Os três mundos {(Livro 1)}

CAP 18 -O NOVO ORFANATO

CAP 18 - O NOVO ORFANATO
VISÃO: GIOVANNA
Dimensão: JECNIP78G

Meu nome é Giovanna, mas gosto que me chamem de Gi, porque odeio meu nome. Principalmente por ele me lembrar dos meus pais idiotas, que me abandonaram no orfanato "Fairy Tails" quando eu era bem pequena. Bem, não posso reclamar, já que não fui largada em uma vala para morrer e sim deixada em um orfanato com boa infraestrutura e tecnicamente legal, se é que orfanatos podem ser legais. Eu sofro bullying desde que tinha onze, e por três anos minha vida se tornou um verdadeiro inferno. Esse grupo que me zoa, implica comigo principalmente por conta da minha personalidade. Sou uma menina com temperamento instável e que gosta de ficar sozinha, de preferência mergulhada de cabeça em um livro. Tenho cabelo loiro e liso, olhos azuis e uma cara irritantemente pacífica. Nunca, em toda minha vida, tive uma amiga ou um amigo que se preze. Talvez seja porque não gosto de pessoas em geral. Neste momento, estou dentro do carro com minha cuidadora agora, que decidiu me trocar de orfanato por conta das inúmeras brigas que eu arranjava dentro do Fairy. Acabamos de estacionar na frente de uma casa grande e majestosa, parece até uma mansão. Penso se terá uma biblioteca onde eu possa me esconder até o jantar. Saindo do carro, sinto que está chuviscando. Olho para o céu franzindo a testa. Não gosto muito de chuva. Pego minhas malas e me despeço de Cristina. Ela é uma moça legal, mas não vou sentir saudades. Me viro para uma moça parada na frente da escadaria e me forço a andar até ela. Ela sorri e começa a falar sobre minha nova casa: o Orfanato Ancestral Florest. Enquanto ela falava, entramos no tal lugar. Olhei em volta admirada. O orfanato Florest era lindo e grande. Bem grande. A senhora, que descobri se chamar Amélia Smith, continuava explicando meus horários e o que eu teria que fazer a partir daquele momento, mas não me importei muito e comecei a divagar. Sonhos. Eu nunca sonhei na vida. Todos dizem que é bobagem, que eu só não me lembro, mas eu sei que é verdade. Eu não sonho e coisas estranhas acontecem quando eu durmo. Toda noite, sem exceção, eu vou dormir na minha cama, mas apareço em outro lugar, simplesmente apareço. Tipo, acordo na cozinha, no banheiro, no quintal, deitada na grama...Sou estranha. Ou sonâmbula. Não, definitivamente estranha.

- ... o café da manhã é às sete e meia, o almoço é meio-dia em ponto e a janta às oito. A biblioteca fecha às seis ok? Aqui está seu quarto - a Sra. Smith diz, parando em uma porta aberta, mostrando um quarto com camas por todo o recinto. Me viro para ela, animada com a palavra biblioteca, mas ela continua, chamando uma menina que devia estar fazendo hora no quarto - Amanda, querida! Venha aqui por favor! Temos uma nova colega no orfanato, mostre os aposentos para ela ok? Tenho que ver como está saindo o jantar - ela sorri para a menina que se aproxima e bate nas minhas costas, um pequeno incentivo para que eu me apresente. Como não digo nada, ela suspira e sai, fechando a porta.

Amanda vira pra mim e por um momento, prendo minha respiração. Ela é muito bonita. Seu cabelo é grande, volumoso e cacheado, descendo como uma cascata de chocolate pelas suas costas, seus olhos são uma mistura de verde com castanho e me olham com interesse, ela tem um ar de mistério sobre ela e uma certa alegria contida em seu sorriso, sua pele é morena e brilha sobre o sol do fim da tarde. Pera, sol? Olho para a janela, esquecendo momentaneamente da menina à minha frente. Ah, parou de chover. Que bom.

- Oi, meu nome é Amanda. E o seu? - ela tenta puxar conversa, ignorando minhas estranhas ações, e se senta na cama mais próxima

- Giovanna. - olho para ela dando um sorriso amarelo - Sabe qual é minha cama? Quero deixar minhas coisas... - falo pra ela, um pouco desconfortável com o peso de todas as coisas que estou carregando

- Ah sim, é do lado da minha. Desculpa não ter te ajudado - ela se levanta e vem me ajudar, pegando uma sacola cheia de livros e sorrindo - Gosta de ler? - ela segue em frente, sem esperar que eu diga nada e para de frente para uma cama simples e arrumadinha