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Minha pequena Beatriz, pensei em como iria te contar sua história, poderia simplesmente dizer que eu e seu pai nos apaixonamos perdidamente e fim, mas qual seria a graça? Você vê as mesmas coisas em filmes da Disney, então lhe contarei toda a minha trajetória, desde o dia em que eu o conheci, infelizmente você nunca terá a versão dele mas sei que sua tia Any tem longas histórias de seu pai, espero que ela lhe conte todas. Com amor mamãe.

Olhei novamente para o espelho, meus olhos estavam fundos, as olheiras tomavam conta do meu rosto. Estava cansada, cuidar de um recém nascido não era fácil, muito menos quando se tinha que trabalhar. Faltava um mês e meio para o lançamento da coleção, e tudo deveria estar perfeito. O que tornava tudo mais difícil para mim era não poder ver com os meus próprios olhos todas as coisas, estava me mantendo em casa o máximo que podia. Pedia tudo o que precisava pelo celular, desde comida até coisas para casa. Beatriz era nova demais para passar horas fora de casa junto comigo, Diarra havia recomendado ficarmos em casa e eu estava seguindo a risca. Joshua estava "desaparecido" a duas semanas, não mandou e-mail, conferi todos que haviam no spam, não ligou, ele apenas sumiu, sabia que estava bem e vivo pela suas redes sociais.

O choro de Beatriz me fez deixar o espelho e minha aparência para trás, indo até seu quarto, o vestidinho de girassóis fazia a bebê parecer uma boneca de porcelana. Não precisei de muito para descobrir que o choro era graças a fralda suja. Após meio mês eu já estava pegando o jeito de cuidar dela, claro que tudo foi graças a Sabina que me dava ótimas dicas, mas irei permanecer com o meu crédito assim mesmo.

Coloquei a bebê no trocador, levantei seu vestidinho, tirando a fralda em seguida. O cheiro era algo insuportável, como um ser tão pequeno poderia feder tanto assim? Retirei sua fralda suja, passei um lenço umedecido e coloquei uma fralda limpa.

Peguei Beatriz no colo, guardei o que havia usado e descartei a fralda suja. A pequena se ajeitou mais em meus braços, pronta para voltar a dormir. Me aproveitei disso e lhe deixei em minha cama. Arrumei a leve bagunça que havia feito ali, estava tentando criar algumas peças novas, porém nada tomava forma, talvez fosse o fato de estar vivendo quase um mês com um bebê, mas minhas únicas ideias tinham referencias a Beatriz, infelizmente não me ajudaria muito na Beauchamp's. Deitei-me ao seu lado na cama, dormindo logo em seguida. Quando se tem uma criança em casa, deve se aproveitar desses momentos únicos.

Estava no meu último ano do colegial, contava os dias para poder me livrar daquele lugar, pensava que a vida seria bem mais fácil depois (mas não é). A aula de educação física nunca foi minha preferida mas não podia escapar mais (passei dois anos fugindo das aulas de educação física, sempre uma desculpa em cima de desculpa), estava em uma aula que não era minha, eu precisava repor minha nota e aquela era a única solução. Foi então que eu conheci sua tia, Any Gabrielly Soares, havíamos trombado pelos corredores mas nunca nos falamos. Any era uma pessoa quieta, acredita nisso filha? Sua tia era quieta, ao menos no colegial. No início não nos damos bem, eu nem se quer queria estar e tentava a todo custo fugir da aula (não faça isso Beatriz, não é tão ruim afinal) Any como representante tinha que me impedir de sair. Passamos quase dois meses nos "odiando", até a festa do Joshua Beauchamp.

DRM • de repente mãe Onde histórias criam vida. Descubra agora