Capítulo 31 - Respostas

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Eu tentava me concentrar nos vários problemas que precisava resolver na L-corp, mas o que a Kara me contou não saía da minha cabeça. Dificilmente ela faria tal acusação se não tivesse um bom motivo que a levasse a esse pensamento. Só que, a Andrea? Minha amiga desde sempre, aquela que esteve ao meu lado em todos os momentos, ser uma assassina a sangue frio? Nunca sequer a vi falar de forma grosseira com outro ser humano, como do nada se tornaria alguém capaz disso?

Confronta-la com algo desse tamanho poderia colocar nossa amizade em cheque, mas ao mesmo tempo precisava tirar essa dúvida ou enlouqueceria. Peguei o celular e liguei diversas vezes pra ela durante toda a tarde. Nas primeiras vezes chamava, mas ninguém atendia. "Andrea, preciso falar com você. Me liga assim que ouvir isso." Essa foi uma das várias mensagens que deixei na sua caixa postal, outras foram pelo aplicativo de mensagem, mas nada.

- Sra. Luhtor, com licença. Aqui está os documentos que pediu. - minha secretária entrou entregando algumas pastas.

- Obrigada, Jessy. Vou precisar que cancele os outros compromissos de hoje.

- Claro, mas a senhora prometeu entregar o balanço financeiro pros acionistas ainda hoje.

- Sim, eu sei. Só que tenho que resolver algo. Diga que amanhã sem falta estará nas mãos deles.

Ela assentiu então saí da empresa pra ir até a Catco. Normalmente a latina vivia com o celular grudado na mão, então era muito esquisito não ter nenhuma resposta depois de tantas horas. No prédio da grande mídia todos os olhares caíram sobre mim, nada de muito novo, até parecia que as pessoas estavam vendo um fantasma.

Caminhei até sua sala, a porta de vidro estava escancarada, nenhum sinal da minha amiga por ali.

- A Andrea não veio hoje? - perguntei virando para os funcionários sentados em suas mesas. Alguns me olharam, no entanto ninguém respondeu.

- Oi, Lena. - Kelly disse um pouco distante, vindo até mim. - Você está bem?

- Sim, obrigada por perguntar. Ela ainda não chegou ou saiu? - apontei pro escritório.

- Não, na verdade nem deu as caras. Não avisou se chegaria mais tarde ou se não viria hoje.

- Estranho.

- Também acho. Ela não é disso.

- Bom, vou até a casa dela pra ver se está tudo bem.

- Tá bom.

Alguns minutos depois estacionei em frente da sua quase mansão. Andrea sempre gostou mais de casas do que apartamento. Andei pelo gramado até  parar na porta, já era fim de tarde e tudo estava muito tranquilo. Não parecia haver ninguém ali. Prestes a tocar a campainha, notei a porta entreaberta. Olhei ao redor desconfiada então a empurrei devagar, assim que entrei a fechei correndo o olhar no andar de cima. Adentrei dando alguns passos, procurando por sinal de vida pelo menos dos seus empregados, estranhamente nem eles  pareciam estar na casa.

- Andrea? - a chamei num tom moderado. Ao pé da grande escada esperei por alguma resposta.

- Aqui em cima. - reconheci sua voz um pouco carregada de... nervosismo talvez?

- O que tá fazendo? Te liguei o dia inteiro. - disse entrando na sua suíte.

Fiquei paralisada ao ver a mulher sentada na cadeira com os braços presos. Seu rosto indicava esgotamento e medo, com algumas marcas avermelhadas como se tivesse apanhado.

- Que merda é essa? - despertei indo em sua direção pra tentar desamarra-la.

- Nem tente Luthor. - a voz atrás de mim fez meu coração saltar. Será possivel? Me virei lentamente e lá estava ela apontando uma arma pra mim.

Minha Nova Chefe (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora