Reunidos às pressas, enquanto tropas Brancas tentavam conter o avanço dos cavaleiros de Infradragões, todas as tropas Verdes formadas por aventureiros e Brakshasas foram convocadas.
Aparentemente, metade da tropa dos cavaleiros dracônicos foi detida pelos esforços das tropas Verdes do lado de fora da Muralha e esperavam que pudéssemos repetir a façanha.
Nossos números foram divididos em dois destacamentos, um sob o comando de Sylthaytashuã e o nosso, sob o comando de Sadsa. Quis falar com ela, mas obviamente fui ignorado. Seus olhos compenetravam-se na missão à frente.
– Muito bem, arruaceiros. Sigam-me os que tiverem coragem! – Incentivou Sadsa, lançando-se ao combate.
A rua estava tomada por mais de uma centena de Infradragões com seus cavaleiros atirando flechas nas tropas que tentavam alcançá-los.
Várias casas da rua principal estavam agora em chamas, mas o avanço das tropas era reduzido a um raio de menos de duzentos metros à frente do portão, pois eram detidos por saraivadas de flechas disparadas dos arqueiros da paliçada e outros que estavam alocados em cima dos telhados das casas.
Sadsa foi a primeira a avançar, usando sua velocidade e flexibilidade de chita para escalar rapidamente uma das fachadas da rua.
Se eu pensava que Elly era boa em escalar, não sabia ainda o quão era Sadsa: seu corpo se movia em acrobacias suaves e naturais, e sua espada dançava cortando o ar.
A força e velocidade eram tamanhas, que parecia que a espada se esticava metros à frente, como se ela cortasse o próprio vento ou o transformasse em uma lâmina.
Pude finalmente entender sua alcunha: "Vento Cortante". Foram esses golpes sobre-humanos que permitiram derrubar um dos Infradragões e seu cavaleiro que se separaram demais do resto de sua tropa.
– SÃO APENAS CRIATURAS! PENSEM NISSO E AVANCEM! – Bradou a voz de Sadsa em meio à balburdia.
Então nos lançamos à batalha. Alguns, como eu, seguiam pela rua. Outros, como os homens-ratos, preferiam surgir por entre os becos em chamas, lançando-se contra os inimigos. Ao fundo, o som das catapultas ecoava lutando contra o exército longínquo.
Quando estive finalmente frente a frente com um dos cavaleiros, estremeci.
Aqueles homens usavam armadura completas com elmos bem fechados enquanto montavam as aterrorizantes criaturas com grandes bocas repletas de dentes largos e com traços de fogo em sua garganta: o Infradragão era um quadrúpede sem asas com cerca de um metro de altura, armadura natural no seu dorso e uma cauda repleta de espinhos.
Agitavam suas caudas como porretes contra aqueles que se aproximavam sem cuidado, lançando-os de volta com imensa força.
Inicialmente fiquei temeroso em avançar, mas vendo Amélia que, mesmo tremendo tanto mais cedo, tentava se manter firme, resolvi que não poderia ficar para trás.
Os soldados tentaram manter uma linha de escudos, mas ao serem alvo das línguas de fogo, acabaram por abrir a formação, o que me fez ter uma ideia.
"Tayter!" – Chamei. – "Vamos lá!"
"Hay-hou!" Ele respondeu, por algum motivo, imitando Elly.
Invocando a magia de ilusão que tinha me tornado fã, me transformei em um gigantesco urso e me lancei em direção ao Infradragão e seu cavaleiro, dando-lhe um forte tapa com a garra, quebrando o maxilar da criatura.
Fiquei satisfeito com o resultado e relaxei a guarda, o que me fez ser atingido por uma flecha nos flancos. Por sorte, o pelo ajudou a rebater o disparo e só ser atingido de raspão.
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Legado de Sangue Feérico
Fantasia"Se meu segredo for revelado, facilmente poderei perder a vida, mas não sinto que ela valha o esforço." - Pensa Nidav olhando para si. Após a morte de seu pai, o jovem se vê sozinho e perdido, carregando um fardo que o atormenta todas as noites. Qua...