Capítulo 11

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Felix estava a caminho da delegacia quando, novamente, avistou ações suspeitas; era aquele mesmo cara carregando um saco preto e, sem pensar duas vezes, Felix o seguiu. Encostou seu carro num canto da rua, saiu silenciosamente e foi atrás daquele rapaz misterioso.

O seguia de longe; e tentava ao máximo não o perder de vista, pois, da última vez, não conseguiu seguir o garoto. Ele ficou aproximadamente 15 minutos seguindo-o, até que o garoto entrou em um prédio, mas era muito velho; Felix fez uma nota mental de que teria que fazer algumas rondas por ali. Felix esperou um pouco para ver se o outro iria sair, mas se passaram minutos, longos minutos, e ninguém saía. Então ele resolveu ir embora.
Mas ele voltaria.

Quando Felix se virou para ir embora, ele tomou um susto e quase entrou em pânico; havia um homem em sua frente o olhando sem pudor algum, como se já estivesse ali a bastante tempo, só esperando que ele se virasse.

- Quem é você? - perguntou Felix assustado.

- Eu que te pergunto, quem é você? O que faz aqui? O quer aqui? - o homem disse apontando o dedo na direção do peito de Felix.

- Sou da polícia de Seoul. Afaste-se!

- Oh, não me diga! Não reparei pelo uniforme e distintivo tão aparentes. - disse o de cabelos pretos com um tom sarcástico.

- Com licença, eu vou embora. - Felix dizia já começando a caminhar.

- Espere aí. - disse o homem colocando uma das mãos no ombro de Felix.

- O que é? - dita Felix já perdendo a paciência e se preparando para qualquer ataque.

- Não apareça por aqui novamente. Você tem muita sorte por ter sido eu quem te achou aqui. Muita sorte mesmo. Se quer um conselho, digo para que não apareca por aqui nunca mais. - advertiu o homem já se retirando, e deixando Felix muito curioso para trás.

- Interessante... - Felix diz para si mesmo. Logo depois tomando seu caminho de volta.

E como ele havia pensado antes, ele voltaria, mas é claro que voltaria.

[...]

Minho apenas observava o seu "amigo" conversar com um policial. Ele achava Changbin muito fácil de ser passado para trás, aliás o menor era muito sentimental; realmente o mal de Changbin eram os sentimentos. Ele tinha muita pena em si, mas pena não era algo que Minho conhecia, e isso fazia os dois amigos serem tão diferentes. Changbin acabava com qualquer oportunidade de Minho fazer mal a alguém.

Era muito estressante ao ver de Minho. Mas, de qualquer forma, Minho o considerava muito. Changbin havia salvado a pele de Minho várias vezes, e esse, devia muito a Changbin. Contudo, Minho não conseguia entender o porquê de Changbin não desistir dele; Minho não dava essa chance a qualquer um, e Changbin teve a chance de bandeja.
Minho não entendia; ele poderia dizer que Changbin era uma pessoa boa mas, não era. Ninguém é bom, todos são podres. A diferença é que alguns são podres por fora e outros são podres por dentro, e há as pessoas que são ambas as coisas.

Changbin era de uma família rica, tinha tudo que queria em suas mãos; mas depois que o mesmo conheceu a Minho, tudo mudou drasticamente. Era isso que acontecia com as pessoas que se aproximavam de Minho. Ou elas morriam, ou elas se tornavam como ele. Não existia meio termo. Era tudo como um jogo doentio; Se você perdesse, morreria. Se você ganhasse, seria pior que a morte. Changbin se transformou totalmente em outra pessoa. Seus amigos e familiares não o reconheciam mais, porém, Changbin continua com o mesmo coração bondoso e piedoso; e como ele não podia fazer nada a não ser avisar, ele se sentia triste. Mas ele não queria simplesmente fugir de tudo isso. Ele queria arcar com as consequências de seus atos e escolhas. Minho o deu uma chance, porém, ele a desperdiçou; então, agora ele não podia fazer mais nada a não ser esperar que Minho o matasse.

[...]

- Quem era aquele? - Minho perguntou.

- Ninguém importante. - respondeu Changbin.

- Certeza? - Minho diz e Changbin percebe a sua desconfiança e sarcasmo.

- Não enche, Minho!

- Você tem sorte de ser o meu preferido... - Minho diz com um olhar sombrio.

- Tanto faz. - Changbin diz dando de ombros e se virando para entrar na pensão.

"Ele realmente não tem medo de mim, e é por isso que gosto dele." Minho dizia para si mesmo com um sorriso de lado.

[...]

- Felix, você tá' maluco ou o quê? - Bang Chan parecia estar pasmo com a coragem do amigo.

- Aaah, Chan, por favor né? Menos, velho. - Felix diz tedioso.

- Você sabe que pensão é aquela? - Bang Chan diz olhando para o loiro incrédulo.

- E qual é? - Felix diz fingindo desinteresse.

- Sério que a 'princesa' não sabe? - debochou Chan rindo.

- Não. - Felix diz ofendido com o apelido que recebeu.

- Lembra da manchete de um jornal que dizia sobre o prédio de uma pensão ter pegado fogo? - Bang Chan explica.

- Aham... - Felix murmura.

- Então... Essa é a pensão! Alguns dizem que é um lugar assombrado pelas pessoas que morreram por lá. E também dizem que as pessoas que vão morar lá, acabam cometendo suicídio. Isso é horrível! - contava Bang Chan preocupado.

- Sim, de fato. Mas é sério que você acredita nesse negócio de assombração? - Felix provocou com um sorrisinho maléfico.

- Felix, não começa... - Bang Chan brigou emburrado.

- Okay, okay, seu medroso! Nem parece que é um homem de 30 anos. - Felix ria balançando a cabeça em negação.

- Ei, ei, pera aí... Eu não tenho 30, eu tenho 29. - falou Bang Chan determinado.

- Grande diferença. - Felix fala rindo do maior.

- E você já tem 27. Nem vem falar de mim porque você tá' quase nos 30 também. - Bang Chan diz fazendo uma pose um tanto engraçada com as mãos na cintura.

- Mas você ainda está mais perto. - Felix diz mostrando a língua para o maior.

- Tá bom, Felix, chega! - ditou o Bang rindo.

Felix estava determinado a voltar àquele lugar; ele iria descobrir quem estava por trás do sumiço e mortes dos gatos. Ele sabia que a morte dos gatos estava ligada com os desaparecimentos e ele iria descobrir tudo, nem que tivesse que invadir aquele prédio surrado.

The Hell Is A Person Onde histórias criam vida. Descubra agora