Capítulo 06 - O Elephanzifar

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Este será o último capítulo "introdutório". Espero que estejam gostando até aqui.

O Elephanzifar bramia alto no topo da colina

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O Elephanzifar bramia alto no topo da colina.

Com a lua cheia ao fundo iluminando o cenário, o corpo da criatura ficava ainda mais visível. Com a órbita ocular oca, ele parecia uma assombração gigante e em chamas. Com a altura de 2 homens, e a largura de sabe-se os deuses quantos mais, ele encarava diretamente em nossa direção. Como se soubesse que estávamos ali.

As presas eram muito maiores do que as de um elefante comum. Eram longas e pendiam à sua frente antes de subir, como se fossem anzóis. Aquilo estava mais para mamute do que para elefante.

Então, com um bramido estrondoso, começou a correr em nossa direção. Ele estava longe, mas era rápido. Não! Muito rápido.

Pusemos-nos a correr desembestados como se nossas vidas dependessem disso e aparentemente, dependiam.

Foi então que mesmo correndo, Amélia começou a tocar uma música de ritmo frenético em seu alaúde e em alguns instantes, me senti mais rápido. Meus pés pareciam mais leves e começamos a abrir distância. Ao me virar, vi que corríamos com a mesma velocidade do Elephanzifar. Já Roufus, por outro lado, ficava cada vez mais para trás.

- Ei, Barda de merda! Que história é essa de usar magia e não me incluir?

- Eu te disse. Só pra mim e para o Nidav. Não era isso que você queria? Considere uma punição por tentar gracinhas com a minha fonte fácil de grana. Morre não, hein!

- Desgraçada!

Roufus ficava cada vez mais para trás e próximo da criatura que corria como louca em nossa direção. Por um momento cheguei a pensar em deixar Roufus ser atingido e assim aquela dívida idiota deixaria de existir, mas era óbvio que eu não seria capaz desse tipo de sangue frio.

Voltei correndo e tentei puxar Roufus para fazê-lo correr mais depressa. O anão estava carregando tanta coisa que, por fim, nós dois ficamos para trás e o Elephanzifar já estava praticamente ao nosso lado. Mas ainda havia chance, a corrida dele era rápida, mas descontrolada. Só precisávamos pular para longe no último instante.

E rezar.

Empurrei Roufus, que caiu de cara no mato, para esquerda. Fiquei parado esperando o momento certo. A criatura estava a vinte metros.

Quinze metros. O chão começou a tremer com a sua passada.

Dez metros. Eu podia ver o pelo escuro onde o fogo bruxuleava como se fosse uma tatuagem viva.

Cinco metros. Era agora. Minhas pernas pareciam grudadas no chão.

Três metros. Mexam-se, pernas desgraçadas! MEXAM-SE!

Dois metros. Num esforço hercúleo, me atirei para a direita, fazendo com que ele passasse direto. Seu chifre curvo passou a centímetros de mim.

Legado de Sangue FeéricoOnde histórias criam vida. Descubra agora