Capítulo 27 Uma viagem no horizonte

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No dia seguinte, Rafaela acordou nos braços acolhedores de David e sentiu uma felicidade como nunca antes tinha sentido, ela desejou poder parar o tempo naquele segundo e guardar aquele sentimento para sempre, amava-o com o seu coração inteiro e sabia que faria qualquer coisa para ser para sempre feliz com ele ao seu lado. Mas na vida real, a felicidade nunca é total ou certa, e por isso, Rafaela sabia que quando aquele fim de semana acabasse, iria ter de pensar como iria contar ao seu melhor amigo, que estava a namorar o seu irmão mais velho. Faltavam apenas três semanas para ele voltar e o melhor era que lhe contasse tudo cara a cara, quando ele voltasse, porque aquilo não era uma notícia que se devia dar por telefone, assim Rafaela decidiu esperar até quando Tiago voltasse, para lhe contar a verdade.

Depois de tomarem o pequeno-almoço, Rafaela e David foram dar uma volta pela vila, passearam pelo parque maravilhoso do centro da vila e ainda visitaram várias loja, à procura de recordações para Rafaela levar para casa. Na hora de almoçar, David foi buscar uma cesta ao carro e levou-a em direção do parque, estendeu uma enorme toalha aos quadrados na relva e sentou-se, abrindo a cesta e tirando vários tipos de comida e doces, espalhando-os pela toalha.

-Almoço ao ar livre? - perguntou Rafaela - Não sabia que eras deste tipo de homem.

-Que tipo de homem? - perguntou ele, sorrindo - Parolo?

-Romântico - explicou ela.

-Pensei que neste ponto da nossa relação já devias saber que por ti sou um novo homem.

Rafaela riu e pegou numa sandes de fiambre e queijo.

-Até tens jeito para fazer gestos romanticos - disse ela, dando aos ombros e dando uma mortidela na sandes.

-Já devias saber que tenho jeito para muitas coisas, para além daquilo que já sabes - disse ele, piscando um olho - Mas não sou o único.

-Como assim?

-Tu também tens jeito, para mudar as pessoas e para dar bons conselhos.

-Isso é verdade, mas só tenho jeito para dar conselhos aos outros, porque a minha vida era uma confusão, se seguisse os meus próprios conselhos.

-Não me parece que isso fosse verdade - disse ele, rindo - Mas na verdade tenho um favor para te pedir.

-Queres pedir alguma coisa? Em vez de me arrastares sem me pedir? Estás mesmo mudado!

-Na verdade, ainda te vou arrastar para algumas coisas, porque gosto de ver a tua cara quando o faço. Mas neste caso, acho melhor pedir.

-O que é? Estou a ficar preocupada.

-Não é nada de mal. No próximo sabado, tenho um compromisso e gostava que fosses comigo.

-Claro que vou contigo. Onde vamos?

-Visitar o meu pai.

-O teu pai?

-Sim, o meu pai biológico. Depois de descobrir que ele não sabia que eu existia, decidi falar com ele e dar-lhe uma oportunidade, porque a culpa não era dele de não saber que eu existia.

-Acho que fazes bem.

-Mas na verdade, estou com medo, medo de não me entender com ele, ou que algo corra mal, porque já sabes que não tenho um feitio fácil. Por isso, gostava que fosses comigo.

-Porque sou o teu calmante?

-Também - disse ele rindo - Mas porque me acalmas e me deixas mais tranquilo. Basta olhar para ti e tudo fica melhor.

-Acho que devia começar a cobrar, então - disse Rafaela, desatando a rir.

Na parte da tarde desse dia, David tinha uma supresa para ela e por isso estacionaram o carro e foram a pé até ao local da supresa, uns quinze minutos depois, pararam os dois em frente a uma enormes doca, cheias de lindos e enormes barcos.

Ligações do passadoOnde histórias criam vida. Descubra agora