Capítulo 30

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Aquele dia Jisung tinha acordado tarde, aliás, não precisaria ir para o trabalho mesmo. Assim que se levantou, saiu de seu quarto e foi em direção ao banheiro compartilhado para se banhar. Ele percebeu o silêncio ensurdecedor daquele local, mas como sempre, não ligou muito e apenas tomou o seu banho demorado.

Assim que saiu do banheiro, se assustou. Chanyeol estava parado na porta de seu próprio quarto com uma das mãos para trás (novamente aquela cena que Jisung já havia presenciado). Chanyeol sussurrava para si mesmo, porém, Jisung foi capaz de ouvir o que o homem ali falava.

- Devo matá-lo ou não? - Chanyeol sussurrava muito baixo.

Jisung se lembrou de certa vez que estava "dormindo" e pôde ouvir algo parecido com isto, contudo, não tinha certeza. Então, apenas ignorou e entrou em seu quarto.

Depois que Jisung entrara no quarto, Minho saira de dentro do seu.

- O que pensa que está fazendo? - Minho ia em direção a Chanyeol, que ainda estava estático no mesmo lugar. Antes de sair do quarto, com a porta entreaberta, observava o corredor.

- Eu não gosto dele. Não fui com a cara dele desde que chegou aqui. - Chanyeol dizia sem olhar para Minho. Se ele olhasse para Minho, o mais velho ali poderia ver o medo em seus olhos.

- Apenas tente para ver os resultados. - sorriu maldoso.

Ainda em silêncio, Chanyeol tentava não olhar nos olhos do mais velho.

- Onde está o senhor Byun, hein? - perguntou descontraído, colocando as mãos nos bolsos da calça social e encostando o ombro na parede.

- O que você quer com o Baekhyun? - Chanyeol estava começando a se preocupar pelo tom de voz do mais velho.

- Nada de importante. - sorriu largo mostrando todos os seus dentes tão brancos que reluziam.

- Não se preocupe, Chanyeol, o senhor Byun é um homem resistente. Tenha um bom dia, Chanyeol... - Chanyeol não sabia o que falar. Ele nunca se perdoaria se alguma coisa acontecesse com o seu ruivinho.

[...]

Eram exatas 12h, o sol estava de matar. Jisung estava na cozinha juntamente com Seungmin e Baekhyun, ambos comendo ramen e ninguém dizia uma palavra sequer. Jisung, por medo, e os outros dois não falavam porque sabiam que Minho estava por ali e poderia aparecer a qualquer momento.

- Preciso de vocês dois lá em cima. - assim que Minho entrou na cozinha, o coração de Jisung parou por um momento. Mas Minho logo saiu e os dois homens ali o seguiram, deixando Jisung confuso e ao mesmo tempo aliviado para trás.

Quando Jisung acabou de comer, logo voltou para seu quarto. E mais à frente, na recepção, chegara um garoto procurando um quarto barato para passar alguns dias. Coitado, não sabia que estava entrando num beco sem saída.

[...]

Felix estava perdido; ele não fazia a menor ideia de onde estava, ele tentou identificar o local, mas falhou miseravelmente. Ele não conseguia se lembrar do que havia acontecido, o loiro só se lembrava que tinha ido fazer uma ronda pelos arredores da pensão Eden.

Ele estava com uma enorme dor de cabeça, sentado com suas mãos amarradas para trás e sua boca estava com uma fita. Quando Felix olhara para o lado e logo encarou o chão, ele pôde ver um homem desacordado jogado no mesmo. Felix não sabia se o homem estava morto, no entanto, ele conseguiu identificá-lo: era o sr. Park, amigo de Hyunbin, que era um detetive. Fazia muito tempo que Felix e Hyunbin não se viam, aliás, o detetive estava de licença e Felix também não tinha muito tempo para encontros.

Felix foi tirado de seus pensamentos assim que ouviu passos em sua direção. Assim, apareceram três homens do outro lado do portão de grades enferrujadas. Felix pôde apenas reconhecer dois deles; quando percebeu que um deles era Seungmin, não ficara surpreso pois já desconfiava do mesmo, mas quando ele reconheceu que o outro homem era Minho, seu coração falhou as batidas. Assim que entraram no cômodo, Minho tirou fortemente a fita da boca de Felix.

- Minho?! - Felix não se aguentou e começou a chorar.

Minho não dizia nada, apenas o encarava totalmente apático.

- Por quê? Por que, Minho? Me diga o porquê! - Felix chorava, desesperado, mas alterava a voz.

Minho apenas colocou a fita de volta à boca de Felix. Mas dessa vez, sorrindo com a língua entre os dentes. Felix pendeu seu corpo para trás assustado, fazendo Minho rir mais largo e logo se afastar um pouco.

- Deem um jeito no corpo do senhor Park, há muito o que se aproveitar nele. - Minho dizia aos homens ali à sua frente. Felix, em meio a surtos, tentava gritar aflito com a fita em sua boca. Ele não poderia acreditar no que estava presenciando.

- Chamarei o Chanyeol para ajudar vocês. - disse por fim, se virando e saindo.

[...]

- Vá embora daqui o mais rápido possível! - advertiu Jisung num sussurro até alto.

- Quem é você? - perguntou, assustado, o novo inquilino.

- Não interessa quem sou eu. Vá embora daqui! Se for possível, vá agora! - dizia afoito, esperando que o garoto o escutasse.

- Você é maluco por acaso? - riu sem entender a real intenção.

- Não diga depois que eu não avisei. - deixou no ar e logo se virou, deixando o novo morador da pensão um pouco perturbado pelas últimas palavras que soaram tão sérias.

[...]

- Já terminaram? - Minho perguntava aos homens ali.

- Sim. Agora vamos sair daqui, eu odeio ficar nesse lugar por muito tempo. - Baekhyun dizia com cara de nojo.

- Não gosta? - Minho usava aquele tom de voz um tanto sarcástico. Chanyeol olhou para Minho, intimidado, temendo o que ele podia fazer.

- Vamos logo! - Chanyeol dizia puxando Baekhyun pelo braço, mas ele logo foi parado por Minho. Baekhyun não estava entendendo absolutamente nada.

- Chanyeol, solte ele! - Minho dizia olhando nos olhos de Chanyeol.

- Minho... Por favor... - Chanyeol dizia com um voz baixa.

- Gente, o que tá rolando? - Baekhyun perguntava confuso enquanto Seungmin apenas observava tudo.

- Chanyeol, por favor... - Minho dizia com um enorme sorriso no rosto, aquele sorriso pra lá de medonho.

- Do que vocês estão... - Baekhyun não foi capaz de terminar a sua sentença, pois Minho cortou a sua garganta. Foi tudo muito rápido e ele só pôde sentir o objeto afiado talhar sua pele. Ele pôde, rapidamente, sentir o sangue escorrer por seu pescoço, atingindo seu peito. Ele tentou fazer cessar o sangue que jorrava de si, colocando as mãos no pescoço, mas foi uma tentativa falha.

- B-Baekhyun... - Chanyeol, com os olhos marejados, chamava pelo o nome do mesmo, bem baixinho, com a esperança de que ele o ouvisse.

Baekhyun não conseguia dizer nada. Logo perdeu as forças restantes e caiu, porém, Chanyeol o segurou nos braços.

- Maninho!? - Seungmin dera um grito muito alto, aos prantos. Ele não acreditou no acontecimento repentino.

Enquanto os dois homens ali se lamentavam, Minho se retirava, na intenção de fazer uma visitinha ao novo morador do local. Era realmente insano o fato desse homem saber tudo o que acontecia à sua volta. De fato, ele era muito detalhista.

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