❥ Capítulo 38

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Jéssica Alves - Barra da Tijuca

Caminho apressada a procura de um banheiro no primeiro andar, estava um calor de matar e pra compensar minha menstruação decidiu dar as caras dentro do uber a caminho daqui. Vejo uma fisionomia apoiada no balcão de atendimento da empresa e eu consigo reconhecer pelas diversas tatuagens no corpo.

Como se notasse minha presença, Victor se vira subindo as mangas da camisa social preta e me encarando com os seus olhos verdes. Ignoro a sua presença e continuo meu caminho até o banheiro disponível para funcionários, abro uma das cabines com raiva e tiro minha necessaire de dentro da bolsa com calcinha e absorvente reserva. Antes de me sentar no vaso, limpo ele com lenço umedecido pois vai saber quem esteve sentando aqui antes.

Troco minha calcinha pela limpa e levanto minha saia mais um pouco para enfiar o absorvente interno no canal vaginal. Eu não usava o absorvente normal nem se me pagasse, eu tinha sensação todo tempo que estava vazando e ninguém para me avisar. Já o OB eu conseguia saber a hora certinha de trocar e que não sairia sangue pelas minhas pernas abaixo.

Lavo minhas mãos com o sabonete líquido e retoco o gloss com gosto de morango que eu roubei da Lauren que ela havia roubado da Victoria. Fecho a porta atrás de mim e ando sentindo um incômodo nas pernas como de costume, espero a porta de metal abrir e agradeço em quinhentas línguas por subir sozinha. Não estava com paciência nenhum de desejar boa tarde as pessoas daquela empresa.

Posso dizer que me sinto realizada de trabalhar aqui. Eu ganho bem, tenho plano de saúde e odontológico, cesta básica no qual eu doo pra ONG do morro onde Lauren trabalhava e a carga horária era a mesma para todos os funcionários. Era claro que existia muitas pessoas preconceituosa, sem educação e caráter duvidoso, mas nem isso conseguia tirar minha satisfação.

Se eu estava aqui era porque merecia, tinha potencial para isso e ninguém além de mim podia ditar o que eu devo ou não fazer com a minha vida. Sendo que, a verdade só eu conheço.

Paro na bancada onde ficava as assistentes jovem aprendizes que eram responsáveis por designar o que cada estagiário ou advogado faria no dia. Puxo a minha ficha do balcão vendo uma grande quantidade de folha.

- Boa tarde Bel, eu tenho tudo isso para fazer? - Pergunto a uma das meninas que me fitava com curiosidade.

- Sim, senhorita Jéssica. Mas não são para entregar hoje, o doutor Alberto que pediu para adiantar para próxima reunião com os sócios da Grey's Enterprise. Esse primeiro precisa da sua assinatura.

- Fala Bel, testa de amolar facão. - Escuto Victor dizer para a jovem de 16 anos a minha frente.

- Fala você seu cornão. - Bel fala baixinho me fazendo soltar uma risada.

- Tá rindo de que, ein?

- Sai macho. - Empurro ele pegando a caneta no balcão e assinando o documento, entrego a Bel que me dá um sorriso mostrando o seu aparelho. - Obrigada amor.

- Jéssica por que você me trata assim? - Ele diz vindo atrás de mim.

- Deve ser porque merece.

Entro na minha sala largando a bolsa na cadeira e ligando o ar condicionado no máximo, encho o copo com água gelada e toma tudo em um gole só sentindo o olhar dele pairando sobre mim.

- Tu ainda tá aqui? Victor, sai agora.

- Não, eu também sou sócio da empresa. Portanto, vou ficar bem aqui. - Ele diz irônico sentando na cadeira a minha frente. Coloco as mãos na cintura indignada com a sua ação.

- Cara, você não tem outra coisa para fazer ao invés de encher a minha paciência?

- Não.

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