Capítulo 35

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"Estava esperando por você."

Jisung encarava aquelas letras escritas na parede sem reação alguma; ele já estava tão perdido que não conseguia se impressionar com mais nada.

— Não saia daqui! Não importa o que acontecer, não saia daqui! — Jisung dizia aos gritos para Donghyuck.

— Jisung, o que está acontecendo? — Donghyuck inquiriu com um medo totalmente visível.

— Você me seguiu porque quis! Agora, aguente as consequências — Jisung disse e logo saiu do quarto, indo até a porta ao lado, batendo na mesma com toda a força que possuía.

— Pensei que não viria — Minho disse assim que abriu a porta, dando de cara com Jisung.

— Cadê ela? — o menor ali foi direto ao ponto. Minho não disse nada. A única coisa que fez foi empurrar Jisung para o quarto do mesmo, fechando a porta, ignorando totalmente o garoto ruivo que estava sentado em uma cadeira tremendo de medo.

— Onde ela está? — Jisung insistia.

— Você gosta tanto dela assim? E eu? Sou uma piada pra você? — Minho olhava no fundo dos olhos do mais novo.

— Não há nada entre a gente, seu maluco! — Jisung praticamente cuspiu as palavras em Minho.

— Tem certeza, esquilinho? — Quando Minho disse a última palavra, Jisung congelou.

— Como você sabe o meu apelido? Não tem como você saber! A única pessoa que me chamava assim era... — Jisung parou a sua fala assim que se deu conta de sua burrice. — É você? Era você o tempo todo? — o garoto não conseguia segurar as lágrimas que insistam em cair de seus olhos. — Como pôde fazer tudo isso?

— Eu não sou mais aquele adolescente estúpido, Jisung. Eu simplesmente cresci e você deveria ter feito o mesmo — assim que Minho terminou sua sentença, Jisung acertou um soco em cheio no seu rosto. — Seu filho da mãe!

Donghyuck estava desesperado, ele não sabia o que fazer, então, resolveu sair do quarto, mas assim que colocou a mão na maçaneta para abrir a porta, alguém a arrombou; fazendo Donghyuck cair para trás. Assim, interrompendo a briga que estava acontecendo dentro daquele cubículo.

— Seungmin, mate ele! — Minho ordenou em meio a briga.

Seungmin não sabia se obedecia e matava o garoto ruivo desconhecido ou se aproveitava a distração de Minho para o matar de uma vez por todas.

— Seungmin! Mate ele! Eu que dou as ordens aqui! — gritou furioso.

Seungmin, que estava com um machado em mãos, foi para cima do garoto ruivo acertando-o inúmeras vezes. Por um momento Jisung saira de cima de Minho, olhando aquela cena horrenda. Logo, voltou seu olhar para Minho, tentando distraí-lo. Assim que percebeu que o maior estava totalmente perdido em seu olhar, correu. Porém, Minho conseguiu puxar o jovem pela gola da camisa.

— Para onde você acha que vai? — com um puxão, Minho levou Jisung para dentro de seu quarto e fechou a porta. Jisung estava jogado em cima da cama de Minho. — Você não consegue entender que eu quero você? — Minho dizia ofegante enquanto se aproximava de Jisung.

— Você é maluco! — assim que Minho se aproximou o suficiente, Jisung deu outro soco em sua face, empurrando-o para longe de si.

— Se você sair, não vai saber onde ela está. E você que saber onde ela está, não quer? — Jisung parou por um momento.

— Onde ela es... — dessa vez foi Minho que dera um soco em Jisung. Ele não esperava por isso. E assim, começaram a brigar novamente.

— Querido, as coisas não precisam ser assim — Minho dizia, ofegante, após ter conseguido prender os braços de Jisung, encostando-o na parede.

— Eu não te conheço! Você não é o Minho que eu conheci naquela festinha fajuta de boas vindas! Me deixe em paz! Você é um maluco! — Jisung dizia com ódio na voz.

— Jisung, você não é tão diferente de mim assim. Eu sei que você queria matar aquele garoto. Só não o matou porque o seu chefe chegou a tempo — expôs Minho o que o menor havia feito.

— Como você sabe? — Jisung o olhava duvidoso.

— Eu sei de tudo — Minho o olhava nos olhos com um desejo surreal. — Deixe-me te beijar? — Minho agora olhava para os lábios do menor. Ele se aproximava de Jisung cada vez mais. — Por favor... — insistia o prendendo mais.

— N-Não... Eu não posso... — Jisung sentia a respiração pesada do maior em seu pescoço, arrepiando-o da cabeça aos pés. — E-Eu não... — Minho não esperou nem mais um minuto sequer e selou os seus lábios com os do menor à sua frente. Minho tentou aprofundar o beijo, mas Jisung logo o empurrou.

— Seu desgraçado! — Jisung novamente acertou a cara do maior com um soco. Essa situação já estava um tanto engraçada.

— Jisung, eu não queria te machucar desta forma, mas você não me dá outra escolha — assim que Minho disse tal coisa, ele arremessou Jisung com uma força extrema em direção à porta. O garoto foi ao chão juntamente com a mesma, jogados para o lado de fora do quarto. Jisung estava destruído pelo impacto e mal conseguia abrir os olhos.

— Não se preocupe, amor, eu cuidarei de você. Eu sempre cuido... — Minho dizia enquanto arrastava Jisung (que ainda estava no chão) pelo corredor da pensão.

"Eu achava que o inferno era o mundo onde eu vivia, ou as pessoas que estavam à minha volta, mas não, o inferno na verdade é aqui e são essas pessoas." Jisung pensava, em estado de hipnagogia, enquanto Minho o arrastava para o andar de cima.

Realmente, aquele lugar era um inferno. Um inferno criado por estranhos.

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