❥ Capítulo 28

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o capítulo a seguir aborda gatilho como tentativa de suicídio. se você é sensível a esse tema, tem a total liberdade de pular o capítulo.

boa leitura. 🥰

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Victoria Freitas // Rio de Janeiro - 14:47

Minha cabeça doía, eu sentia um aperto enorme no peito e só me recordava do que tinha acontecido antes de desmaiar.

Eu estava caminhando em direção a alguma coisa, escutava um choro de um bebê distante e era como se ele chamasse a mim. Sigo o seu chorinho e então percebo que estou em um túnel, bem no final há uma luz branca e eu imagino que seja do sol.

Assim que saio do túnel, vejo um jardim bem cuidado e uma estrada de terra, havia várias flores brancas espalhadas e eu também via pessoas. Pessoas que já fizeram parte da minha vida e que já estavam mortas, eu morri também?

Vejo a dona Vera - vó da Jéssica - segurando um bebê no colo,ele era loirinho e tinha os olhos azuis assim como os do Jonas. Sento ao seu lado no banco de madeira e ela me entrega o bebê com cuidado.

- Era seu filhinho. Olha como ele era lindo.

- Eu tive um filho?

- Sim, você teve. Mas você não sabia e agora ele é anjinho no céu.

- Por que estou aqui? Eu morri?

- Não, você só veio se despedir do seu filhinho e me falar como a minha netinha está. - Vera dá um sorriso ao falar da Jéssica.

- A Jéssica continua sendo aquela menina que sempre conhecemos, mas agora ela está quase se formando na faculdade e é um mulherão que nós sempre tivemos orgulho.

- Eu sempre soube que ela continuaria me dando orgulho, seja por onde estivesse. - Dona Vera diz com um sorriso. - Você precisa voltar para sua família e seus amigos, eles não aguentam mais a sua ausência. - Ela diz segurando minha mão. - Fala pra Jéssica que eu sempre vou proteger ela daqui e que eu estou orgulhosa.

- Converse com ela. Victoria pode te escutar.

Abro meu olhos assustada vendo tudo que aconteceu segundos atrás se apagando, fecho os olhos novamente para me acostumar com a luz do quarto que me atingiu em cheio. Ouço a voz que eu ficaria horas no dia escutando e que foi a última que escutei pela última vez.

- Poxa Vi, eu não aguento mais não escutar a sua voz me dizendo para parar de mexer no celular enquanto dirijo ou então a sua voz me xingando porque não pendurei a toalha no varal. - Tento rir mas a única coisa que sinto é incômodo. - Eu gosto muito de você, você é linda e muito educada. - Ele olha pra cima me pegando com os olhos abertos e arregala ao ver que eu escutei tudo que ele disse. - Você escutou? Se sim, pisca uma vez e se não, pisca duas.

Pisco duas vezes e o vejo respirar aliviado. Edgar beija minha mão diversas vezes e aperta o botão do lado da minha cama, imagino que seja para chamar um médico.

Minhas suspeitas se confirmam no minuto que vejo um médico bem jovem entrar pela porta segurando uma prancheta, ele me faz perguntas básicas e eu respondo acenando a cabeça, daqui a pouco eu ficaria tonta.

- Olha Victoria, você teve hematomas muito graves e uma hemorragia que quase lhe tirou a vida. Fico feliz em saber que está se sentindo bem. Mas, a condição que você chegou aqui já era muito avançada e infelizmente não conseguimos salvar....

- Meu filho... - O corto

- Você sabia que estava grávida? - Edgar pergunta assustado

- Não, eu só tive uma visão. Era um menininho.

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