Capítulo 24 - Nightmare

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- Repete. Repete o que me disse.

- Mercy, por favor, não aguento mais.

Eu estava acorrentada a duas argolas, presas no teto de pedras lascadas. O ambiente era frio e eu tremia vestida só com minhas roupas íntimas.

- Já te disse que deve me obedecer. - um tapa atingiu meu rosto.

- Repete, Lena. - ela gritava.

Olhei ao redor tentando reconhecer algo, mas a sala era um vazio, tava mais pra um calabouço. Nem meu próprio corpo reconhecia, estava de volta a minha adolescência.

- Eu disse pra você repetir. - aumentou a voz atrás de mim.

- Por favor, para.

Fechei os olhos me preparando pra outro golpe. Quanto mais pedia pra que parasse, mais forte ela vinha. O cinto estalou na minha bunda e dessa vez senti um pouco da fivela. Gritei alto e forte com a dor que pulsava ao longa da minha cintura. Minhas costas e minhas pernas doíam, já tinha perdido as contas de quantas cintadas levei.

- Parece que não está aprendendo,
Lena. Isso aqui vai te ajudar.

Vi um bisturi na sua mão direita, um sorriso formou na sua boca depois de fumar um charuto e jogar a fumaça na minha cara.

- O que vai fazer com isso?

Fitei aquela luz prateada que me fazia tremer descontroladamente.

- Tô fazendo pro seu bem. - disse se aproximando.

Não conseguia mais ver o objeto, mas sabia que estava em sua mão. Minha respiração acelerou temendo o que vinha a seguir, não acreditava que ela fosse capaz disso.

- Aiiii. - gritei sentindo algo rasgar minha pele.

- Agora repete.

- Mercy, não, por favor!

Implorava diante dos seus olhos frios e vazios sem conseguir conter as lágrimas. O gelado da sala penetrava no corte, sentia o sangue escorrer na minha coxa.

- Vamos lá, Lena. Repete. - agarrou meu cabelo e puxou minha cabeça pra trás.

Estava quase soluçando, meus olhos ardiam, meu nariz escorria, então ela colocou a ponta do bisturi na minha pele. Olhando pro teto eu disse.

- Eu gosto de você. - outro rasgo e eu grito.

- De novo.

Respirei fundo e repeti gritando, como se fosse um palavrão.

- Eu gosto de você. - mais um corte arrancava a dor do fundo da minha garganta.

Gritar me ajudava, mas a deixava ainda mais excitada. A respiração dela estava irregular e áspera, na linha do meu pescoço.

- A última coisa que me disse, Lena. Agora!

- Mercy, por favor!. - gritei quando o bisturi me cortou pela última vez.

De repente tudo ficou preto, sentia água nos meus pés. A adrenalina e o medo dispararam meu coração e tudo o que ouvia era minha própria respiração. Uma luz branca revelou Mercy na minha frente, cerrei os olhos pra enxerga-la melhor.

- Lena, está sangrando. - sua voz era doce e preocupada.

- Felizmente, tenho esse pano pra te limpar.

Minha Nova Chefe (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora