Capítulo 11 Um queque e um pedido de desculpas

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No dia seguinte, Rafaela levantou-se cedo, mesmo estando de folga o dia todo, decidiu fazer alguns queques para oferecer a Daniel como um pedido de desculpa, pelo que aconteceu no dia anterior.

-Bom dia – disse Diana saindo do seu quarto uma hora depois – Que cheirinho maravilhoso!

-Estou a fazer uns queques para oferecer – explicou Rafaela.

-A mim, espero eu – disse Diana rindo.

-Isso querias tu – disse Rafaela rindo – São para o Daniel, tenho de lhe ir pedir desculpas.

-Tu sabes que a culpa não foi tua, certo? – perguntou Diana, roubando um queque.

-Eu tenho a minha culpa na história – explicou ela – Não sou propriamente inocente. Nunca o devia ter convidado para ir a festa dos teus pais.

-Rafa, tens de esquecer isso – disse Diana, dando uma trinca no queque – Se alguém tem culpa, é o meu irmão. Ele é que estava armado em psicopata ontem.

-Enfim – disse Rafaela, revirando os seus olhos – Já estou mesmo a acabar os queques. Vou levar agora alguns.

-Espera ai – pediu Diana – Preciso de te mostrar uma coisa no meu quarto.

-Já venho – disse Rafaela, pegando na gigante cesta de queques que estava em cima da mesa – Vou só ali a casa do lado pedir desculpa.

-Volta rápido – disse Diana – Preciso mesmo que estejas aqui daqui a meia hora.

Mas Rafael não ouviu, porque já estava a sair pela porta. Uns segundos depois, Rafaela estava a bater a porta dos seus novos vizinhos e por sorte foi Daniel que abriu a porta. Daniel sorriu quando viu Rafaela e foi nesse momento que ela notou no seu olho negro e no seu lábio inchado.

-Olá – disse Rafaela sorrindo de volta – Trouxe-te uma prenda, como pedido de desculpa por ontem.

-De que é que estas a falar? – perguntou ele, fazendo-lhe sinal para entrar.

Rafaela e Daniel sentaram-se no sofá da sala do apartamento.

-Eu não queria que isto acontece-se – começou ela – Quem me dera não te ter convidado. Isto foi culpa minha - disse ela acariciando-a o olho negro dele.

-Claro que não foi culpa tua – disse ele – Não tens culpa de que o teu ex-namorado é um psicopata.

-Tu sabes? – perguntou ela sobre quando ele tinha descoberto que David tinha sido seu namorado – Que eu e o David?

-Eram namorados? – perguntou ele – Acho que é óbvio para todos. Mas tu sabes que a culpa nao é tua por ele ser maluco?

-E o que todos me tentam dizer – disse ela suspirando – Mas eu não te devia ter levado, eu sabia que ele tem mau feitio e que te podia magoar e mesmo assim convidei-te, fui egoísta e levei-te mesmo direito a ele.

-Rafa, tu és a pessoa menos egoísta que eu já conheci – disse ele acariciando a sua cara – E espero que não estejas arrependido pelo o que aconteceu, porque aquele beijo que me deste foi a melhor coisa que me aconteceu e valeu a pena tudo que aconteceu a seguir.

-Estas a falar a sério?

-Claro que sim –explicou ele – Como te estava a dizer na festa, estou mesmo a adorar conhecer-te e gostava muito que desses o prazer de te levar num encontro. Gostava de poder explorar melhor a nossa relação.

-Tens a certeza disso? Mesmo sabendo que o meu ex-namorado não bate bem da cabeça?

-Achas mesmo que vai ser um homem horrível como aquele, que me vai afastar de ti? Eu gosto mesmo muito de ti e se para estar contigo tenho que aguentar aquela pessoas as vezes, acho que é um sacrifício mínimo, para a recompensa enorme que é ter-te ao meu lado. Ter a oportunidade de poder estar contigo, de te poder conhecer melhor e de poder até fazer com que te apaixones por mim, tal como eu acho que me estou a apaixonar por ti.

-És um homem corajoso – disse ela sorrindo – Quando vamos sair então?

-Isso quer dizer que aceitas sair comigo?

-Acho que isso é um sim óbvio.

Daniel ia saltar de alegria, mas o telefone de Rafaela começou a tocar.

-E a Diana – explicou ela, lendo a mensagem que veio a seguir – Diz que precisa da minha ajuda, urgentemente.

-Vai então – disse ele – Depois combinamos melhor o encontro.

-Combinado – disse ela, dando-lhe um beijo na cara e indo embora.

Quando abriu a porta, Diana estava na cozinha a escrever alguma coisa no computador.

-O que é assim tão urgente? – perguntou Rafaela para a amiga – Estas a deixar-me preocupada.

-Desculpa – disse ela – Mas precisava mesmo de ti e sabia que só vinhas se disse-se que era urgente.

-Pronto, agora já cá estou – disse Rafaela suspirando – O que precisas?

-Preciso que vás ao meu quarto e já te explico – disse Diana, apontado para o quarto.

Rafaela foi em direção do quarto de Diana, com esta atrás de si, quando abriu a porta não podia acreditar quem estava a sua frente. David estava deitado na cama de Diana e nesse mesmo momento Rafaela ouviu a porta do quarto a fechar, deixando-a sozinha no quarto com ele.


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