Capítulo 3 A chegada às montanhas

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Duas horas depois, David decidiu para não só ir meter gasolina, mas também sair para ir esticar as pernas. Helena e Diana foram comprar alguma coisa para comer, enquanto David ficava no carro a descansar e a tomar conta de Rafaela que ainda estava a dormir.

Uns minutos depois de terem parado, Rafaela sentiu o quente do sol a bater-lhe forte na cara e acabou por acordar.

-Bom dia, bela adormecida – disse David, que estava deitado nos bancos de trás do carro.

-Já chegamos? – perguntou ela, saindo do carro para esticar as pernas.

-Ainda não. Decidimos parar um pouco, ainda falta uma ou duas horas para chegarmos – disse David levantando-se – A Helena e a Diana foram buscar alguma coisa para comer, naquele café ali a frente, devem estar quase a voltar.

-Ainda bem – disse Rafaela olhando a volta – Estou a morrer de fome?

-Isso pode-se arranjar – disse ele, piscando-lhe um olho.

-És do piorío – disse ela, revirando os olhos – Pensei que tinhas um acordo com a tua irmã, para me deixares em paz.

-E tenho – disse ele rindo – Mas o acordo fica sem efeito quando me tentas seduzir.

-Eu não te tento seduzir, nunca tentei. Que lata que tens.

-Tens a certeza? – disse ele, saindo só carro e olhando para ela de cima a baixo – Quer dizer que esse mini vestido que tens não é só para mim?

-Claro que não. Eu visto o que eu quiser, mas faço-o para mim e não para outra pessoa, muito menos para ti – disse ela, revirando os olhos.

-Então e esses olhos?

-Que olhos?

-Tu sabes o que me fazes quando revirras os olhos e mesmo assim continuas a faze-lo.

-Não tenho culpa das palermices que dizes, cada vez que dizes uma asneiras os meus olhos reviram sozinhos automaticamente. E dado ao fato que só sai merda pela tua boca fora, não tenho culpa.

-Que língua tão mal criada – disse ele rindo – Devia por pimenta nessa língua marota ou pelo menos devia castiga-la um pouco.

-Tu não aprendes nunca - disse ela revirando mais uma vez os olhos.

-Eu não estou a fazer nada de mal, estamos só a conversar.

-Pena é que tu não sabes conversar.

-A culpa é tua, por teres sempre um ar de deliciosa. Até o raio do teu sorriso me deixa maluco – disse ele, olhando para os seus olhos enormes.

-Então sabes como estas conversas me deixam?

-Não, mas podes me mostrar se quiseres.

Por um segundo, Rafaela pensou que ele a ia beijar, mas nesse momento Helena e Diana chegaram com a comida e ela foi salva pelo sino, porque se ele a beijasse Rafaela não sabia se tinha a força de o afastar.

Uma hora e meia depois os quatro chegaram a cabana, era linda, enorme e feita de uma madeira brilhantes, era completamente rodeada por floresta e cheirava a ar fresco. Diana e Rafaela ficaram espantadas com a beleza, tanto da cabana, como do lugar a sua volta. Os seus amigos estavam lá dentro a jogar as cartas.

-Finalmente – disse Leo abraçando as duas amigas, como se não as visse a uma eternidade – Já viram a vista?

Do ponto de lado da cabana dava para ver toda a vila e era linda e encantadora.

-Vamos levar as coisas para dentro – disse Diana.

-Tem de escolher os quartos – disse ela – Eu estou num com o Afonso, o Daniel e o Lucas estão no outro. Resta apenas três quartos, a suite principal no andar de cima e dois quartos no andar de baixo, tem de ver como vão dividir.

-Eu e a Diana podemos partilhar quarto – disse Rafaela.

-Rafa, por muito que te adoro, preciso de um quarto sozinha para o que tenho planeado para este fim de semana – disse Diana piscando o olhos e indo em direção de um dos três quartos – David ficas com a suite principal já que a casa é na verdade tua, em vou ficar com o quarto de baixo.

-Restam dois – disse Leo olhando para os trio amoroso a sua frente.

-Podemos partilhar um quarto – disse Helena sorrindo – Assim a Rafaela fica com um quarto só para ela.

-Na verdade, devias ficar no quarto de baixo ao lado dos teus irmãos – disse David.

-Tens razão – disse Helena com um pouco de tristeza.

-Restamos nós – disse Rafaela sem perceber como iam fazer.

-Fica com a suite principal, eu durmo no sofá – disse ele olhando para ela.

-Tens a certeza? – perguntou ela, sem saber se aceitava ou não - Eu posso muito bem dormir no sofá.

-Tenho – disse ele, pousando a sua mala no sofá – Tu mereces espaço depois do que te aconteceu. Tens razão, eu não posso continuar a seduzir-te sem querer levar com as consequências. Eu quero que te sintas bem este fim de semana, porque sei que não te dás muito ao luxo de tirar tempo para ti e por isso nao vou ser eu a impedir que faças isso.

-Eu não sei se consegui aceitar.

-Rafaela, é melhores aceitares porque te estou a tentar dar espaço e não me pareça que isso vai acontecer se dormimos na mesma cama.

-Mas podemos dormir a vez na cama.

-Não me parece que isso vá resultar, se eu dormir no mesmo sitio onde tu dormiste não sei se me vou conseguir controlar. Fica com a suite e durmo bem no sofá, eu prometo que se me começar a doer as costas de digo e trocamos um pouco. Esta melhor assim?

-Sim está – disse ela subindo as escadas, mas acabou parando a meio e olhou a para ele – David?

-Sim, Rafaela.

-Obrigada – disse ela, subindo as escadas sem olhar para trás porque sabia que ele estava a olhar para ela, sem saber como conseguir respirar.

Ligações do passadoOnde histórias criam vida. Descubra agora