Capítulo 1

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 [seis meses antes do assassinato]⁣

—Introdução ⛓

Babi: Sim, mãe. — A menina já́ tinha rodado todo o apartamento mais de cinco vezes. Uma mania que herdou do pai. O mesmo vivia andando a casa toda quando falava ao telefone. — Mãe, eu não v... Mãe, relaxa! Não vai acontecer nada... Sim, hoje é o meu primeiro dia e eu não quero chegar atrasada, ok?... Sim, Eu te ligo quando chegar... O apartamento é bem legal e confortável. Não,... não precisa ser gigante, né? Eu vou morar sozinha!...⁣
Ok, mais tarde a gente se fala. Eu te amo, beijos. ⁣

Bárbara desligou o celular e enfiou o mesmo no bolso. Pegou sua bolsa e parou em frente do balcão onde tinha algumas caixas que não tivera tempo de organizar ainda. ⁣

Bárbara: Pai, —disse enquanto pegava o retrato do mesmo e posicionava em cima do balcão.— Estou aqui, na "cidade maravilhosa". Sua cidade lembra? Eu consegui. Vou conseguir realizar nosso sonho. Eu não vou te decepcionar, vou fazer tudo valer a pena. ⁣

Ok, eu sei que parece meio estranho uma menina conversando com o retrato do pai morto, mas olha, eles estavam tendo um momento pai e filha ali, e não vai ser a gente que vai julgar isso. O pai da Bárbara infelizmente faleceu a 9 meses, foi um acidente de carro horrível e até o momento não acharam o motorista do caminhão que o atingiu. ⁣
Já estava quase fazendo um ano e a menina ainda sonhava com aquela noite. Para ela, era difícil se esquecer do barulho escandaloso da buzina. Aquele grito desesperado de um pai extremamente preocupado em salvar sua filha. Mas ela acreditava que com o tempo, os arrepios e os flashs iam sumir e a deixar dormir em paz algum dia.

O campus era composto por três prédios. Bárbara acreditava que o prédio do meio era o da administração, e os outros dois deveriam ser onde as aulas eram aplicadas. Pelo visto ela teria que descobrir isso sozinha... ⁣
A menina pegou seus horários e seus materiais e seguiu para fora do prédio principal. Olhou ao redor e logo deu de cara com uma menina baixinha com longos cabelos escuros, olhos castanhos e um nariz arrebitado. ⁣

Bárbara: Oi..?⁣

Xxx: Oi! Sou a Gabrielly, muito prazer. Sei que você acabou de chegar e eu posso te apresentar tudo por aqui... ⁣

Bárbara: Ah, sou a Bárbara. Obrigada por isso, eu já estava pensando em fingir um desmaio ou apenas sair correndo. —As duas apertaram as mãos divertidamente e começaram a andar em direção ao segundo prédio.— Como voc....⁣

Gaby: Como eu sei que você é novata? —Bárbara agitou a cabeça em confirmação— Dá pra ver nos seus olhos a leveza de quem ainda não foi amaldiçoada e traumatizado pelas pessoas do campus Southern. —A maior piscou os olhos arregalados enquanto a mais baixa tinha um olhar desesperador no rosto. — É brincadeira! Você gostou da minha atuação? Eu faço teatro. —Bárbara concordou e relaxou o corpo enquanto acompanhou a risada da sua nova amiga.— O meu pai é o diretor e me pediu pessoalmente para fazer um super tour especialmente pra você!⁣

Babi: Ah, entendi. Então, como é ser filha do dono de tudo isso aqui? —Disse enquanto olhava ao redor daquela paisagem perfeita. Grama verdinha, prédios devidamente pintados. Digno de um cartão postal. ⁣

Gaby: O meu pai não é o dono... Ele é só o diretor. Bom, ele só meio que faz todo o trabalho enquanto o dono não tem tempo para cuidar de um bando de jovens com os hormônios a flor da pele... —As duas riram enquanto se sentavam em um banquinho ao lado de uma árvore. ⁣

Gabrielly fez jus à sua função e explicou tudo para a Babi. Onde ficavam as salas de aula, refeitório, banheiros... Revisou os horários e descobriram que entre os intervalos de algumas aulas, elas podiam se encontrar e foi isso que marcaram de fazer naquele dia.

O professor finalmente liberou a turma. Bárbara quase ajoelhou e fez uma oração por isso.⁣
Mais cedo, Gaby e Babi tinham marcado de se encontrar no refeitório para o almoço.⁣
O lugar estava cheio, foi meio complicado para Bárbara encontrar sua nova amiga, já que as duas eram minúsculas. Na fila da lanchonete, as duas se encontraram, pegaram deus almoços e se sentaram para comer em uma mesa mais afastada. ⁣

Gaby: Você tá gostando? —A menina pegou uma batatinha e a jogou na boca. ⁣

Babi: Acho que vou demorar pra me acostumar com toda essa rotina... É bem legal e os professores são divertidos. ⁣

Gaby: De onde você veio mesmo?⁣

Babi: Vim de Lancaster na Pensilvânia. É uma cidade pequena comparada a tudo isso... —Respondeu enquanto arrumava o guardanapo. ⁣

Gaby: Lancaster? É longinho, né? Algum motivo especial?⁣

Babi: Sim, meu pai trabalhava por aqui e o sonho dele era que eu me formasse aqui também.⁣

Gaby: Ah sim... Ele tá pela cidade? ⁣

Babi: Quem me dera... —A menina riu com desânimo.— Ele faleceu a uns meses.⁣

Gaby: Oh, sinto muito...⁣

Babi: É, ele faz falta... —Disse enquanto olhava para o relógio de seu pai em seu pulso. ⁣

A essa altura, as duas já tinham acabado de comer e estavam sentadas fazendo hora para as próximas aulas quando um grupão entrou no local. Quatro meninos e duas meninas, andando como se fossem os donos do pedaço. Bom, talvez fossem... Um dos meninos olhou diretamente para a Gaby e a mesma se remexeu desconfortavelmente na cadeira.⁣

Babi: Quem são? —Disse enquanto apontava disfarçadamente para o grupo. Gaby respirou fundo e desviou o olhar

Babi: Quem são?⁣

Gaby :Milena, Victor, Natty, Arthur, Rodrigo, Gabriel, Gilson e a Carolina... ⁣

Babi: Por que o magrelo ta olhando pra você? —Gaby deu risada da tentativa da amiga de amenizar o clima—⁣

Gaby: Aquele magrelo é o meu irmão... O meu pai se casou recentemente com a mãe dele e ele resolveu tornar nossas vidas um inferno por isso. Na cabeça dele, meio que a mãe dele ainda trai o pai. É como se eu não existisse para o Gabriel, tanto aqui quanto em casa. Eu já tentei de tudo pra me aproximar dele... Tentar ter uma relação fraternal, sabe? Mas quanto mais eu tento, mais ele se afasta. -Gaby abaixou a cabeça e o irmão desviou o olhar. O grupo se sentou e começou a conversar entre si. Barbara cruzou o olhar com a menina do meio. Carolina, ela pensou. A menina a encarou como se ela fosse um E.T ou algo do tipo, Bárbara se assustou. Gabrielly puxou o braço da amiga e juntas as duas deixaram o local. O olhar da menina não deixou as costas de Bárbara até que as portas bloquearam sua visão.⁣

Arthur: Quem é aquela com a tua irmã, Bak?⁣

Gabriel: E eu lá que sei? Com quem a Gabrielly anda não é da minha conta, e ela não é a minha irmã!⁣

Victor: Porra garoto, você ainda ta nessa? A menina nunca te fez nada e você a trata como se tudo fosse culpa dela. Ela sofre com isso tanto quanto você. Ate mais, né? Por que a única pessoa que pode apoia-lá a ignora dia após dia... Você não cansa de ser um porco arrogante do caralho? -A fala da menino foi seguida de varias risadas e gritos eufóricos dos amigos ao redor-⁣

Gabriel: Fooxi, será que dá pra você mandar seu namorado cuidar da vida dele? -Arthur abriu a boca para responder mas foi logo cortado pelo seu namorado-⁣

Victor: Ele não tem que me mandar fazer nada! E se você quiser falar comigo, eu tenho dois ouvidos que escutam muito bem, não precisa pedir pra ninguém me mandar recado, ok? -A mesa virou uma algazarra geral.⁣
Todos rindo e zoando o menino que apertou o maxilar com raiva mas logo começou a rir. Era assim com eles. Todos se apoiavam em qualquer situação. Mas isso não vai durar muito tempo.

DYNASTY - BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora