Hyunjin caminhava de um lado para o outro. Ele estava nervoso; já se passaram exatos quarenta minutos e Changbin ainda não havia chegado. Jeongin tentava acalmar o maior, mas não adiantava muita coisa. Hyunjin só parou seu círculo vicioso quando escutou o som estridente do interfone tomar toda a casa. - Até que em fim! - dissera para si mesmo enquanto caminhava em direção à porta.
- Onde ele está? - assim que a porta foi aberta pode-se ouvir a voz de Changbin um tanto alterada. - Onde ele está, Hyunjin!?
- A-Ainda está no porão. - chegou até a gaguejar percebendo a irritação do mais velho.
Changbin não pensou duas vezes, indo em direção ao porão. Assim que desceu as escadas, pôde ver um corpo magro caído no chão, ainda inconsciente. Quando o rapaz começou a se aproximar, o policial que estava estirado no chão, começou a se mexer tentando se levantar. O policial não havia percebido a presença de Changbin ali ainda, mas quando percebeu deu um grito esganiçado. - Quem é você!? - o lugar estava um pouco escuro por causa da pouca luz, então Felix não conseguia identificar quem se aproximava.
- Mantenha a calma, Felix. Sou eu, o Changbin. - assim que Felix ouviu a voz calma do rapaz não muito distante de si, ficou mais calmo e em seguida, desabou. Ele começou a chorar, chorar tanto que Changbin até se assustara. Sem perder tempo, Changbin se aproximou do maior e o deu um forte abraço, um aperto aconchegante e confortador. Changbin não sabia o que dizer, afinal ele mal conhecia o policial, então resolveu apenas externar suas emoções por meio daquele simples abraço e que poderia significar inúmeras coisas, e até diversos sentimentos.
- Por que essas coisas acontecem comigo? - perguntava Felix mais para si mesmo do que para o rapaz ao qual estava abraçado enquanto chorava em seu ombro, assim falhando em pronunciar as palavras coerentemente. No entanto, Changbin fora capaz de discernir o que o loiro havia dito com clareza. - Por que eu simplesmente não consigo fazer o meu trabalho direito? Por que eu tenho que ser um idiota emocional e cheio de azar? Por quê? O que há de errado comigo? - Felix soluçava de tanto chorar, e o pesar que havia em Changbin apenas aumentava a cada vez que o policial agarrava o pano de sua camisa com mais força.
- Felix, olha pra mim... - Changbin levantou o rosto do policial com ambas as mãos para que o mesmo o olhasse nos olhos. - Não há nada de errado com você. Você é um ótimo policial e faz o seu trabalho com firmeza e determinação, coisa que muitos nem chegam perto de ter. Você é essencial, você é preciso! Se quiser chorar, chore o quanto quiser, coloque tudo para fora, mas não diga tal coisa sobre você. Não se machuque desta forma. - assim que Changbin terminou sua sentença, voltou a abraçar fortemente o loiro. Felix precisava daquele abraço, ele necessitava muito mesmo.
- Obrigado. - sussurrou próximo ao ouvido do rapaz que o abraçava forte como se sua vida dependesse disso. - Muito obrigado, Changbin. Você me salvou mais um vez...
[...]
Jisung estava indeciso; ele não sabia se simplesmente ia embora, ou se esperava por Changbin, se é que o garoto viria mesmo, não é?
O garoto estava na entrada do hospital. Eram exatas 07:50h e ele encarava o estacionamento a sua frente, totalmente apático. Ele olhou para a pulseira em seu braço direito... Jisung gostava dela. Desde o fatídico acontecimento na pensão Eden, ele não tirava aquela coisa; o garoto achava que aquele objeto fazia parte de si agora, sempre sorria quanto olhava para a mesma.
Jisung foi tirado de seus devaneios quando sentiu uma presença atrás de si. - Vamos? - o rapaz se pronunciou assim que Jisung se virou em direção ao mesmo. Jisung não disse nada, apenas o seguiu.
- Vamos para Incheon. - disse o rapaz assim que entraram no carro. - O Minho foi para lá esta madrugada, ele está te esperando. - e mais um vez, Jisung não disse palavra alguma. - Coloque o cinto! - foi a última coisa que Changbin disse a Jisung, logo dando partida e saíndo com o carro do estacionamento.
[...]
- Onde esteve, Felix? Você acha que pode ir e vir quando bem entender? Não seja tolo e tenha mais responsabilidade com o seu trabalho! - o chefe de polícia de Seoul cuspiu as palavras em Felix. O loiro não estava muito disposto aquele dia. Ele deveria ficar calado, pois não queria perder o seu emprego, aliás, ele possui um irmãozinho mais novo para sustentar.
- Desculpe, senhor. Estava no velório do ex-oficial Christopher Bang, senhor. - disse Felix com uma postura e polidez impecáveis. Felix não pôde conter a lágrima insistente que ousava escorrer por seus olhos. O velório de Bang Chan demorou um pouco para se suceder, por causa que seus parentes não moravam na Coréia.
- Tudo bem, Felix. - disse o oficial com mais calma, pois percebeu a angústia do policial à sua frente. - Você poderá ir ao enterro mais tarde, aliás, todos nós vamos. - o oficial da polícia estava um tanto sem graça pelo estado caótico de Felix. E para afastar a tensão, deu algumas batidinhas no ombro do loiro. - Vai ficar tudo bem. - tentava confortá-lo. Felix queria ir para o mais longe possível daquela delegacia, ele não aguentava ficar nem mais um minuto sequer naquele lugar.
[...]
- Que tal irmos para Tailândia!? - sugeriu o Hwang.
- Tá doido, Hyunjin!? Eu não vou para outro país não! Nem sei falar tailandês. - Jeongin massageava suas têmporas. Ele não suportava mais ouvir os absurdos que o namorado falava.
- Então para onde você quer ir!? - indagou não se importando com a crise do namorado.
- Incheon! - disse eufórico.
- De jeito nenhum! Você não larga do Minho nunca? Que saco, Jeongin! - o mais velho ali estava claramente irritado a descontente.
- Ele é o meu irmão. - disse olhando triste para Hyunjin.
- E também é um psicopata foragido! - o lembrou se exaltando.
- Mas, hyung... - Jeongin fazia uma carinha de cachorrinho sem dono.
- Mas nada! Vamos pra Busan e pronto! - ditou se virando e indo em direção à cozinha deixando o menor sozinho na enorme sala.
- Eu odeio ele! - dizia Jeongin se esparramando no sofá enquanto resmungava várias ofensas contra o namorado.
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The Hell Is A Person
FanfictionAo se mudar para Seoul em busca de uma vida melhor e sua não tão almejada independência, Han Jisung descobre da pior forma possível as consequências de sua passível ingenuidade. Ele sempre acreditou que o inferno fosse um lugar. No entanto, se hos...