Capítulo 35 - Despedida

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Em choque via o que ela estava prestes a fazer consigo mesmo. Com a mão trêmula, Lena levou a ponta da lâmina até sua barriga.

- Lena, não! - gritei saindo correndo, meus sapatos escorregavam naquelas pedrinhas. Enfim alcancei a entrada, abri a porta com tudo a fitando de olhos saltados e com o coração na boca.

- Lena, para. Não faça isso! - a morena olhou pra mim assustada, lágrimas desciam pelo seu rosto mas o objeto ainda pressionava sua pele.

- Kara? O que tá fazendo aqui? Não deveria estar aqui.

- Não posso deixar que faça isso.

- Vai embora. - seu olhar voltou praquele maldito objeto de novo. - Não precisa ver isso.

- Larga isso, por favor.

- Não. - balançou a cabeça, os cantos da sua boca curvaram-se em tristeza. - Eu tenho... eu preciso...

- Não, Lena. Você não precisa disso. Por favor! - dei mais um passo. A distância entre nós já não era grande, olhei pro bisturi que cortava levemente sua pele e por um momento tive medo que ela me ferisse, afinal ainda estava sobre o efeito do álcool.

- Vai, larga isso. Vamos sair daqui, a gente vai resolver isso. Eu prometo.

- Não, Kara. Você não entende. Vai embora, eu preciso... eu preciso... eu preciso. - a mesma repetia diversas vezes enquanto uma respiração pesada escapava da sua boca.

O choro tomava conta de mim vendo a pessoa que eu amava naquela situação, tão necessitada de algo que eu não entendia.

- Você é mais forte que isso. Eu sei porque te conheço. Vai, larga isso.

- Kara, eu... eu não consigo. A dor... - ela desceu um pouco o bisturi.

- Lena, para.

- A dor... é tão... boa.

- Droga, para com isso. - gritei cessando seu movimento. A coisa tava saindo do controle, queria arrancar aquilo da sua mão mas poderia ser uma briga inútil e se eu não conseguisse iria piorar ainda mais com alguém saindo daqui gravemente ferido.

- Olha pra mim. - falei mas não obtive resposta.

- Olha pra mim. - aumentei a voz novamente. Finalmente ela levantou a cabeça e virou na minha direção. Nós duas nos acabavamos em lágrimas, era uma cena lamentável, triste e dolorosa.

- Aquela mulher entrou na sua cabeça. Ela fez você acreditar que era disso que precisava. Mas isso não é verdade.

- Mas... é quem eu sou.

- Não, não é. Não dê esse poder a ela. Por favor, Lena. Não dê.

A Luthor desviou o olhar de mim como se estivesse recobrando a consciência novamente, então ela afastou a lâmina do seu corpo - o que causou um grande alívio no meu peito - fitou o objeto que sacudia devido ao seu tremor e após apertar os olhos derramado mais lágrimas, o soltou ao chão. Ambas soltamos todo o ar do nosso peito, ela com um vigor a mais. Ao abrir os olhos sua expressão se transformou em raiva ao encarar a bandeja a sua frente.

- Aaaaaaaaaaaa - esbravejou jogando a prataria no chão. Lena inspirava com dificuldade, ela deu poucos passos pra trás e caiu de joelhos no chão, a cabeça baixa, as palmas das mãos virada pra cima sobre suas coxas enquanto soluçava num choro agonizante.

Essa era a visão mais assustadora e preocupante que eu já tinha visto, a imagem de uma mulher realmente poderosa, a maior de todas, prostada assim de joelhos com todo esse sofrimento rompia meu coração. A luta pra trazê-la de volta desse lugar sombrio seria mais árdua do que poderia imaginar. De jeito nenhum posso deixa-la sem amparo, então faço a única coisa possível nesse momento, mergulho de joelhos na frente dela.

Minha Nova Chefe (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora