Capítulo 46

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- O que a gente faz agora? - Jisung perguntava desesperado. Minho o abraçava encolhido em um canto da parede, pois o cômodo era minúsculo e ainda haviam algumas caixas e móveis de porte menor ali dentro. E em uma das paredes havia uma porta que só possibilitava a passagem de uma pessoa de cada vez de tão pequena que era. - Eu não quero morrer... - choramingava Jisung.

- Fale baixo! - repreendeu Minho tapando a boca do garoto instantaneamente. - Apenas me escute... - Jisung balançou a cabeça em concordância freneticamente, seus olhos estavam marejados e arregalados pela brutalidade de Minho, que costumava ser demasiadamente calmo. E se ele estava tenso daquele jeito, isso só podia significar uma única coisa: ele não sabia o que fazer. Naquele momento, Minho teve total certeza de que os seus dias de psicopatia iriam acabar. Finalmente, alguém o mataria de uma vez por todas. - Você vai sair primeiro... - isso só fez com que Jisung se desesperasse mais. - Calma, Jisung, calma! - Minho afagava os cabelos do garoto tentando o passar conforto. - Eu prometo que eles não vão te matar, eu prometo. Agora mantenha a calma. - Minho olhava nos olhos cintilantes e brilhosos de Jisung, que agora demonstravam medo. - Eu cumpro o que prometo. Não se preocupe. - Jisung aparentou se acalmar mais. - Vá, simplesmente, vá! E lembre-se de colocar as mãos na cabeça quando eles te avistarem, okay? E vá devagar, bem devagar, para que eles não pensem que você está fugindo ou algo do tipo. - finalizou dando um beijo no topo da cabeça de Jisung.

- E você? Como fica? - indagou se levantando.

- Eu dou um jeito. - o assegurou do que disse. Ele não diria a Jisung que logo depois que o mesmo saísse ele também sairia. - Agora vai logo!

E Jisung foi.

- Olha só aquilo! Ali no chão! - exclamou um dos polícias, vendo Jisung passar pelo "buraco" que havia na parede e logo se levantar. E em seguida, quando todos os polícias que estavam ali o avistaram, colocou ambas as mãos atrás da cabeça.

Imediatamente, os polícias apontaram as armas em direção do garoto, que caminhava em direção a eles em passos lentos.

- Abaixem as armas! Ele é inofensivo. - ordenou um dos polícias. - Qual o seu nome? - perguntou o mesmo.

- Han Jisung. - replicou baixinho.

- E o que estava fazendo lá dentro? - questionou pondo uma de suas mãos no ombro de Jisung.

Como os polícias estavam atentos ao garoto misterioso que acabara de aparecer, não perceberam quando, sorrateiramente, Minho saiu de dentro do "buraco". Se Minho estivesse pensando em fugir, obviamente, falharia. Pois assim que se pôs de pé, vários fuzis foram direcionados para si, fazendo o mesmo levantar os braços e pôr as mãos atrás da cabeça.

- Eu estava o prendendo, mas ele conseguiu fugir. Aí eu vim atrás dele, mas acabei me dando mal, não? - riu anasalado.

- Você não seria tão burro. - disse um oficial.

- Todo mundo erra, não? - deu de ombros ainda rindo.

- Levem o garoto para a viatura! - ordenou o oficial e assim fizeram, mesmo a contragosto de Jisung, se debatendo e chamando por Minho. - Parece que ele gostou de ser vítima de um psicopata, não? - riu sem graça.

- Concordo. Aliás, eu sou muito melhor que todos vocês. - acrescentou com escárnio e um sorriso diabólico.

- Se aproxime, vamos levar você! - o policial simplesmente ignorou o comentário de Minho. O moço já estava bastante irritado. - Não vai querer que eu te pegue a força, ou vai? - indagou insinuativo.

- Eu não vou passar o resto dos meus anos na cadeia. Eu prefiro morrer! - exasperou com ódio. Seus olhos queimavam de pura raiva.

- Não faça-nos sermos indelicados! - exasperou no mesmo tom.

The Hell Is A Person Onde histórias criam vida. Descubra agora