❥ Capítulo 29

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Vivian Freitas - 09:12 - Jacarepaguá - RJ

- Irmã, tá tudo bem? Consegue andar? - Pergunto a Victoria assim que a vejo levantar da cama rapidamente.

- Aham. - Ela prende seus cabelos no topo da cabeça. - Cadê a mamãe?

- Foi trabalhar. Ela tá de plantão no hospital hoje pra ficar com você mais tarde, sentimos muito sua falta aqui em casa. - Dobro o edredom da sua cama assim que ela se levanta.

- Eu achei que não fosse acordar mais. - Ela faz uma careta fazendo xixi. - Não gosto nem de imaginar isso. Espero que eu não tenha mais pesadelos com isso, essa noite foi tranquila pra mim.

- Você tem consulta com a psicóloga amanhã, não esquece.

- Não vou. Eu tenho que ligar pra faculdade pra saber quando farei as provas desse semestre, preciso me formar. E também do meu trabalho, meu Deus certeza que fui demitida.

- Irmã, tá tudo bem. Já conversamos nos dois e eles disseram que você só voltaria na próxima semana. - Tranquilizo mesmo sabendo que ela iria querer estudar nas próximas horas. - É domingo, vamo aproveitar.

Saio do meu quarto que antes, eu dividi com a Victoria por apenas dois meses, levando as roupas de cama para lavar. Coloco o sabão em pó na gavetinha da máquina e fico em dúvida se deixo as roupas no molho longo ou curto, aperto o longo despejando água sanitária e fecho a máquina abrindo a torneira de água.

- Cadê meu celular? - Victoria pergunta se sentando na bancada de mármore que tinha entre a cozinha e sala de jantar.

- Tá lá no quarto da mãe, vou pegar pra tu. - Ando pelo corredor até o quarto grande e espaçoso da minha mãe. Desplugo o conector do seu celular que ainda estava com a tela intacta, enquanto o meu tinha uma rachadura do tamanho da minha testa. Olha a sua tela de bloqueio vendo uma foto dela toda sorridente na praia de Búzios.

- Quem fez esse bolo? Meu Deus, que delicia. - Victoria fala assim que chego na cozinha.

- Eu. - Entrego o celular a ela e abro o armário pegando o whey de chocolate que eu tomava toda manhã. Abro a geladeira de duas portas que era o xodó da minha mãe e pego a garrafa com leite.

Nossa casa tinha sido completamente arquitetada. Não era grande, mas era o suficiente pra gente viver MUITO bem e eu achava um luxo. Os móveis da cozinha foram todos planejados, o fogão era embutido no armário e tinha cinco bocas e logo abaixo o forno onde minha mãe fazia bolos e pães quase todo dia. A geladeira cinza era o que dava destaque pra cozinha já que tudo era branco e as portas numa coloração creme, do outro lado da bancada possuía uma mesa com oito cadeiras e eu lembro do dia que mamãe comprou dizendo que nossos amigos precisariam se sentir acomodados.

Desligo o liquidificador e encho meu copo com a vitamina tomando tudo em um gole só. Me junto a Victoria pegando meu celular e o desbloqueando, passo pasta de amendoim no pão de forma e encho um copo com suco de laranja natural que mamãe havia deixado pronto.

- Como você tá?

- Eu tô bem, eu acho. - Ela dá uma risada sem graça. - Não tenho mais forças pra falar disso, eu preciso seguir em frente mesmo que isso tenha sido recente. - Victoria passa a mão no rosto limpando as lágrimas. - É muito difícil, meu Deus.

- Não faço ideia da dor que você está sentindo, meu amor. Mas saiba que eu sempre estarei aqui pra cuidar de você, assim como tu me defendeu inúmeras vezes de todo mal. Você é forte e eu sei que passará por isso. Vou te apoiar em tudo. - Seguro suas mãos pequenas e delicadas por cima da mesa. - Tenho você e a mamãe como inspiração. Eu te amo muito.

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