Suspirei cansada, não faz nem quatros horas que estou com Beatriz em casa e eu já estou louca, a pequena não para de chorar e isso esta me preocupando, já havia trocado sua fralda e lhe alimentado, o que mais poderia ser?
Bailey
Eu: Bailey socorro
Ela não para de chorar
Já fiz de tudoBailey: Está pedindo ajuda pro irmão errado Any
Eu: A Saby está em cirurgia
Por favor Bailey eu preciso de ajuda
Ela vai me deixar loucaBeatriz continua chorando no meu colo, não sei lidar com crianças, muito menos com bebê. Essa situação me lembrou do terrível jantar que tive com um dos meus ex-namorados, a sobrinha dele estava conosco, foi terrível aquele dia.
Porque aceitei que Sina engravidasse? Poderia ter dito que não, poderia ter expulsado ela de casa, mas não, eu apoiei ela em tudo e agora estou aqui com um bebê no colo sem saber o que fazer.
— Vamos lá Beatriz, se você continuar chorando eu vou chorar junto.
A bebê me olha sem saber o que eu estava falando, o som alto da campainha fez ela parar de chorar por alguns segundos.
— Seu salvador chegou. — Bailey disse entrando na casa, em suas mãos havia algumas sacolas. — Ela é linda.
Levantou a mão para tocá-la, virei meu corpo para trás afastando Beatriz dele, arrancando-o uma careta de seu rosto e uma risada da bebê.
— Não lave suas mãos imundas antes de tocar nela.
— Quanto drama mamãe, já estou indo lavar a mão. — revirou os olhos, largou as sacolas na bancada e lavou as mãos. — Pensei que os avós dela estaria aqui.
— Foram embora hoje cedo, depois do testamento da Sina ser lido, eles decidiram ir.
— Então você é oficialmente mãe agora? — perguntou pegando Beatriz no colo.
A pequena parecia prestar atenção na conversa, olhava para nós a todo momento, os olhinhos castanho-esverdeado que a bebê tem a deixava adorável.
— Ainda não, tenho uma semana para decidir o que fazer com ela, e caso eu decida ficar com ela tenho que entrar com o processo de adoção.
Bailey me encarou sem entender, repassei minha fala mentalmente ver se falei alguma coisa errada.
— Ainda esta com dúvidas se vai ficar com ela?
— Bailey eu tenho o meu trabalho, não posso largar tudo.
— E vai abandoná-la?
— Eu não disse isso...
— Mas é o que parece.
Ele saiu da cozinha com Beatriz quase dormindo sem seu colo, olhei o tinha na sacola que ele tinha trazido e eram coisas para Beatriz, suspirei após ver as coisas, ficariam lindas nela.
Aproveitei a paz que estava a casa e fui fazer o almoço, assim que desliguei a ultima panela, fui atrás de Bailey, encontrei ele no quarto de Beatriz, observando a dormir em seu berço.
— O almoço está pronto.
Ele assentiu, cobrindo Beatriz antes de sair do quarto.
— Estou com medo Bailey. — admiti pela primeira vez em voz alta. — Medo de falhar com Sina e Noah, mas principalmente com Sina.
— É uma enorme responsabilidade, sabemos disso Any. — segurou minha mão por cima da mesa. — Mas precisa decidir o que fazer logo.
— Eu sei. — suspirei.
(...)
Bailey acabou passando o dia conosco, Beatriz pareceu gostar dele, graças a sua ajuda consegui guardar as coisas de Sina, ainda dói olhar o quarto e saber que ela nunca mais voltaria, terminei de arrumar a cozinha, Beatriz dorme no seu carrinho, me aproveitei disso para levar ela para o meu quarto ainda no carrinho, parecia que ela estava em um sono bom, hora ou outra sorria levemente.
Peguei a caixa no fundo do guarda-roupa, era uma caixa de sapato, Sina havia encapado ela com algumas figurinhas, abri a mesma tirando dela as suas cartas para Beatriz, nunca havia lido nenhuma delas, apenas sabia que Sina guardava em meu guarda-roupa.
Minha pequena Beatriz, infelizmente não tivemos a oportunidade de se conhecer, mas quero que saiba que a mamãe te ama muito, talvez você sinta raiva ao saber da sua história, por saber que eu engravidei ciente que não viveria para te criar, mas eu não encontrei motivos para viver sem seu pai, não via mais uma vida sem ele, eu tentei juro que tentei seguir em frente e recomeçar a minha vida, mas não consegui, e nessa descobri que ainda havia uma maneira de manter nosso amor vivo, de realizar nossos sonhos, você minha pequena foi o nosso sonho, infelizmente nenhum de nós conseguiu te conhecer, porém lembre-se sempre que nós te amávamos bem antes de conhecê-la. Creio que sua tia (agora "mãe"), tenha cuidado maravilhosamente bem de você, eu mesma me certifiquei que você ficaria em boas mãos, desde que recebi o positivo, passei a escrever todos os dias para você, quero que conheça a historia dos seus pais, que sabia como éramos. Eu te amo muito minha filha, espero que não me odeie por causa da minha decisão. Com amor, mamãe.
Fechei a carta com lagrimas nos olhos, olhei para Beatriz que ainda dormia tranquilamente em seu carrinho, não poderia deixá-la, não me perdoaria caso fizesse isso, guardei a carta novamente na caixa e coloquei no guarda-roupa, vou ler o resto em outro momento.
Arrumei Beatriz em seu carrinho e a puxei para perto da cama, mandei uma mensagem rápida para Alex, pedindo para mandar meu trabalho por e-mail, trabalharia em casa até criar uma rotina e com Beatriz.
— É pequena, parece que seremos eu e você a partir de agora. — sorri, mesmo que ela não estivesse acordada para ver.
Estou ciente que criar um bebê não é uma tarefa fácil, mas eu estou pronta para esse desafio, pelo menos eu acho, tenho que fazer isso pela Sina, afinal eu prometi.
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DRM • de repente mãe
Fanfiction𝗕𝗘𝗔𝗨𝗔𝗡𝗬 𝗙𝗔𝗡𝗙𝗜𝗖𝗧𝗜𝗢𝗡 Any Gabrielly Soares é surpreendida com o testamento de sua melhor amiga, a qual lhe concedia a guarda da pequena Beatriz. Nunca havia pensado em filhos, muito menos naquele momento de sua vida mas não podia recu...