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Não me lembro como a conversa terminou, mas de manhã eu mal conseguia ficar com os olhos abertos de tanto sono.
Levantei e tomei um banho. Estava preparando as coisas pra ir ao mercado quando passei pela sala e encontrei a Carolina dormindo no sofá. Um lado meu ficou feliz por que ela finalmente conseguiu descansar depois da noite terrível de ontem.
Na fila do caixa as pessoas não paravam de comentar sobre o "assassino". Era bem desconfortável. Quando voltei do mercado ela já estava acordada.
Babi: Comprei macarrão e carne moída...
Carolina: Beleza, eu sei fazer isso. —Ri enquanto me sentava no banquinho para observá-la. Eu ia indicando onde ficava cada coisa ao decorrer da preparação do almoço. Carolina fez toda a comida e nem pediu ajuda. Na verdade, ela nem pareceu precisar... Sabia exatamente o que, e como fazer.Assim que ela acabou, nos serviu e se sentou na minha frente no balcão. Comemos em um silencio confortável.
Babi: Meu deus, que talento... Isso estava MUITO BOM!
Carolina: É... — A mesma não parava de olhar meus lábios enquanto eu chupava meus dedos sujos de molho.
Babi: Aprendeu sozinha?
Carolina: Minha avó me deixava cozinhar com ela quando eu era criança.
Babi: Ela deve ser uma mulher incrível, né?
Carolina: Ela era... —Entendi. Era e não é.
Babi: Sinto muito... —Tentando fugir do assunto, levantei rapidamente e coloquei nossos pratos na pia. O clima ficou bem estranho depois da conversa, não queria ficar ali e aguentar aquela barra. Fui para o meu quarto e passei o resto do dia lá.Já se passava das 19:00 horas e eu não conseguia parar de pensar sobre o envolvimento do meu pai em toda aquela história... Ele nunca disse nada sobre a Carolina ou qualquer coisa relacionada ao trabalho que tinha aqui em Chicago. Sabia que era o sonho do meu pai que eu estudasse na mesma faculdade com ele e seguisse seus passos, e era isso que eu estava fazendo. Mas o que ele escondia da gente? Por que estava envolvido nisso? Fui retirada de meus pensamentos com batidas leves na porta.
Carolina: Babi? —Levantei e abri a porta. - Quer assistir um filme?
Babi: É, pode ser... —Seguimos até a sala. Deitei no sofá enquanto Carolina sentava no chão. Ela começou a trocar os canais.
Babi: Esse é maravilhoso! Coloca. —Gritei entusiasmada.
Carolina: Mas é de terror... —Me olhou enquanto eu sorria maliciosamente.
Babi: Por isso mesmo! Vai dizer que tem medo, Carolina Voltan?
Carolina: Medo? Não... — riu desconfortável enquanto colocava o filme. Na metade do filme Carolina já agarrava a almofada desesperadamente. Estiquei a mão e passei os dedos suavemente pela sua nuca, a menina pulou de susto enquanto gritava. Cai na gargalhada.
Carolina: Porra! Não teve graça.
Babi: Ah, pode ter certeza que teve sim. —Ri enquanto observava Carolina emburrar a cara e se sentar mais afastada. — Olha a bebezinha emburrado, tadinha... —Sai do sofá e fui em sua direção, impliquei tocando em seu nariz enquanto fazia voz de bebê.
Carolina: Sai daqui. —Bateu na minha mão. Revirei os olhos, ainda achando graça e voltei para o sofá. Carolina cruzou os braços e desviou o olhar pra TV. Revirei os olhos e levantei pra voltar pro sofá quando senti um puxão na minha cintura que me fazendo cócegas. Gritei e me debati, tentando sair de seu aperto.
Carolina: Para de fazer drama, garota. —Repetiu minha fala enquanto eu me contorcia como uma desesperada no chão. E então meu telefone começou a tocar. Carolina e eu nos levantamos rapidamente e eu corri pra atender.
Babi: mãe? —Disse quando seu rosto sorridente apareceu na pequena tela.Camilla: Oi, filha... Tá tão emocionada assim ao me ver? —Minha mãe riu.
Babi: Emocionada? Ahn? Como assim?
Camilla: Tá ofegante, com a bochecha vermelha, toda descabelada... Oh meu Deus! —Gritou e levou às mãos a boca. –
Babi: O que?!
Camilla: Tá com alguém aí, né?
Babi: Como? —Arregalei os olhos e Carolina tapou a boca tentando segurar o riso.
Camilla: Fala a verdade pra sua mãe. Tem alguém com você?
Babi: O que? Claro que não, Mãe! —Aquele olhar... Incrível como só basta um olhar da sua mãe pra fazer você falar tudo. — Tá, tem uma pessoa aqui.
Camilla: Hmmm... Cadê ele? Manda ele falar com a sogra. — Carolina arregalou os olhos e mordeu o lábio pra não rir.
Babi: Ele... Ele tá no banheiro, mãe... —Minha mãe abriu a boca e riu
Camilla: Safadinha... Tá usando camisinha? —Sussurrou. Bati minha mão na testa e fechei os olhos enquanto meu rosto esquentava gradativamente.
Babi: Tchau, mãe! —Desliguei antes que ela me envergonhasse mais. Olhei pra Carolina que jogava a cabeça pra trás rindo. — Para de rir, abusada!
Carolina: Eu amo a sua mãe!
Babi: Acho que ela também gostaria de você se te conhecesse.
Carolina: É, eu tenho esse dom de fazer as pessoas se apaixonarem por mim.
Babi: Duvido.
Carolina: Quer apostar? —Levantou as sobrancelhas.
Babi: Quero!
Babi: Espera, você acha que a gente vai se apaixonar? -Franzi as sobrancelhas, incrédula.
Carolina: Não sei. Acho que é uma possibilidade, né? A menos que você seja hétero.Babi: Eu com certeza não sou!
Carolina: Eu também não. Então, é uma possibilidade...
Babi: Não, não é uma possibilidade. Como você é convencida... —Abri a boca pra responder quando ela me interrompeu.
Carolina: Digo, não é muito difícil se apaixonar por você. —Ok, meu coração tá batendo muito forte e eu consigo sentir minha bochecha pegando fogo. O que está acontecendo?
Babi: Vamos... Vamos voltar pro filme, né? —Voltei a sentar no sofá. Carolina lentamente caminhou para o outro lado da sala e se sentou no chão.
Babi: Você quer deitar... No sofá? —Observei quando ela negou com a cabeça e voltou sua atenção pra TV.Acordei com uma movimentação ao meu lado. Carolina não reparou que eu já estava acordada quando ela deitou do meu lado e nos cobriu com o edredom. Tentei me levantar, mas estava cansada demais, meu corpo estava pesado e meus olhos quase não abriam.
Carolina: Babi? —Sussurrou.
Babi: Oi.
Carolina: Quer que eu saia?
Babi: Não, está confortável... Boa noite.
Carolina: Boa noite. Inclusive, amei o pôster do One Direction na parede do seu quarto. —Abri a boca, incrédula e tentei o empurrar do sofá, mas ele segurou na minha cintura e me puxou junto.
Carolina: MERDA!
Babi: Meu Deus me desculpa! —Gritei quando o vi se contorcendo no chão com a mão entre as pernas.
Carolina: A mini-voltan!
Babi: Você colocou um nome na sua...??!--
Hoje vão ser 2 capítulos pra comemorar a vitória da laude na talents.
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DYNASTY - Babitan
FanfictionBárbara Passos é a novata intercambista da faculdade. Não se sabe muito sobre sua história, e ela nunca fez questão que soubessem. Carolina Voltan é a famosa badgirl da cidade: rica, mimada e mesquinha. São os adjetivos usados para identi...