No mesmo momento em que o ataque ao bairro Nalsha acontecia, outro grupo se organizava para atacar a ordem dos Brakshasas.
O grupo formado por vinte homens, em sua maioria, dissidentes da milícia ou da própria guarda real que se aliaram ao movimento anti-Dems de Randir, se apertava na entrada de um conjunto residencial.
Durante meses desde o início do plano, haviam alugado um apartamento em um cortiço no canto oposto da rua, no qual um grupo passou a habitar de forma a não levantar suspeitas.
O apartamento ficava na parte traseira do incrível prédio dos Brakshasas e era perfeito para um ataque surpresa.
Haviam plantado um barril do Pó negro no apartamento, e agora aguardavam o homem que ficou encarregado da suja tarefa de acender o pavio que resultaria na explosão. Considerando o volume de pó, a missão seria suicida.
Tão logo o barril de pó negro explodisse, eles teriam aberto um rombo na estrutura do prédio dos Brakshasas e decidiriam de acordo com a situação se usariam isso como vantagem da distração e atacariam pela frente do imenso prédio, ou se conseguiriam a benção milagrosa dos escombros não bloquearem a passagem aberta e que pudessem atacar a ordem por trás.
Apesar da ansiedade de todos, algo estava os detendo.
– Que demora! Ele já deveria ter mandado aquela bendita casa pelos ares! – Disse um dos guardas que observava a rua pelas frestas da porta.
– Tem mais de cinco minutos. Já era para ter acontecido uma explosão de fazer o subsolo inteiro tremer.
– Será que foi capturado? – Disse outro.
Mais cinco minutos se passaram e começaram a ouvir as explosões em outros cantos da cidade indicando que o grupo de assalto ao bairro Nalsha estava agindo. Precisavam correr ou o elemento surpresa cairia por terra.
– O que o desgraçado está fazendo? É isso. Eu vou lá. – Perdeu a paciência o guarda que estava observando a rua pela fresta da porta.
– Espere, alguém segure ele! Vai estragar o plano se for visto!
Mas ao contrário do que ponderavam, o homem saiu e encontrou a rua completamente calma e deserta. A rua, como todas as demais da Cidade Inferior, era longa e repleta de becos entre os diversos cortiços que interligavam outras ruas. Ele se voltou para o grupo ao observar o entorno com descaso.
– Viu, nada! Eu vou lá e vai dar tudo certo. – Disse, rindo de forma debochada e rumou para o prédio que estavam observando, que ficava a trinta metros de onde estavam.
O grupo de guardas, contagiados pela confiança de seu companheiro, saiu do esconderijo e os membros da guilda de ladrões Fantasmas, resignados, acabaram saindo junto. Mas quando o homem abriu a porta do prédio, foi arremessado com tudo para trás.
Luzes pirotécnicas foram vistas antes do guarda se projetar como um boneco para trás e cair morto no chão.
O grupo entrou em estado de alerta, mas já era tarde. De dentro do prédio saiu um homem-rato pequeno e de pelos cinza, gritando:
– Peguem eles!
Em seguida, como um enxame, da escuridão dos diversos becos, vários homens-ratos saíram. A maioria portava lanças com lâminas curvas na ponta, outros usavam espadas e adagas e sua quantidade era assustadora. Deveriam ser mais de cem deles surgindo sem parar dos becos.
Os guardas bradaram e partiram para cima. Os Fantasmas chiaram e imediatamente deram meia-volta, tentando debandar e dando de cara com uma pequena procissão que carregava em uma liteira um imenso homem-rato.
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Legado de Sangue Feérico
Fantasi"Se meu segredo for revelado, facilmente poderei perder a vida, mas não sinto que ela valha o esforço." - Pensa Nidav olhando para si. Após a morte de seu pai, o jovem se vê sozinho e perdido, carregando um fardo que o atormenta todas as noites. Qua...