Capítulo 24

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[Babi narrando]

Bak continuava no mesmo lugar quando o primeiro horário acabou. Eu estava a caminho da minha outra aula quando resolvi perguntar sobre a Gaby, eu ainda tinha alguns minutinhos.

Babi: Hey, tá tudo bem? -Gabriel bloqueou o celular rapidamente enquanto me observava sentar ao seu lado. Ele soltou um suspiro enquanto desviava o olhar. Beleza, tinha algo errado.- Gabriel, o que aconteceu?!

Gabriel: Eu não... não sei no que ela estava pensando... -Franzi as sobrancelhas quando Gabriel dilatou as narinas e apertou o maxilar. Ele desbloqueou o celular e entregou nas minhas mãos. Na tela apareceu uma mulher rebolando no ritmo de uma música sensual que tocava ao fundo. Ela usava uma meia arrastão por cima de uma calcinha preta, e era tudo o que dava pra ver naquele momento o vídeo. A garota estava com o quadril bem próximo da câmera e suas mãos passeavam por ali. Depois de alguns segundos, a menina se afastou e eu pude observar o seu rosto. Era Gabrielly. Caralho! Ela estava usando a parte de cima de um biquíni minúsculo, e tinha um batom carmesim nos lábios. Ela continuava mexendo o quadril enquanto jogava o cabelo de um lado para o outro. Depois de alguns movimentos, Gaby levou a mão para trás do corpo e percebi que ela estava desamarrando o biquíni do corpo, foi nesse momento que Gabriel puxou o aparelho das minhas mãos e bloqueou a tela depois passava as mãos pelo cabelo.

Que merda...?

Babi: Ela... Te enviou isso? -Gabriel me olhou com o rosto contorcido de raiva.

Gabriel: Ela postou isso! -Tenho certeza que meu queixo quase bateu no chão.

Babi: O QUE?!

Gabriel: Pois é... Eu não sei o porquê...

Babi: Ela... tirou a roupa mesmo? -Gabriel suspirou e balançou a cabeça confirmando. Minhas pálpebras estavam tão abertas que chegava a doer.

Gabriel: Você não faz ideia do tipo de comentários que tem no vídeo... Porra! -Suas mais bateram com tudo na mesa de madeira.

Babi: Você já tentou conversar com ela?

Gabriel: E isso vai mudar o que?!

Babi: Eu não acho que ela tenha feito isso na intenção de provocar os garotos...

Gabriel: E ela fez por que, Bárbara?

Babi: Pra chamar a SUA atenção.

Gabriel: O que?! Por que ela iria querer chamar a MINHA atenção?

Babi: É tão óbvio... Como você pode simplesmente não perceber? -O menino franziu o cenho e me encarou parecendo pedir uma explicação.- Gabriel, a Gaby gosta de você também...

Gabriel: Não é hora de fazer piada, Bárbara. -Soltou o riso escárnio enquanto se levantava e pegava seus materiais.

Babi: Conversa com ela! -Gritei enquanto ele se afastava. Enquanto eu caminhava até a minha próxima aula, percebi que as pessoas olhavam os celulares e cochichavam um com os outros. É, Gabrielly tá causando. Já estávamos nas últimas semanas de aula, então não tinha muita matéria para passar. O pessoal estava a todo vapor organizando o baile da formatura e todas as festas que iriam acontecer nas fraternidades... Não entendia como eles conseguiam levar uma vida tão normal depois de tudo o que aconteceu. Óbvio que não era para todo mundo ficar super mórbido e pra baixo, mas também não imaginei que seriam tão insensíveis.

No caminho até o café, sempre que caminhava pelas ruas, eu usava meus fones e colocava a minha playlist no máximo. Na metade do caminho, percebi um carro preto me seguindo. Era o mesmo carro que eu vi estacionado na esquina da faculdade mais cedo. Senti meu estômago revirar em pânico quando apressei os passos. Quando o sinal fechou, corri para atravessar a rua mas o carro foi mais rápido e se colocou rapidamente da minha frente. Bati o quadril com tudo no capô do carro e cai com tudo no chão.

As pessoas rapidamente vieram na minha direção. Uma mulher se ajoelhou do meu lado e segurou minha mão.Meu quadril latejava tanto que meus olhos lacrimejavam. A mulher disse que era enfermeira e me instruiu a não me mexer enquanto ela ligava para a ambulância. Queria apenas levantar e dizer que estava bem, mas eu sei que meu rosto e as lágrimas informavam outra coisa. Ouvi barulho de borracha arrastando o asfalto e umas pessoas gritando xingamentos como "Covarde", "seu lugar é no inferno.", "filho da puta!". E então eu entendi, o cara que me atropelou tinha fugido.

A mulher ao meu lado tentava ao máximo me acalmar, ela perguntou se eu tinha algum contato para que ela pudesse ligar. Bom, a minha mãe estava a três horas de distância, A Carol era fugitiva, Gaby não estava tendo um bom dia... Pedi para que ela pegasse o telefone na minha bolsa e pesquisasse por Lia. A moça ligou e disse que a Lia iria nos encontrar no hospital.

Cerca de 10 muitos depois cheios de dor, a ambulância chegou e me levou para o hospital. A moça também entrou na ambulância e não largou a minha mão por um segundo sequer. Nunca fui tão grata a uma desconhecida.⁣

Babi: Como... Como é o seu nome? -Disse tentando ao máximo não gemer de dor.

Xxx: Sou a Taylor. Sou residente no hospital que estamos a caminho e eu estava indo para lá na hora do acidente...

Babi: Obrigada... Estou muito mais aliviada. -Taylor sorriu calorosamente e afagou minha mão. Quando chegamos, fui encaminhado rapidamente para a sala de raio-x. Me deram morfina para a dor e a Taylor me disse que iria ver se a Lia já tinha chegado. Alguns minutos depois, Lia, Natty e Rodrigo entraram desesperadas no quarto.

Lia: MEU DEUS, BÁRBARA! -Lia gritou mais foi logo advertida pela enfermeira. Rodrigo se aproximou.

Ike: Você viu quem foi? -Balancei a cabeça negando. No que ele estava pensando? O homem só tensionou o maxilar e trocou um olhar super estranho com a Natty. Eles ficaram comigo até o médico chegar com os resultados. Então eu tinha uma fratura de baixo risco no quadril. Se eu reagisse bem aos medicamentos, era possível que eu tomasse alta ainda hoje e eu implorei por isso.

[Carolina narrando.]

Já se passava das 21:00 e nada da Bárbara chegar. Obriguei-me a não ficar preocupada com isso, provavelmente ela tinha saído com aquele "amigo" novamente. Não posso negar que aquilo me incomodava, por que incomodava e bastante.

Não era a primeira vez que ela chegava tarde em casa e provavelmente não seria a última, né? Eu realmente gosto da Babi, e eu acho que um dos meus maiores desejos nos últimos dias era sair com ela. Já estou a tanto tempo trancado dentro de casa que raramente consigo me lembrar como é lá fora. Como é a praia, os parques... O cheiro das folhas, da maresia... Se eu pudesse sair pra qualquer lugar, acho que choraria de felicidade. Principalmente se estivesse com ela ao meu lado. Bárbara Passos. A garota mais corajosa que eu já conheci. Tipo, quem que abriga uma fugitiva em casa? Tudo bem que o assunto sobre o pai dela teve grande influência na decisão dela... Mas, toda garota que eu conhecia com certeza se cagaria de medo. Antigamente eu vivia rodeadas de mulheres superficiais e mimadas que só pensavam em dinheiro e maquiagens, agora que convivo com a Babi, fico pensando em como eu era capaz de achar que aquele era o tipo de mulher pra mim. A Bárbara consegue me surpreender tantas vezes ao dia, ela não tem medo de ser quem ela é. Ela é completamente segura de si e tudo o que está ao seu redor. Isso me instiga tanto e eu não ficaria surpresa se me apaixona... Espera! Eu estou apaixonada?! Porra eu...

A porta do apartamento foi escancarada e eu pulei no sofá.⁣
Ike entrou rapidamente com um corpo nos braços. Aquele corpo que eu conhecia bem... Corri na sua direção, peguei minha menina e a levei até seu quarto. Meu coração estava super acelerado enquanto eu encarava o rosto pálido e seus olhos fechados. Mas que merda aconteceu? Babi nem ao menos abriu os olhos quando eu a coloquei na cama.

Seu rosto estava com alguns pequenos arranhões no lado esquerdo e sua sobrancelha tinha um curativo. Lia entrou no quarto carregando a bolsa que eu reconheci ser a que a Babi levava para a faculdade.

Lia: Teve um acidente... -Franzi as sobrancelhas na sua direção enquanto tentava afastar as lágrimas.- A Babi foi atropelada.

DYNASTY - BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora