Capítulo Cinco

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Evan D'Ávila

Me sinto impaciente enquanto espero pela chamada do nosso voo. John foi comprar algo para a gente comer enquanto espera e não ter alguém para conversar me deixa ainda mais ansioso. Minha cabeça está um turbilhão desde que criei a possibilidade de ter um filho com Otávio, o qual eu não sei da existência. E desde então eu não consigo pensar em mais nada que não seja isso, pois não é algo impossível. Nos éramos namorados, nos amávamos e não foi só uma vez que transamos sem camisinha, e mesmo Otávio tomando anticoncepcionais, nenhum método é 100% seguro.

- Aqui, trouxe com bacon porque você ama isso mais que a sua família. - Acordo dos meus pensamentos ao ouvir a voz de John e quando levanto meu olhar, vejo ele estendendo um sanduíche muito gorduroso e com muito bacon para mim.

- Obrigado! - Agradeço e pego o lanche, dando uma grande mordida e aceito a garrafa de suco que ele me estende.

- Você ainda está pensando na possibilidade de ter um filho, ou, mais precisamente, uma filha? - John pergunta e morde seu lanche também, só que o dele é totalmente natural. Ele diz amar dessa forma e jura que um dia eu ainda terei sérios problemas de saúde com alto colesterol.

- Não me ache louco, ok? Mas faz sentido. - Falo em um suspiro e limpo um pouco de molho que fica no canto da minha boca.

- Mas seria muito cruel esconder uma criança do pai, sem contar que eu faria questão de procurar a outra pessoa. - Ele diz e eu aceno.

- O que você faria se descobrisse estar grávido? - Pergunto curioso e ele solta uma risada.

- Eu faria um escândalo, primeiro eu ia xingar muito o cara que me engravidou e depois ia chorar de felicidade, porque é um bebezinho. - Ele responde e solto uma risada com sua resposta.

- Já pensou a gente ter um bebê? - Brinco e ele faz uma careta.

- Eu te amo, mas não! Quero ter filhos apenas quando eu encontrar a minha pessoa e estiver feliz, sem os problemas que me cercam. - Ele fala mais sério e eu deixo um beijo em sua bochecha, vendo sua careta ao sentir a gordura em sua pele. - Saí, nojento!

- Então você não quer ter um bebê comigo? Me sinto ofendido. - Falo, fingindo ser sério, mas ele sabe que não é.

- Idiota! - Ele resmunga e volta a comer. - Humm... Quero combinar algo. - John diz após comer e presto atenção nele.

- O que? - Pergunto e amasso o guardanapo de papel onde estava o lanche.

- Não sabemos o que vamos encontrar lá, então a partir de agora não tem mais esse lance de sexo casual, ok? Nós somos melhores amigos e não quero estragar nada, até porque você é a única família de verdade que eu tenho, ruivo. Pode ser que você encontre novamente o cara que ama e pode ser que eu encontre alguém legal também, então no final do dia vamos contar um ao outro e nos apoiar. - Ele diz de modo sério e entendo seu ponto.

Nossa relação pode ser um pouco diferente aos olhos de outras pessoas, mas o que sempre reinou foi o amor e respeito. John foi o único amigo verdadeiro que encontrei nesse meu caminho, a família que conquistei e jamais quero perder isso... O amo demais para não querer nada além de sua felicidade. E são nesses momentos que eu percebo o quão fácil seria amar esse homem, mas infelizmente não é dessa forma. Eu o amo sim, mas é algo fraternal, eu quero o proteger de todo o mal, mas não vejo ele sendo meu.

- Desde que eu possa aprovar a pessoa. - Dou de ombros, sorrindo.

- Eu te odeio, sabia? - Ele resmunga, mas sei que é a mais pura mentira.

- Não, você me ama... Assim como eu amo você. - Falo e puxo ele para um abraço, deixando um beijo em sua testa em seguida.

Poucos segundos se passam e ouvimos nosso voo ser chamado. Me levanto primeiro e estendo minha mão para ele, a qual ele pega imediatamente, entrelaçando nossos dedos.

Opostos | Livro 01 - Série Amores Indomáveis (Mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora