Capítulo 39

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Felix não sabia o que fazer. Ele não sabia se sentia raiva ou pena de Jisung; claramente, o menor não estava bem psicologicamente, mas ele tinha que fazer alguma coisa. Felix não podia simplesmente fingir que não havia acontecido nada. O policial estava perdido.

Faziam dois dias que Felix estava procurando por Minho. Eles haviam descoberto o primeiro assassino, que obviamente era Lee Minho, mas eles ainda não haviam descoberto o segundo assassino: o amador. Felix tinha ligado os pontos e tudo indicava que o amador era Jisung. Eles tinham certeza de que não havia sido Minho, porém, os únicos que haviam saído com vida de lá eram eles dois; Felix estava quase perdendo a cabeça. Olhando assim, nem parecia que o loiro era realmente um policial. Ele estava extremamente confuso e perdido em provas, e ainda não havia se conformado com a morte do amigo. Desde o acontecido ele tinha pesadelos com aquilo e sentia falta do seu companheiro. Felix não estava nada bem.

Ele pensou, pensou... pensou tanto que achou que sua cabeça fosse explodir. O menor havia lembrado de Changbin e, de forma alguma, Felix queria se envolver com isso, até porque Changbin era um dos suspeitos, mesmo não sendo identificado como um pela policia.

Felix não podia fazer isso, e nem queria, pois o loiro podia perder seu emprego, seu distintivo e até ser preso. Mas Felix resolveu ir atrás de Changbin. Ele não sabia mais o que fazer, então apelou para o pior. Felix pensou em ir até a casa de Minho mesmo sabendo que, obviamente, o mais velho não estaria lá. Contudo, ele ainda tinha esperanças e também teria a chance de averiguar o local, caso não houvesse ninguém lá. Apenas Felix, entre todos os outros policiais, sabia onde Minho morava, por enquanto, e ele não havia revelado a verdadeira moradia de Minho. Os policiais ainda achavam que Minho morava na pensão. Felix não quis dar muitos detalhes para ajudar com as investigações, e ele mesmo não sabia o porquê de ter feito tal coisa.

[...]

Jeongin estava para botar um ovo; ele estava demasiadamente preocupado com o irmão. Minho sempre ficava na pensão ou no trabalho e raramente ia para casa, mas, normalmente, dava notícias ao seu irmãozinho; mas isso não aconteceu. Por conta disso, Jeongin estava perdendo a cabeça. Mesmo sendo um maluco completo, Minho ainda era o seu irmão, e Jeongin o amava demais; já faziam três dias que o maior não dava sinal de vida.

Por conta disso, Hyunjin teve que fechar a clínica por tempo indeterminado. Os funcionários do local ficaram desconfiados e confusos com o acontecimento repentino, e ainda por cima ficariam temporariamente desempregados. Até porque os cidadãos não sabiam sobre o "psicopata dentista" da clínica 'Sesangi'. Os policiais e detetives resolveram deixar a imprensa de lado e focar no caso, e algum dia, talvez, eles fariam exposição do caso ao público.

- Jeongin-oppa, não fique assim. O Minho com certeza está bem. Você sabe que ninguém é esperto o suficiente para conseguir matá-lo. Se acalme. - Hyunjin dizia tentando colocar uma colher de sorvete na boca de Jeongin, mas o menor se desviava a cada tentativa. - Você vai deixar o seu namorado muito triste! - o maior estava visivelmente irritado com o menor.

- Eu não sou o seu Oppa! - Jeongin dizia fazendo birra e Hyunjin colocava uma das mãos no peito, se sentindo ofendido com o que o menor dissera.

- Mas é claro que não é! Eu sou mais velho que você, e eu não sou uma garota! - Hyunjin dizia mostrando a língua para Jeongin, que achava o maior a coisa mais fofa do mundo.

- Mas você se parece com uma. Posso te chamar de Noona? - Jeongin provocava.

- Ah é? Repete! - Hyunjin cerrou os olhos.

- Você. Parece. Uma. Garota. Hyung! Na verdade... hyung, não. Noona! - Jeongin estava adorando irritar o namorado.

- Volta aqui, seu pirralho! - Jeongin começou a correr assim que percebeu que Hyunjin se aproximava de si.

Enquanto o casal corria, o barulho irritante do interfone pôde ser ouvido pela casa. Imediatamente os dois pararam e olharam entre si.
- Quem será? - Hyunjin disse baixinho.

- Não faço a menor ideia. - Ambos os garotos ali tremeram. Eles não estavam esperando por ninguém, e muito menos tinham amigos para os visitar; não poderiam ser os pais de Hyunjin, pois não sabiam onde o jovem ficava. Também não era Minho; porque o maior tinha a chave de casa e ele nunca batia na porta, já que sempre entrava pelos fundos. Eles estavam com receio, mas foram atender. Não poderia ser nada de mais, não é?

- Vai lá ver quem é, Hyunjin! - Jeongin dizia, enquanto se aproximava do maior.

Hyunjin seguiu até à porta e olhou pelo monitor do interfone. Quando viu quem estava do outro lado, quase caiu de costas.
- É o Felix! O que a gente faz? Ele não sabe que o Minho tem um irmão, e muito menos que eu moro aqui. E agora? O que vamos fazer? - Hyunjin falava com Jeongin no tom mais baixo que conseguia.

- Já sei! - disse Jeongin tendo uma ideia. - Eu me escondo no porão, e aí você enrola ele.

- E o que eu vou dizer? - Hyunjin estava nervoso. Ele não era muito bom em mentir.

- Não sei, se vira! - Jeongin dizia, logo depois indo em direção ao porão. E novamente a campainha tocou.

- Hyunjin?! O que faz aqui? - foi o que Felix disse assim que viu o jovem.

- Ah... Estou morando aqui agora. - disse um pouco intimidado, mas com firmeza.

- Por que? Você não mora com os seus pais? - desconfiou.

- Morava. Agora eu moro aqui. - disse simples.

- E onde está o Minho? - Felix já achava aquilo suspeito.

- Eu não sei! - diz Hyunjin um tanto nervoso, mesmo que aquilo fosse verdade. - Já fazem três dias que ele não volta para casa e não temos notícias.

- E você não contatou a polícia mesmo sabendo que fazem mais de 48hrs que o Minho sumiu? - Felix esperava tirar algo do rapaz ali.

- Não achei necessário! - agora, Hyunjin estava visivelmente nervoso e Felix havia percebido.

- Belo amigo você é, hein? - Felix olhava para Hyunjin muito desconfiado. - Posso entrar? - o loiro perguntara repentinamente, colocando as mãos na cintura e olhando para dentro da casa. Hyunjin ficou sem reação por uma fração de segundos.

- S-Sim, claro. - se bateu mentalmente por gaguejar.

"Eu estou completamente ferrado." Pensava Hyunjin, ciente de que aquilo não daria certo.

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