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A luz do sol entrava no cômodo, me acordando completamente. Olhei em volta, eu estava na sala, mas não estava sozinha. Joalin dormia em cima do modelo, sorri com a cena. Tomei cuidado ao me levantar, tentando não acordar nenhum dos três, mas falhei em minha tentativa. Joalin acordou, fiz um pequeno gesto para que não falasse nada. O sorriso dela me trouxe um sentimento familiar, sorri de volta. Entrei na cozinha, ligando a cafeteira. Suspirei ao ser atingida pela realidade, toda felicidade sentida antes desapareceu do meu corpo.

— Você está bem? — me assustei com Joalin ao meu lado — Desculpa não quis te assustar.

— Tudo bem Jojo. — suspirei — Estou bem.

— Ei não precisa mentir para mim, o que está acontecendo? — puxei ela para o meu quarto, trancando ele assim que entramos. Me permiti chorar em seu colo, sua carícia me acalmava aos poucos. — Vamos me conte o que aconteceu?

— Marie Plotnikova aconteceu.

— A vaca?

Abri um pequeno sorriso.

— Sim.

— O que ela fez agora?

Puxei a bolsa para meu colo, retirando o envelope de dentro. Joalin olhou horrorizada para as fotos, e meu corpo se arrepiou ao me lembrar do dia anterior, da ameaça que ela tinha feito para mim.

— Mas o que... essa mulher é louca Any, Joshua sabe disso?

— Não, o problema não é dele Jojo.

— Não é problema dele? — revirou os olhos — Any Gabrielly Soares você vai esperar uma tragédia acontecer para contar? Vai arriscar a sua vida e de Beatriz?

Não pude responder, a porta estava aberta com o modelo encostado em seu batente com Beatriz no colo.

— A quanto tempo está aí? — perguntei com medo da sua resposta.

— Tempo suficiente para saber que me esconde algo.

— Vou deixar vocês conversarem.

Joalin se retirou do quarto com Beatriz em seu colo. Permanecemos em silêncio, o som do chuveiro denunciava que Jojo estava dando banho em Beatriz.

— Por mais que eu tenha o dia inteiro para te ouvir, gostaria que parasse de enrolar. — respirei fundo, jogando o envelope para o modelo, seu rosto sério, se transformou em surpresa — Que merda é essa Any?

— Marie. — Joshua me olhou, esperando uma explicação. — Ela apareceu em minha sala depois daquele show todo, disse que era culpa minha o neto premiado dela não ser assumido por você. — o modelo bufou irado — Joshua não quero que você faça nada, me deixe cuidar disso sozinha.

— Cuidar sozinha?

— Sim.

— Não.

— Joshua.

— Any não, você não estaria nessa situação de não fosse por mim, esse problema não é apenas seu, é nosso.

Respirei fundo. Busquei por suas mãos, agarrando as mesmas quando encontrei.

— Eu amo você, amo tanto que dói dizer isso, mas preciso que você vá.

— Any... — sua voz vacilou.

— Me deixe terminar. — respirei fundo atrás de um pouco de coragem — Joshua Beauchamp, eu amo você, sempre amei, e tenho certeza de que sempre amarei, por isso quero que você vá, não posso arriscar nossas vidas.

— Eu vou dar um jeito Any, me deixa arrumar essa bagunça.

— Não Joshua, eu não duvido que você dê um jeito nisso, que Marie deixe de ser uma ameaça, eu sei que consegue arrumar isso. O problema Joshua é que com você tudo é uma bagunça. Sempre haverá uma pequena bagunça para ser arrumada, e por mais que eu ame você, eu estou me esgotando amor. Não posso mais entrar com tudo nisso Joshua, não é apenas eu, tenho Beatriz agora e não posso arriscar.

— Any não faz isso.

— Eu já fiz Josh.

O modelo me puxou para si, selando nossos lábios em um beijo nostálgico. Minhas lágrimas escorregaram pela bochecha, suas mãos em minha cintura me apertaram ainda mais.

— Eu amo você. — sua voz saiu como um sussuro, como se aquela declaração fosse um segredo.

— Então vá, seja feliz Joshua.

O modelo deixou um beijo em minha testa antes de sair. Deixei meu corpo encontrar o chão, um vazio tomou conta de mim novamente. Era a segunda vez em um único ano que eu pedia para ele ir, por mais que meu interior desejasse que ele voltasse, minha mente gritava que era melhor assim.

— Vou ao mercado com Beatriz, quer algo?

Murmurei um não. Permaneci no chão, lágrimas já não escorriam mais, não havia mais nada além do vazio que eu sentia. Ele havia ido embora, e junto com ele meu coração também. Meu corpo foi envolvido em um abraço quente, me permiti ficar ali. Era quentinho, esquentava um pouco do lugar frio e vazio que meu corpo estava se tornando.

DRM • de repente mãe Onde histórias criam vida. Descubra agora