Capítulo 9

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Narradora on:

No dia seguinte o clima estava estranho. Quando bárbara chegou na sala, encontrou uma Carolina jogado no sofá com o olhar perdido.

E foi bem assim que a menina ficou pelo restante do dia... Ela não comeu, não levantou, e mal disse mais de 5 palavras.

A tarde chegou e com ela o clima ficou mais pesado ainda. Babi já estava de saída quando tentou falar com a outra mais uma vez.

Babi: Estou indo... —Disse enquanto fechava o casaco. Carolina levantou o olhar e acenou com a cabeça. Babi respirou fundo e seguiu até a porta, mas parou abruptamente quando ouviu a voz da outra menina atrás de si;

Carolina: Toma cuidado, seja discreta.

Babi: Pode deixar. —Sorriu e seguiu pra fora do prédio.

O metrô não estava lotado como o habitual e Bárbara agradeceu por isso... Dentro do vagão as pessoas continuavam a comentar sobre o "assassinato" e Bárbara se mexia desconfortavelmente.

Finalmente Babi chegou à estação mais próxima do cemitério e caminhou apressadamente até o mesmo, assim que chegou deu de cara com Victor. Abraçou o amigo e pediu para o mesmo leva-la até o Arthur. O menino estranhou ver a garota ali, eles nunca tinham trocado uma palavra... Babi o abraçou, encostou os lábios em seu ouvido e sussurrou: "Carolina está em minha casa e me pediu pra passar a informação. Ele quer que vocês o encontrem de madrugada no meu apartamento. Todos vocês. Victor pode te passar o endereço." - A menina se afastou e observou o rosto chocado do maior que rapidamente sacudiu a cabeça concordando.

Babi ficou ali por mais algum tempo e depois foi embora.

No apartamento, Carolina acompanhava tudo pela TV. A menina já tinha desistido de segurar as lágrimas que escorriam pelas suas bochechas livremente. Tinha falhado com a família, falhado com os amigos e agora estava falhando com a promessa que fizera ao Travis de proteger a sua filha. Já tinha colocado a Babi em risco e agora iria colocar a segurança da menina em risco novamente... O coração da menina estava se apertando conforme o tempo ia passando e a Babi não tinha aparecido ainda. Correu pra porta quando ouviu o barulho de chaves na mesma, Babi entrou e se assustou quando a menina começou a examiná-la.

Babi: Eu estou bem, Carolina. —Começou a tirar o casaco e o jogou no sofá.

Carolina: Por que demorou tanto? Deus, eu já estava imaginando tanta coisa. —Babi andava pelo lugar e a outra lhe acompanhava cada passo.

Babi: Fiquei fazendo hora, o clima estava pesado por aqui. —Barbara encheu um copo de água.

Carolina: Me desculpa por isso... Por te meter nessa. —A maior abaixou a cabeça e a culpa o invadiu com tudo. Bárbara foi a sua direção e apertou sua mão.

Babi: Escuta, isso iria acontecer de qualquer forma. O meu pai está envolvido nisso, então eu iria saber de uma forma ou de outra. A gente não pode fugir do destino, eu já te disse isso. Agora por favor, me conta a verdade, Carolina.

Carolina: Tá! Eu... Ok, eu vou te contar. —Juntas, as dois seguiram e se sentaram no sofá. - Eu conheço seu pai há muito tempo, Ele trabalhava com o meu pai. Eu cresci com ele. Quando eu fiz 19, começamos a trabalhar juntos em uma coisa. Descobrimos o tráfico de drogas na cidade e queríamos acabar com isso. O seu pai doou todo o restante da vida pra juntar provas para entregar para a polícia, e ele conseguiu. Antes de ele voltar pra casa, ele me disse que reuniu todas as provas e que entregaria para a polícia o mais rápido possível, mas ele não conseguiu fazer isso. Descobriram que ele estava com as provas e foram atrás dele, Babi. Não foi um acidente, foi proposital! Armaram aquilo e eu acho que ele sabia disso, por que no dia do "acidente", o seu pai me ligou de repente e disse que estava tudo acabado. Ele estava eufórico, falava rápido e embolava as palavras, estava nervoso. E então ele disse que deixaria as provas com você. Foi por isso que ele insistiu tanto pra você vim pra cá, Babi. Não é só pelo sonho de você se formar na mesma faculdade que ele, é por que ele sabia que nós nos encontraríamos! Ele planejou tudo isso.

Babi: O que? Quem, Carolina? Quem são essas pessoas?

Carolina: Eu... Eu não sei! Seu pai não me contou quem liderava todo o esquema. Nós só descobrimos que o "Chefe" do contrabando da nossa região é um tal de PlayHard e nós nos focamos nisso.

Babi: E o Gs?

Carolina: O Gs estava usando as drogas, ele vivia alterado, dirigia chapado... Vivia se colocando em perigo. A gente já não aguentava mais, então demos o ultimato; Ou ele largava as drogas, ou ele largava o grupo. E ele concordou e ficou sóbrio por um tempo... A gente ficou tão feliz por ele, foi esse o motivo da festa na casa do bak. E foi justamente nessa festa que descobrimos que o Gs não estava só usando as drogas, ele era o fornecedor das drogas na faculdade! O bak saiu do controle naquele dia, a briga foi feia, você viu. O bak caiu fora, ele disse que não apoiaria mais aquilo, ele se afastou totalmente e o Ike também. Mas eu e o Fooxi não desistimos, a gente tinha a esperança que ele iria sair dessa, mas ele mais um vez ferrou com tudo. O Gs estava devendo uma grana ferrada pro PlayHard, ele pediu a nossa ajuda e foi por isso que a gente estava assaltando. Eu não queria fazer aquilo, Babi. Eu queria ter achado alternativa pra conseguir o dinheiro, mas a quantia era alta e o prazo era curto demais... Eu não achava certo tirar o dinheiro limpo de pessoas inocentes. A gente conseguiu metade do dinheiro naquele dia e o Gs disse que ia adiantar a metade do pagamento logo. No dia do assassinato eu descobri que o Gs não tinha entregado o dinheiro, ele usou pra comprar mais drogas, e foi por isso que a gente brigou no campus.
Mais tarde eu fui até a casa dele com uma quantia significativa pra ajudá-lo a sair dessa, marcamos o encontro com o PlayHard. Gs me mandou esperar no carro enquanto ele ia entregar o dinheiro, mas era uma furada... O PlayHard esfaqueou o Gs, eu ouvi os gritos dele e corri pra ajudar, mas quando eu cheguei os caras tinham sumido e o Gs estava jogado no chão sangrando horrores! Eu tentei estancar o sangue, mas ele só ficou gritando e me mandando fugir. Fiquei com ele até o momento que ouvimos às sirenes. Gs me mandou correr por que ia sobrar pra mim, eu não queria deixá-lo lá, mas ele me obrigou a sair. Eu corri pra rua de trás sem perceber que tinham me visto correndo, a polícia começou a correr atrás de mim e depois de muito tempo eu consegui despistá-los. E foi aí que eu corri pra cá. No jornal eu descobri que não encontraram o corpo do Gs, os filhos da puta tinham voltado pra pegar o corpo dele...

Babi: Meu Deus... —A menina levou as mãos a boca. Seus olhos lagrimejavam com tanta informação. Como as pessoas são cruéis...

Carolina: Babi, por isso que eu vim pra cá. O dossiê que o seu pai fez tem todas as informações, preciso dele pra acabar com essa merda toda!

Babi: Foi por isso que você veio pra cá?! Interessada nisso? E nem estava planejando me contar?! O que você ia fazer? Revirar a minha casa inteira a procura disso enquanto eu estivesse dormindo? Inacreditável... E você querendo me esconder tudo isso. - A menina levantou e caminhou pela sala de braços cruzados tentando digerir todas as informações.

Carolina: Não, eu....

Babi: Por que você não me falou antes?!

Carolina: Eu estava com medo!

Babi: MEDO DO QUE, Carolina?

Carolina: MEDO DE TE FAZEREM MAL, BÁRBARA! —A menina levantou e parou na frente da menor. — Prometi para o seu pai que te manteria segura!

Babi: Você não tem que bancar a super-heroína da capa vermelha pra cima de mim! —A menina empurrou o ombro da maior e voltou pro sofá.

Carolina: Para de fazer drama...

Babi: Drama? Quem tá fazendo a merda do drama é você! "Ai eu prometi pro seu pai... Preciso te manter segura... É pra sua segurança..." Não em vem com essa, Voltan. Por que você não me falou isso desde o começo?!

Carolina: Eu não queria te colocar em perigo! — sentou-se ao lado da Bárbara e olhou em seus olhos.

Babi: Meu Deus! POR QUE?!

Carolina: POR QUE EU ME PREOCUPO COM VOCÊ! —Gritou. A menor franziu as sobrancelhas e desviou o olhar. 

DYNASTY - BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora