Capítulo 27

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Assim que Jisung despertou, ele não se deu conta de onde estava. Ele jurava que antes de ter perdido a consciência, estava jogado pelo chão em algum beco escuro da cidade. Mas, quando acordou e viu aquele teto totalmente branco, ele congelou. Assim que olhou para o lado pôde ver o homem de quem tanto tivera medo e tentava evitar desde que as coisas começaram a ficar um tanto estranhas e suspeitas para si.

- Onde eu estou? E quem é você na verdade, hein? - Jisung dizia atônito tentando se levantar, mas estava muito machucado para efetuar a ação.

- Eu sou um dentista. Não percebeu que está em um consultório odontológico? - Minho dizia enquanto guardava uns instrumentos de corte em uma gaveta em sua mesa.

- Eu quero ir embora. Me deixe ir. - Jisung dizia num tom triste, ele tinha muito medo daquele homem.

- Você não está preso aqui. Pode ir, se quiser. Mas você está muito machucado e eu não recomendo que vá antes de descansar um pouco. - Minho dizia simples, enquanto se sentava em um banquinho do lado da cadeira que Jisung estava deitado.

- Ok... - Jisung estava envergonhado. E intimidado.

[...]

Felix estava de folga naquele dia, então ele resolveu investigar arquivos pendentes. Quando estava trabalhando, ele tinha que "se preocupar com assuntos mais importantes", como o seu chefe vivia dizendo.

Ele resolveu ir até à pensão naquele dia. Felix estava indo a fundo no assunto dos gatos mortos e dos desaparecimentos, ele havia descoberto várias informações muito úteis; e também havia descoberto o nome do garoto que carregava o saco preto.

Felix saiu de seu carro e estava indo em direção à pensão, quando repentinamente sentiu uma mão puxando seu braço. Com o susto, logo se virou para ver quem era.

- Qual é o seu problema? Você por acaso é burro ou só se faz? - dizia o homem que havia puxado o braço alheio.

- Você de novo!? - o humor de Felix já estava no chão.

- O que faz aqui? Está surdo? - Changbin estava estressado.

- Vim fazer um interrogatório.

- Assim, do nada?

- Algum problema?

- Muitos!

- Me deixe em paz, cara, vá cuidar da sua vida! - praguejou Felix mentalmente.

- Quem você está procurando? - Changbin estava com pena do moço ali.

- Kim Seungmin. Conhece? - Felix já achava Changbin meio suspeito.

- Sim, eu conheço. - confirmou também com a cabeça.

- E ele mora ali, não é? - Felix dizia apontando para o prédio à sua direita.

- Sim. - afirmou.

- Certo... então, se não se importa, me dê licença. - Felix diz puxando seu braço que ainda estava nas mãos do outro.

- Espero que ele não morra. É muito bonitinho e fofo, por sinal... - Changbin sussurrava com os olhos fixos no loiro, enquanto o mesmo entrava no prédio.

[...]

- Changbin?! Onde você está? - Minho falava com o moreno por telefone.

- Na pensão.

- Venha me buscar. Estou no consultório. - o mais velho dizia, logo desligando o telefone e encerrando a conversa - Você vai para casa comigo. - Minho olhava nos olhos de Jisung, que estava se levantando da cadeira.

- Eu tenho escolha? - Jisung o olhava ainda meio acanhado, mas apático.

- Claro que não. - disse o maior sorrindo para o outro ali.

.

.

.

- Changbin chegou. Vamos!

- Changbin? Aquele cara que mora na pensão?

- Sim, ele é o meu motorista. Odeio dirigir. - deu de ombros.

- Que chique... - Jisung dizia para si mesmo num sussurro em tom de deboche

- Vamos? - Minho o olhou arqueando as sobrancelhas.

- Vamos! - Jisung não conseguia esconder o enorme medo que sentia. Minho achava isso fofo e sempre ria do menor por isso. Já Jisung, achava tudo aquilo apenas perturbador mesmo.

[...]

- Seungmin!? - a senhora de meia idade gritava o nome do garoto pela pensão

- Espere aqui, ok? Pode se sentar, fique à vontade. - a senhorinha da recepção dizia ao policial que estava ali.

- Sim, eu espero. Sem problemas. - Felix dizia com um sorriso simpático, assim se sentando à mesa que havia ali.

- Seungmin, onde esteve? - a senhora Kim perguntava direcionando uma cara feia ao filho.

- Eu estava ajudando o Baekie a cortar carne. Você sabe como aquela carne é dura. - Seungmin dizia sorrindo, mas logo o sorriso foi desfeito quando viu o policial.

- O que ele quer aqui? - Seungmin dizia emburrado.

- Ele tem algumas perguntas a te fazer, querido. - a senhora disse simples.

- Olá, Seungmin! Posso conversar um pouco com você? - Felix perguntava ao garoto com um sorriso simpático no rosto enquanto se levantava da cadeira.

- Sobre o quê? - Seungmin o olhava desconfiado.

- Sobre gatos. - Felix disse o encarando e Seungmin percebeu que estava "ferrado". Se Minho descobrisse sobre aquilo, ele com certeza já estaria morto.

[...]

- Quem é esse? - Jeongin perguntava olhando para Jisung enquanto o mesmo passava pela porta da casa.

- Ele não é muito diferente de vocês. - Minho disse. Jeongin entendeu claramente o que Minho quis dizer, mas Jisung estava completamente perdido sobre o assunto e não ligou muito.

- Ele vai morar aqui também? - Hyunjin perguntava.

- Acho que não. Eu não moro aqui. - Changbin entrou na conversa.

- Você não mora aqui porque não quer, você é muito cabeça dura, Changbin. - Jeongin que falou dessa vez.

- Chega de conversa vocês três! Hyunjin, vá arrumar um quarto para o Jisung. - Minho dizia. - Não tenha medo, ninguém aqui morde. - Minho diz dando um beijo nos cabelos castanhos de Jisung, deixando o garoto paralisado pela ação repentina do maior.

Jisung ainda estava paralisado, observando o maior sair de perto de si, logo subindo as escadas.

- Ei, garoto!? Garoto!? GAROTO! - Hyunjin tentava chamar a atenção de Jisung.

- Oh, o que foi? - Jisung dizia saindo de seus devaneios.

- Vamos para o seu quarto?

- Meu quarto? - Jisung disse confuso.

- Sim, seu quarto. - confirmou passando o braço direito pelos ombros de Jisung.

The Hell Is A Person Onde histórias criam vida. Descubra agora