Capítulo 7 Uma despedida triste

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No dia seguinte, decidiram todos ir almoçar fora para celebrar o novo namoro de Lucas e Diana.

-Aos pombinhos – disse Lucas – Já era sem tempo termos outro casal no grupo.

-Vocês formam um lindo casal – disse Helena sorrindo – Estou muito feliz, mas é bom que naã magoes o meu irmão Diana.

-Senão podes contar com uma cobra na cama – disse Rafaela baixinho e  olhando para Helena para ver a sua reação.

-De que é que estás a falar? – perguntou Helena, fazendo-se de desentendida.

-Pensas que eu não sei que foste tu? – disse Rafaela, sem conseguir aguentar mais aquela farça de menina boazinha que ela estava a passar para os outros.

-Rafaela, eu nao te fiz mal nenhuma – tentou Helena defender-se.

-O que se passa? – perguntou Daniel.

-A tua querida irmã pós aquela cobra a minha beira, eu vi tudo – disse Rafaela, levantando-se com a raiva – Quase morri, é a tua culpa.

-Mas porque é que ela faria isso? – tentou perceber Lucas.

-Porque ela não consegue ter o que eu tenho – disse Rafaela olhando para David.

-Isso é ridículo – disse Helena – Se eu quisesse ter o David, eu tinha. E de certeza  que não ia andar por ai a tentar assustar a minha concorrência, pelo menos não de uma forma tão banal e infantil.

-Quem pensas que estas a enganar? – berrou Rafaela.

-Rafaela acalma-te – disse David – Se ela diz que não foi ela, entou não foi ela. Não achas que esta a exagerar?

-Demasiado intelegente, uma ova – disse Rafaela, olhando para Diana e depois para o seu irmão – És mesmo como todos os outros homens e vais acreditar nesta cobra em vez de mim?

-Rafaela, se ela diz que não foi então não foi – disse David levantando-se e tocando no braço de Rafaela – Tens de ter calma.

-Não me toques – disse Rafaela afastando-se.

-Não foi isso que me pediste ontem a noite – disse David arrependendo-se das palavras que tinham acabado de sair pela boca – Desculpa, não quis dizer...

David não conseguiu acabar aquela frase, porque Rafaela lhe deu um estalo e fugiu para fora do restaurante. David ia atrás dela, mas parou quando viu que ela  já estava lá fora com Daniel, a beija-la. Desta vez, David tinha ido longe demais e não havia como ela o perdoar ou forma de voltar tudo atrás.

Depois de todos se acalmarem, decidiram ir todos a uma lagoa perto da cabana, bem todos menos Helena que tinha que ir as compras. Estavam a apanhar sol, quando Diana percebeu que David lhe tinha tido que ia ter com eles à pelo menos uma hora.

-Eu vou lá ver – disse Rafaela, porque queria falar com ele sem todos a olharem.

-Tens a certeza? – perguntou a amiga preocupada com ela – Se calhar é melhor eu ir ver.

-Não sejas tonta, não vou parar a minha vida porque ele esta aqui – disse Rafaela – Eu vou lá ver, só para ter a certeza que não esta morto num canto ou pior bêbedo. Acredita se ele está bêbedo é melhor ser eu a ir lá.

-Ok, mas qualquer coisa berra – disse Leo, piscando o olho.

Uns minutos depois, ela tinha chegado a cabana e quando entrou deu com caras com David com as suas malas as costas, pronto para se ir embora.

-Esta tudo bem? – perguntou ela.

-Esta – respondeu ele, olhando para ela – Mas eu tenho de me ir embora. Vou apanhar um táxi, deixei as minhas chaves em cima da mesa da cozinha.

-Porque? Não podes ir assim sem dar uma explicação a tua irma.

-Ela vai perceber. Lamento, eu pensei que conseguia vir neste fim de semana e fingir que nada se passou entre nós, pensei mesmo que te tinha ultrapassado, mas não consigo. Não te consigo tirar da cabeça e cada vez que tento melhorar as coisas, acabo por dizer a coisa errada e por te magoar ainda mais.

-Se é por isso não precisas de ir, eu prometo que me mantenho afastada.

-Mas o problema sou eu, eu não consigo ficar afastado de ti, não consigo olhar para ti quando estas com outro, não consigo fingir que isso não me mata por dentro. Se, no outro dia, não tivesse saído da casa, tinha acabado com ele, porque naquele momento tinha vontade de lhe partir a cara e todos os ossos do corpo, eu podia tê-lo morto, porque estava completo zangado, só pelo simples facto de ele te estar a beijar, a beijar o que era meu. Mas o problema é que tu já não és minha, e eu tenho que te deixar ir, por muito que me doa, tenho de te libertar para poderes ser feliz. Mesmo que eu nunca o vou ser sem ti. Mas a verdade é que não consigo ver-te com ele e por isso tenho de ir embora, tenho de ir embora antes que faça algo que me vá arrepender mais tarde. Explicas a minha irma isso por mim, por favor?

David aproximou-se dela e beijou-a suavemente na testa.

-Desejo-te uma boa vida – disse ele olhando nos olhos – Espero que ele te faça feliz.

David saiu pela porta, deixando Rafaela sem saber se o devia impedir, mas não sabendo bem a razão ela não o fez, porque a verdade era que ele tinha razão, a sua presença magoava. Por muito que ela quisesse ela eles não podiam voltar atrás e esquecer isso tudo que se tinha passado, porque toda aquela magoa era demasiada e nenhum dos dois podiam viver com ela.


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