ela. Ela era tão boa... Mas não sei o que pensar. Como aquela faca foi parar lá?

Ela concordou, me abraçando de lado.

- Sabia que eu morava em outro orfanato antes do Florest? - ela disse, vendo que eu estava abalada

- Sério? - perguntei, com um ligeiro interesse

- Uhum, mas todos esses anos lá não foram tão legais quanto esses dias aqui... - ela sorriu, secando uma lágrima que escorria pela minha bochecha - Você teve muita sorte de ter tido ela e o Silas.

- Ai meu Deus... - gemi, um pouco culpada - Eu me esqueci totalmente. Tava tão preocupada com tudo isso e como eu ia viver agora que esqueci do meu melhor amigo! Eu sou muito egoísta!

- Calma! - Gi riu com meu desespero - Eu passei na biblioteca pra falar com ele antes de vir aqui, ele não quer falar muito sobre o assunto, disse que vai ficar lendo até toda a dor passar.

- Boa técnica.... Mas ele tá bem? - eu disse, aliviada e preocupada ao mesmo tempo

- Olha... Pra falar a verdade, não. Ele tá bem mal. Parece que ele sentia a mesma coisa que você pela Sra.Smith.

- Sim... Acho melhor eu dar uma olhada nele... Vem comigo? - disse, já pulando do galho em que estávamos sentadas.

- Claro - Gi desce devagar pelo tronco, com medo da queda e vamos juntas em silêncio para a biblioteca.

Entramos pela porta de entrada do orfanato e o silêncio avassalador me pegou de surpresa, não estava acostumada a ficar no orfanato sem todas as crianças correndo e brincando ao redor, e os funcionários também tinham saído, estavam todos no velório da Sra.Smith.

- Tenho uma ideia - disse, parando a meio caminho da biblioteca.

- Manda - Gi parou junto, me olhando com um súbito interesse

Os três mundos {(Livro 1)}Onde histórias criam vida. Descubra agora